EstherTento pentear o meu cabelo que ficou cheio de nós depois do banho. Passar a noite na faculdade não se encaixa nos planos de ninguém, muito menos nos meus. E para completar é difícil ignorar o ruivo, muito difícil.
Aquele beijo foi um erro. Aposto que ele está imaginando até o nosso casamento, nas fantasias na cabeça dele.
A Laurinha está brincando no berço. Termino de pentear o cabelo e desço para comer. Pego minha irmã antes. O cheiro da comida se espalha na cozinha.
Lilith é uma mãe diferente das outras. Ela parece super bem alguns dias e em outros se fecha para qualquer um. Coloco a branquela na cadeirinha, sento na mesa, mas levanto quando percebo que talvez ela queira ajuda.
— Posso ajudar?
— Claro, querida! — Abre um sorriso. — Aqui, corte os tomates e tire a semente.
Concordo. Vou para o lado da pia que ela aponta com 3 tomates, um cepo, e uma faca. Confiro se a minha irmã está bem, a garotinha morde um brinquedo tentando coçar a gengiva. Alinho o vegetal e corto em rodelas.
— Eu, eu não falo muito isso. Mas obrigada por cuidar de mim e da sua irmã… — Muda a expressão rapidamente pondo um sorriso gentil. — Para te compensar o que acha de irmos comprar umas conjuntos de lingerie? Você está precisando. Suas calcinhas estão morrendo o elástico!
Reviro os olhos. Estava demorando. Tenho pais estranhos.
— Tá bom. — Dou de ombros.
— Vamos depois do almoço. No carro do seu irmão. — Não tínhamos um carro. Mas às vezes quando eu ia na casa o meu pai, ele fazia o Doyoon emprestar o carro. — Como foi a aula pela manhã? Deve ter sido muito chato passar a noite trancada na faculdade.
— A professora de anatomia gosto do meu trabalho.
— Só gosto.
Ri sem humor:
— Bem, foi o único trabalho que ela só gostou!( … )
Andamos pelo shopping. Fazer comprar é cansativo, ficar de loja em loja, mas deixar a minha mãe escolher é pior. Ela aponta para uma peça em exposição na vitrine, extravagante e do tipo que as garotas usam para tentar procriar.
— O seu namorado iria gostar desse!
— Ele não é o meu namorado.
Mas ele iria gostar. Acho que dá para ver até o meu útero usando aquilo.
— Ainda. Vai por mim, é melhor levamos. — Aconselha. Já entrando na loja. Ela carrega a minha irmã com as duas mãos com medo de derrubada. — O que eu sempre digo?
Sigo atrás:
— Cerveja antes da vodka, e não dar a bunda na primeira vez?— É, isso também. Mas eu também digo: esteja sempre preparada, não aceito netos antes dos 26. — A loira vira a etiqueta para ver o número e eu quase caí para trás com o preço.
— 250,00 reais, em uma única peça!
Ela faz um movimento com a cabeça em desdenho:
— Vou comprar no cartão. E é o seu pai que vai pagar, então, pegue o que quiser.Revirei os olhos. Os dois se falam como velhos amigos. Minha mãe usou o dinheiro dele para nos manter por muito tempo, sem nenhum remorso ou sentimento de dívida.
— Posso ajudar? — A atendente abre um sorriso.
— Sim.
— Não!
— Pode sim, eu quero essa peça da vitrine tamanho M.
[ … ]
A minha mãe tinha razão. Era uma questão de tempo, mas só para o sexo. O resto não viria a acontecer, o amor, não tinha amor. É eu colocaria um ponto final nessa história, daria o que ele tanto queria.
Buzino na frente da sua casa até ele aparecer. Vim com a saia mais curta, e o batom mais preto.
Abaixo o vidro encarando sua figura confusa:
— Entra no carro.Ruan pisca, ainda parado no mesmo lugar. Buzino de novo, irritada. Ele se apressa e entra. Piso no acelerador, não sou boa dirigindo, mas consegui tirar a carteira na quinta tentativa.
Esbarro em umas latas de lixo e ele colaca o cinturo.
— Ei, escuta, você não precisa fazer isso. Para o carro o vamos conversar…
— Como assim? Tem alguma coisa errada? — Freio de uma vez antes de acertar uma velhinha atravessando a rua com um cachorro pequeno no colo.
O ruivo junta as sobrancelhas escuras, indignado.
— Tem, você, tentando matar a gente!
— Não estou tentando matar ninguém — acelero, assim que a rua fica limpa. —, só dirigindo.
— Dirigindo? É isso que chama de dirigir? — Ruan se segura no banco.
— Quer segurar a minha mão?
Nega sacudindo a cabeça várias vezes. Olho para frente. Ultrapasso uns carros lentos, alguns motoristas sempre buzinam para mim. Ruan pega o celular, ouço o som do teclado.
— Para onde está me levando?
— Você vai amor, querido! — Forço uma voz gentil.
***
Desculpem a demora. Deixei para postar hoje. Que é o meu aniversário. :-)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Garotos cruéis! - Livro 02
عاطفيةSinopse: Ruan seria facilmente o cara que qualquer uma pegaria se estivesse dando bobeira em uma festa. Mas ele faz o tipo manipulador que te daria um fora e você sairia sorrindo. Um dos 4, do grupo de elite da escola, que promete ser tão cruel quan...