12: Eu quero...

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Ruan

Meu pescoço está doendo de ficar parado. Minha bunda está dormente. Bem que ela podia usar a foto um pouco. Mas também deve estar cansada de ficar sentada no chão.

Depois de 3 horas. Demos uma pausa. Foi na cozinha preparar um lanche rápido. Corto o bolo e coloco suco nos copos. Nosso almoço foi um sanduíche de delivery 1 hora depois dela começar.

Ponho em uma bandeja. Levo para a sala. A garota está sentada no sofá, os joelhos vermelhos, estão amassados quase quadrados. Coloco a bandeja no seu colo e sento do seu lado.

— Obrigada pela comida. — Agradece baixinho.

Pego o meu copo de suco:
— Meu pescoço tá todo dolorido.

— Faz parte. — Come o bolo aos poucos bebendo o suco. — Só tenho mais 1 hora e meia. Mas acho que posso terminar usando a foto.

— Pode vir amanhã também se quiser. — Bebo meu suco. Está geladinho.

— Mesmo? Não queria dizer nada, mas um modelo ajuda a fazer uma escultura em tamanho real melhor. Tenho mais noção de tamanho. E não sou muito boa com expressões.

— Ok. Já entendi.

Comemos em silêncio. Levo a bandeja de volta e trago um pouco de gelo para por no seu joelho. Sento do seu lado outra vez, apoio o pano com gelo aos poucos no local vermelho.

Esther faz careta:
— Isso é incômodo.

— Pelo menos não vai inchar. — Retruco. — Não uso travesseiro para dormir. Mas posso pegar um lençol para você ficar em cima, ou a gente usa esse que você me deu.

Ela empurra meu ombro. Eu aqui todo cavalheiro tentando ajudar para poder cobrar o meu favor em paz.

— Fala a verdade, o seu favor, é só uma noite comigo?

— Docinho, você pensa tão mal de mim. Mas não para de olhar entre as minhas pernas! — Encontro seu rosto corado. E ainda mais legal do que quando está com raiva.

— Não estou olhando de propósito!

— Tá, sei, e respondendo a sua pergunta. Não, não quero passar uma noite transando com você. Não por causa de um favor. — Apoio a mão na sua coxa, brinco com a barra da saia. Uso a outra para pressionar o gelo. — Quero que você queira também.

Consegui calar sua boca pelo resto do dia. A garota viro um robô que só fala sim e não. Como se não soubesse o que falar, não sei porque, não disse nada demais.

( … )

No outro dia, ela veio de manhã porque tinha aula à tarde. Fiz um banquinho a noite, meu hobby de marcenaria veio a calhar. Não é grande coisa, mas vai servir. As coisas ficaram exatamente onde ela havia deixado.

Esther ainda está parada na porta olhando para baixo:
— Docinho. Você tá bem?

— Hum. — Concorda com a cabeça.

Dou espaço para ela passar. Fecho a porta atrás de mim. Tiro a camisa para não perder tempo. Ela se viro confusa.

— Porque está tirando a roupa? — Suas bochechas estão vermelhas.

— Para vestir a toalha de mesa!

— Ah, é mesmo. — Tira o pano da mochila apressada.

— O que mais você acho que fosse? — Usa a camisa para me cobrir como uma vítima de assédio. — Nossa, docinho, sua mente é muito poluída!

— Não é nada disso que você está pensando. — Resmunga.

— Eu não tô pensando nada. Quem tá pensando é você.

Tiro a calça também, dobro a roupa e coloco no sofá. É costume. Minha mãe vive dizendo que eu pareço uma dona de casa que odeia bagunça.

Morde o lábio pintado de preto. Seus brincos sempre se destacam. Fico parado, ela vem um pouco nervosa. Enrola o pano branco em mim como fez ontem. Parece simples, mas sinceramente é engraçado vê-la com vergonha. E o seu perfume é tão bom que eu passaria o dia sentindo esse aroma.

Puxo sua cintura pra mim bruscamente. Me inclino, enterro a cabeça no seu pescoço sentindo melhor o seu perfume. Esther aperta meus ombros, surpresa. Mordisco seu pescoço de leve.

— Está tentando me transformar em uma vampira?

Ri contra sua pele:
— Por que não me empurra para longe? Tem certeza que não gosto quando te toco?

— Nunca disse que não gostava…

Me afasto. Nesse ritmo sou eu quem vai acabar implorando. Ela arruma o pano no meu ombro encarando meus olhos. Os seus são como duas esferas, castanho escuro quase preto.

— O que você quer de mim? — Pergunta baixo olhando para meu abdômen. Apertando o tecido.

Levanto seu queixo com o polegar:
— Docinho. Ainda não percebeu? Eu quero…

***

PS: Meu aniversário é dia 24. Não esqueçam de mandar mensagem brega de parabéns. Beijo, amo vocês.

Garotos cruéis! - Livro 02Onde histórias criam vida. Descubra agora