Treze_Depois daquele beijo

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Yang-Na

— Sério isso? — Vejo a cara de Jungkook se contorcer em uma careta.

— Sim. Se somos namorados, tenho que ter alguns benefícios.

— Você já conheceu a Coco Chanel, Coco! O que mais quer?

— Ué, coisas que namorados fazem, levar a namorada para sair, comprar coisas que ela quer, mimar ela, agradá-la, essas coisas.

— Percebeu que tudo isso só engloba você né?

— Claro! Sua parte é eu ir nos eventos e ser beijada em um programa televisivo por livre e espontânea pressão. — Aquele beijo aconteceu a uma semana atrás. E desde então estou infernizando a vida de Jeon Jungkook. Minha mãe me ligou me dando um sermão sobre eu ter mentido para ela sobre não estar namorando. Eu nem me esforcei em tentar explicar que não era nada disso, sei que mesmo assim ela não entenderia.

— Yang-Na, isso foi a uma semana e você ainda continua nessa?

— Não muda de assunto. — Eu afino os olhos em sua direção. — Então vai fazer sua parte ou não?

— Eu vou fazer. — Eu dou pulinhos animada.

— Bom, agora tenho que ir. — Pego minha bolsa na mesinha de centro.

— Para onde vai?

— Por que quer saber? — Arqueio uma sobrancelha.

— Somos namorados, temos que saber onde o outro está. — Não acredito que ele está usando isso contra mim!

— Não que eu tenha que te dizer, mas estou indo ter com Jiyun. — Ele assente. — Bom, até mais tarde. — Eu aceno me despedindo e saí-o de casa.

• • •

— Eu juro que quando eu vi aquilo na tela, minha boca caiu. — Jiyun ri.

— Eu não sabia aonde enfiar minha cabeça depois daquilo. Minha mãe me ligou e falou sobre eu mentir para ela. — Eu faço uma careta me lembrando de suas palavras. — E na empresa, todo mundo só me olha torto.

— Eu reparei, esses dias peguei as secretarias falando de vocês. "ain como formam um casal lindo!" — Eu rio quando Jiyun finge uma voz fina e esganiçada. — Eu juro, era desse jeito. — Rimos. — Mas acho que o vosso marketing está resultando, apesar de terem algumas pessoas que falam mal, a maioria está amando. — Eu sorrio olhando para a calçada.

Depois daquele beijo, algumas coisas têm acontecido comigo, não sei explicar. Talvez eu esteja perdoando o Jeon pelo que aconteceu quando éramos mais novos??? Eu sei que pode parecer idiotice, mas Jeon vêm se mostrando alguém """melhor""".

— Tá pensando em o que?

— Ham?

— Você ficou calada do nada.

— Ah! Não é nada. — Jiyun assente.

— É nesse seu "não é nada" que fica pensando demais. — Jiyun parece mais preocupada comigo do que me dando uma bronca. — Sabe como fico preocupada. — Ela fez um beiço e lambe seu sorvete que já estava escorrendo.

— Estou bem Jiyun, e se não estivesse, você sabe que você seria a primeira pessoa à saber. — Ela assente. Eu dou atenção ao meu sorvete que também já estava derretendo demais.

Eu e Jiyun estamos em um park perto do rio Han. Pegamos uns sorvetes em um trailer de sorvetes e começamos a caminhar. Estar aqui e com Jiyun. É como respirar ar fresquinho.

Acho que Jiyun não sabe, mas ela é muito mais que minha melhor amiga, esteve comigo em momentos dolorosos e que com toda certeza eu não conseguiria me levantar sozinha.

Eu olho para ela que está tomando seu sorvete distraidamente.

— O que foi? — Ela me olha.

— Você é linda. — Eu afirmo.

— Own! — Ela faz um beiço do tamanho do mundo. Quem a visse assim nem imaginaria que a metade dos funcionários da empresa tem medo de falar com essa garota. — Você também é, minha linda. — Jiyun me dá um beijo na bochecha todo melado de sorvete.

— Jiyun! — Eu reclamo, mais rindo que qualquer coisa. — Tô toda suja.

— Vêm que eu limpo. — Ela se aproxima com um guardanapo e limpa minha bochecha com delicadeza.

• • •

— Foi tomar sorvete com a Jiyun. — Eu me viro para Jeon com o cenho franzido. — Depois foram para uma Daiso comprar coisas de "garota". — Jeon faz aspas com os dedos encostado na ilha.

— Virou stalkear agora? — Pergunto voltando a fazer meu chá.

— Eu não, mas os paparazzis sim. — Ele diz como se não fosse estranho ter pessoas que você nem conhece te perseguindo por aí.

— Esses paparazzis... — Eu me viro para ele com minha xícara em mãos. — Eles já não tem tudo? Fomos à um programa e ainda nos beijamos em rede nacional! — Tomo um gole do chá de camomila e olho para ele que continua na mesma posição. Seus quadris encostados na ilha, os braços cruzados e a expressão indecifrável.

Vou enlouquecer se ele continuar me olhando assim.

— Eles vão querer mais. — Para ele aquilo não parecia um problema. Posso até dizer que vi um sorrisinho no canto de seus lábios mas que logo se desfez dando lugar à expressão impassível. Jeon está estranho.

— E nós vamos ter que dar. — Eu suspiro olhando a fumaça do meu chá saindo.

Não sei se fico feliz ou triste por isso.

Jeon não diz mais nada, apenas saí da cozinha e se perde no corredor do apartamento.

Minutos depois ele retorna vestido com outra roupa, não mais a confortável para ficar em casa. Ele está arrumado para sair e está muito perfumado.

— Vou sair. — Ele diz pegando seu cartão na bandejinha no canto da ilha. Agora eu estou sentada na sala de estar. Jeon não parece querer me dar tempo de lhe perguntar qualquer coisa pois segundos depois a porta bate e Jungkook está fora do apartamento.

Para onde será que ele vai todo arrumado e super cheiroso?

Continua...


O irmão da minha melhor amiga|Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora