Jeon Jungkook
Acordo no meio da madrugada com meu celular tocando. Quero me bater por ter esquecido de colocar no silêncio. Ainda sonolento o pego na mesinha de cabeceira, mas todo esse sono se esvai quando vejo quem está me ligando. Yang-Na.
Eu me sento na cama e atendo imediatamente. Ainda estou meio ressentido com o que vi no elevador. Se ela estava saindo com alguém, o mínimo que podia fazer era me dizer. Mas escondeu de mim.
— Fala Yang-Na.
— Ei, Jeon. — Risadas. Consigo identificar de quem são, ela está com Jiyun. Só poderia. — Eu nem sei por quê estou te ligando. — Mais risadas, mas dessa vez misturadas. — Eu só escutei uma música e lembrei de você. — Silêncio.
— Yang-Na está aí?
— Ah sim estou, só estava caminhando para o banheiro. — Ela ri, talvez do ar. Eu acabo sorrindo, a risada de Yang-Na é boa de se ouvir. Lembro que a ouvia mais quando éramos adolescentes, depois foram só carrancas e revidas de olhos para mim. Não sei por quê mudou, só sei que sinto falta. — Eu gosto de você Jeon. — Eu paraliso. Meus olhos se forçam mais em meio a escuridão do meu quarto e eu percebo que eles se arregalaram. — Gosto de você mesmo depois de tudo que me fez. Partiu meu coração em pedacinhos e até hoje não consegui recolher todos. Mas você ainda está em cada um deles. Mesmo que doía. — Posso sentir meu coração dilacerar com cada palavra que ela diz, e o tom choroso não ajuda muito, quero ir ao seu encontro agora mesmo e a abraçar. Pedir desculpas, mesmo que não tenha feito nada. Mas só pedir.
— Yang-Na eu... — Minha voz é interrompida por outra voz masculina ao fundo. Ela chama Yang-Na para ir para casa e antes que eu consiga identificar de quem é, Yang-Na volta a falar.
— Estou vindo para casa, venho com Jiyun e Kang Hojun. Ele é um querido e se ofereceu para nos levar. Sua irmã não pretendia dirigir, então veio sem o carro. — Meu sangue ferve, o que Kang Hojun estava fazendo lá?
Eu que sou o namorado dela, o que aquele idiota fazia lá?
Mas cai-o na real, sou namorado dela para as outras pessoas. Não sou namorado dela de verdade. E não sei se posso confiar no que Yang-Na disse, ela está embriagada. E além do mais, beijou o Kang Hojun no elevador.Me jogo na cama e suspiro. Queria que Yang-Na gostasse de mim.
Não durmo antes de Yang-Na chegar. Quando ela e Jiyun chegam, ouço vozes e risadas, uma das vozes é de Kang Hojun. Me levanto e paro na porta encostando meu ouvido nela.
— Obrigada senhor Kang. — Yang-Na se enrola um pouco nas palavras, mas entendo perfeitamente o que ela diz. — Você é um querido. — E ouço um estalo. Yang-Na beijou ele?
— Não tem de que senhorita Yang-Na. — Ele se despede e ouço a porta fechar. Depois ouço risadas.
— Vamos dormir. — Ouço Jiyun dizer.
Eu me sinto desiludido, Yang-Na me ligou embriagada e dizendo que gosta de mim, eu já deveria saber que não era verdade, além da história de que eu parti o coração dela. Ela devia estar confusa e ligou para a primeira pessoa que viu na lista.
A manhã chega e eu sinto que não dormi nada, na verdade não dormi mesmo. Fiquei a noite inteira pensando em Yang-Na e Kang Hojun. Não deveria ter feito isso, meu humor estava péssimo. E aquelas duas lombrigas perambulando pelo apartamento não me ajudava.
Era bom ter minha irmã por perto, mas não quando ela está de ressaca, é muito menos quando tenho que fazer sopa para ela.
— Se dói tanto, não devia beber por aí. — Eu resmungo indo ao seu encontro no sofá com a tigela de sopa acabada de fazer.
— Aí Jeon... — Ela começa mas logo faz uma careta de dor e coloca a mão na cabeça. Mesmo querendo ralhar com ela, me preocupo. Vou ao meu quarto procurar uma aspirina e lhe dou.
— Bebe tudo. — Digo quando ela ameaça largar o copo com água na mesinha de centro. Jiyun é enjoada com remédios e sei que se não beber toda água, vai mandar a aspirina para fora.
Ela parece ficar um pouco melhor e então toma a sopa.
— Aonde está Yang-Na? — Mesmo estando bravo com ela, ainda me preocupo que ela esteja na mesma situação que Jiyun.
— Tomando banho, mas não está melhor que eu viu. — Assim que Jiyun acaba de falar, ouvimos uma das portas bater e depois passos. Yang-Na aparece no corredor já vestida e com uma toalha adornando seus cabelos.
Por alguns segundos perco a respiração. Mas minha mente me prega uma peça e logo me direciona a imaginar Yang-Na beijando Kang Hojun. Eu aperto a colher em minha mão e volto a prestar atenção à panela e a tigela.
Yang-Na vai ao encontro de Jiyun no sofá, ela reclama de dor de cabeça e diz que não se lembra de nada de ontem à noite. Como eu esperava, Yang-Na estava embriagada demais para ter noção de suas ações. O que me disse ontem não passava de uma confusão de alguém embriagado. Isso me deixa mal por algum motivo.
— Toma. — Lhe entrego um copo com água e a cartela de aspirina que eu havia devolvido ao quarto depois de Jiyun tomar.
Os olhos grandes e castanhos de Yang-na me encaram enquanto sua boca rosa sibila um "obrigada". Eu desvio o olhar.
Ela toma a aspirina e depois lhe entrego o um prato com sopa.
Nós comemos em silêncio. Não quero conversar. Acho que se falar demais, acabarei tocando no assunto Yang-Na e Kang Hojun. E não quero que isso aconteça.
Continua...
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O irmão da minha melhor amiga|Jeon Jungkook
RomanceFingir um relacionamento pode até ser fácil para alguns, mas não quando se trata de Yang-Na que por travessas da vida é obrigada a morar sobre o mesmo teto que seu arqui-inimigo e irmão de sua melhor amiga, Jeon Jungkook. O que pode acontecer quando...