24: Fui comprar pão.

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Ruan

A diferença clara entre um bom garoto é um garoto mau, é que o bom age pensando em todos, e eu não dou a mínima para o que vão pensar. Mas tem uma pessoa, a única que realmente importa. Por ela eu faria coisas, coisas que me fariam ser preso ou pior.

Ela tenta silenciar os próprios gemidos para não acordar a sua irmã. Enquanto faço de tudo para ouvi-los. O doce som da sua apreciação pelas minhas mãos no seu corpo. Quando apoia a cabeça no meu ombro, seu corpo relaxa. Levo os dedos até a boca sentindo o seu gosto.

— O que… — Fico confuso, Esther ainda usa a minha camisa presa nos braços, ela sai do meu colo, se inclina sobre mim e tira meu cinto com impaciência. Sorri com sua expressão, nunca a tinha visto com essa cara. — Espera, deixa que eu faço.

Balança a cabeça em concordância. Ela entreabre a boca me observando. Abaixo a calça e fico se de cueca, suas mãos apressadas puxam a barra.

— Ouo, nunca vou me acostumar com isso. Tem certeza que um penis é desse tamanho mesmo?

— Não, depende do cara, mas isso você já sabe! — Suas bochechas ficam vermelhas.

Ela concorda mordendo o lábio. Se acomoda entre as minhas pernas e fica me encarando. Seus olhos puxados ficam menores quando ela franze o rosto ou sorri envergonhada. Suas mãos apertam a minha extensão, engolo em seco, meu pomo de adão se move.

Fica entre as minhas pernas, a diaba engole tudo de uma vez, reviro os olhos erguendo o rosto para cima. Solto gemidos roucos e baixos, e a minha vez de não fazer barulho. É quase impossível.

Junto seus cabelos no topo da cabeça apertando. Encaro seus olhos, ela passa os dentes de raspão, e tudo que ela faz com a língua me deixa louco de tesão.

( … )

Acordo mais cedo. Carrego ela até a cama, sai pela porta dos fundos depois de me vestir. Roubo um rosa branca da casa ao lado. Volto, e deixo do seu lado.

Na cozinha olho nos armários, só tem serial e aveia para fazer mingau. Tem umas laranjas na fruteira perto da pia. Faço um suco, uso as coisas como se estivesse na minha casa. Só tenho que procurar mais do que o normal.

Deixo o suco feito, e sai para comprar pão na padaria mais próxima. Esse bairro é bem comum, já passei pela esquina mais próxima, tem uma padaria lá. Vou a pé mesmo.

Quando volto a bela adormecida me aparece tal qual a princesa dos meus sonhos de conto de fadas. Ela tira os cabelos da frente do rosto e tenta arruma-los, seus olhos escuros me encaram. Um suspiro escapa dos seus lábios.

— Pensei que tinha ido embora.

— E por que acho isso?

Ela segura a flor na mão:
— Você sempre deixa uma rosa branca quando vai embora.

— Mas eu só fui comprar pão. — Me aproximo, abraço seu corpo e apoio a cabeça em cima da sua.

— A propósito, onde você arruma as flores?

— Ah, eu roubo dos seus vizinhos.

— Tão romântico!

Ela foi escovar os dentes e pegar a sua irmã que acordo chorando. Tomamos café da manhã na mesa. Observo enquanto ela faz mingau e dá comida para a irmã para depois comer.

— Eu posso tentar? — Me aproximo, sendo do outro lado, ela fica de frente para mim. Me entrega a colher estranhando. — Eu fiz ovos mexidos para colocar no pão enquanto você escovava os dentes.

— Não temos ovos.

Pego um pouco de mingau e a pequena garota me observa de olhos arregalados. Ponho comida na sua boca e ela perde o interesse.

— Eu sei, eu comprei.

— Valeu, mas não precisa disso tudo… — ela desconversa, se levanta e come um pouco de tudo.

— Qual é o nome dela? — Mudo de assunto.

— Laurinha.

— Parece com você.

— Minha mãe só pegava os coreanos, ela até viajou para lá. — Conta me fazendo rir com o seu jeito de falar da própria mãe. — E a sua?

— A minha só caso uma vez, meu pai morreu, desde então ela só teve namorados e namoradas. Eu morei um tempo com os meus tios quando ela teve que viajar para o exterior, minha irmã foi com ela. Eu também ia, mas minha tia convenceu ela que não seria uma boa ideia.

— O que? Por que?

— Um dia eu te conto. — Desvio o olhar.

A bebê arrota quando termina de comer, nos encaramos e caímos na risada. Laurinha ri também, mesmo sem entender. Seu celular toca em uma notificação, ela olha rápido e vira a tela para mim.

— Meu irmão me mando um vídeo da festa.

Levanto e dou a volta parando do seu lado. Ela dá play e a primeiro cena é de uma briga, sua mãe puxa os cabelos da minha tia. “Nunca mais fala da minha filha sua vagabunda”, Lilith dizia aos berros. O vídeo era curto, mas o arrependimento de não poder ver ao vivo bate na porta.

— Ah, fala sério, perdemos a melhor parte da festa. — Abraço por cima, apoiando a cabeça em cima da sua.

— Pensei que a melhor parte tivesse sido depois que fomos embora, assistindo ao filme.  — Ela me dá um tapa de leve no braço.

***

Me desculpem a demora: Estou planejando a parte que vocês mais gostam e que menos gostam também.

Garotos cruéis! - Livro 02Onde histórias criam vida. Descubra agora