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16/09
Point of view: Doa

Acordo no carro com uma puta dor de cabeça e um braço me abraçando. Fui assimilando a situação e agora entendo... Não me apetece.
Depois da Doarda acordar, ela disse pra irmos a algum rio tomar banho, conversar e tirar tempo, fizemos isso. Acho que vai ser bom estar um tempo longe do Pedro para assimilar as situações paias.
Chegando lá, a lelé da cuca tirou a calça e sutiã e entrou no rio com blusa. Tirei o moletom e calça e entrei junto com ela.
Depois de nadarmos, sentamos no lugar mais raso e ela começou a falar olhando para o nada.

Doarda: Eu sei que não significou nada pra ti, mas pra qualquer dos efeitos, peço desculpas porque agi como uma vaca de verdade.

-Fia, fica suave. Não te julgo por nada e nem vou.

Doarda: Eu tinha ficado com o Pedro naquele show que gravaram a gente juntos andando de mãos dadas e a gente de fato estava tendo "algo", mas em algum momento, por algum motivo ele se afastou muito de mim e disse que era melhor a gente parar de ficar e deu um motivo super banal, mas estava claro prs mim que ele queria outra pessoa. Eu praticamente te usei e me sinto nojenta por isso.

-Eu confesso que ser drogado me deu uma sensação rápida de assédio. -Rimos- Tá' suave, de verdade, Duda. E você nunca vai significar "nada" pra mim, okay? Sempre poderá contar comigo, caralho. Tamo' junto, porra.

Tá que aquela informação me deixou meio pá, mas ignorei (ou tentei).

Doarda: Continua um cara foda. -ficou um tempo em silêncio- Porque você não me falou que ia pra SP ao invés de sumir naquela época?

-Medo, acho que se não fosse sem pensar, continuaria aqui, preso com meus paradigmas em uma faculdade de educação física frustrado, por ser uma zona de conforto mesmo. Eu peço desculpas, fui muito irresponsável.

Doarda: Você está feliz? Estável?

-Nossa, no geral, pra caralho. Sou um vagabundo, tenho um canal que só gravo chapado e bêbado com os meus melhores amigos. Ainda tenho um irmão foda que cola comigo em tudo.

Doarda: Mas e o Carlos Henrique, fora do Doa.

-Está entendendo o que é o presente e saindo do passado, tentando estar confiante, ele está crescendo bastante. E a Eduarda Hippler, como está?

Doarda: Rapaz, está crescendo também, estou ficando bem, mas venho tacando vários foda-se pelo cansaço.

-Continua na terapia, né?

Doarda: Com certeza.

-Tem que ser assim. -Percebo ela tentando disfarçar o frio- Vamos sair da água.

Doarda: Graças a Deus.

Dei uma risadinha.
Dei meu moletom a ela e fomos pro carro.

Doarda: Fico feliz de verdade que estamos ficando bem.

-Não some não, Duda. Sou seu amigo, papo reto.

Doarda: Mesmo eu tendo visto seu pau?

-Mesmo assim.

Ela me deixou em casa e vi que já eram 13:00hrs. Entrei no meu quarto e logo em seguida vem o Pedro todo apressado atrás.

Pedro: Eu não aguentava mais ficar acordado e espero que tenha curtido a xereca, -o cabra estava tímido e nervoso pra caralho, ele riu e deu duas piscadas rápidas- mas na minha cabeça, não faz sentido que eu comece o que nós temos e termine porque sou um medroso de merda. Eu gosto de você sim. Gosto de cada traço, do humor de primata, do olhinho caído mesmo quando não está chapado, da facilidade que você tem pra chorar e da sua voz grossa de locutor. Ninguém nunca me atraiu tanto quanto você e seus detalhes perfeitos. É até estranho eu estar falando sério tão constantemente ultimamente, mas vai ficando difícil fugir.

-Eu ta-

Pedro: E digo mais, se você não gostar de volta e for só atração mesmo, eu supero, foda-se, mas olhando no teu olho, Carlos, eu digo que a gente sempre vai estar junto, mano. Independentemente de qualquer fita.

-Eu não consegui escutar tudo porque você falou muito rápido, mas o que escutei foi suficiente.-ri e passei a mão no rosto- Eu também te curto, Pedro, acho que desde sempre, seja sóbrio ou bêbado, chapado, no crack ou na porra que for.

Ele se aproxima muito tímido e eu dou um sorriso.

Pedro: Posso te dar um abraço? Desculpa estar tão gay.

-Acostumo um dia, né.

Dou um abraço nele e me permito sentir o cheiro dele denovo, do cabelo dele. Já dá até pra dar o cu nessa altura.

-Obrigado por ultrapassar seus medos por mim.

Pedro: Meu medo é te perder, e isso iria acontecer se eu não falasse.

-Você nunca vai me perder, cabra.

Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto e nem sei ao certo porque. Nos separamos e ele passou a mão na minha nuca com um sorriso. O sorriso mais lindo que tem.

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soutaro o ponto eta porra
si gostô dá a ixtrelinha aí imbacho ☆

Brothers. -Doazin e OrochinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora