O irmão da minha melhor amiga|Jeon Jungkook

Dezanove_Contratada

Yang-Na

— Aqui tem muitos lugares para visitar. É tudo muito lindo. — Eunwoo diz enquanto caminhamos à beira mar.

— É sim. — Olho para a praia com admiração. A água cristalina faz meus olhos brilharem. É linda.

Já fazem mais ou menos três semanas que estou aqui, Eunwoo tem sido meu guia turístico durante esse tempo. Além de ser um bom vizinho claro.

— Em que tanto pensa?

— Na vida, Eunwoo, na vida. — Digo vagamente. Não falo muito de mim para ele, apenas o necessário, apesar de eu desconfiar que ele sabe quem sou.

— Você é muito misteriosa. — Sua afirmação é acompanhada de um risinho no fim. O que também me faz rir.

— Tenho meus motivos. — Apenas e apenas isso.

— Você é divertida Yang-Na. — Eu rio.

— Misteriosa e divertida, gosto da combinação.

— Misteriosa e divertida... — Eu rio de leve sussurrando as palavras para mim mesma. — Eunwoo. — Chamo olhando para a frente.

— Fala.

— Já pensou em largar toda sua vida e ir para um lugar em que não conhece absolutamente ninguém?

— Na verdade, nunca. Tem que ser corajoso demais para isso ou, amar demais.

— Amar demais? — Indago.

— Eh. Amar demais. Largar tudo pela pessoa que a gente ama. Nesse nível. — Eu assinto pensando no assunto.

— Mas e você Yang-Na, é corajosa ou ama demais? — Penso na resposta.

— Sou corajosa, Eunwoo, sou corajosa... — Dou-lhe um pequeno sorriso.

Eunwoo assente e continuamos a caminhar.

Logo, logo chegamos no prédio em que vivemos. Eu me despeço de Eunwoo assim que o elevador abre as portas nos mostrando nosso corredor habitual.

— Foi legal hoje, deveria sair mais vezes. — Eunwoo diz enquanto minhas pernas me levam para minha porta. Eu apenas assinto não querendo falar mais.

Sua pergunta ainda ronda minha cabeça. Apesar de a ter respondido, em minha cabeça não acho que a respondi devidamente.

— Vou pensar. — Aceno me despedindo e entro no apartamento.

Tiro meus sapatos e me arrasto até ao sofá. Esses dias vem sido...difíceis posso dizer. Não me comuniquei com mais ninguém, nem minha mãe, nem Jiyun...nem Jungkook.

Desses três a única que sinto vontade de dar sinal de vida é Jiyun.

E logo é o aniversário dela...e de Jeon!

Em um impulso me levanto do sofá e decido ligar para ela. Ao menos isso ela merece.

Jiyun quase chora quando ligo para ela e me ameaça por sumir. Depois marcamos de nos encontrar em um café ainda essa semana. Talvez eu já esteja pronta para lhe dar com tudo isso, ou pelo menos apenas ter uma tarde com minha melhor amiga.

•••

— A vaga ainda está disponível? — Pergunto a mulher baixinha e de pele extremamente clara que me atende. Passei em frente à um salão de beleza ontem e vi um anúncio, hoje retornei mais apresentável.

— Está sim. — Eu sorrio. Ela me dirige até seu escritório e nos sentamos à mesa.

— Eu gostaria de ocupar a vaga. — Ela assente e puxa uma prancheta com um papel em cima.

— Você tem alguma experiência com beleza e atendimento ao público? — Eu mordo meu lábio inferior. Não tinha nenhuma experiência com beleza, pelo menos não em outras pessoas. E atendimento ao público depende, eu trabalhava com meus colegas no escritório, não era exatamente o público, mas eram pessoas.

— Sinceramente, a única experiência com beleza que tenho, é em mim mesma. Sei fazer maquiagem básica e de eventos, faço o meu próprio cabelo muito bem e me viro em mais algumas coisas, dependendo do que aparece. — Eu digo esperando que ela considere o jeito que estou arrumada. Fiz uma maquiagem básica, deve ser demonstração suficiente do que lhe falei. — E atendimento ao público mesmo...zero experiência. — Ela anota algo na prancheta e eu me desespero. — Mas eu posso aprender! — Acrescento.

— Tudo bem senhorita...Yang-Na. — Sua cara não mostra se vou ser contratada ou não.

— Eu posso aprender mesmo. Tipo tudo e do zero. — Suplico.

— Eu vou entrar em contato com você.

— Eu não tenho celular, mas posso vir aqui todo dia para ter a resposta. — Ela me olha estranho mas depois apenas assente.

Eu me levanto e me despeço.
Tomara que tenha causado uma boa impressão.

Respiro fundo quando saí-o do salão. Jeju é um lugar tão tranquilo, diferente de Seoul que nem dá para respirar direito que você já apanha umas trinta doenças respiratórias.

Eu rio do meu pensamento e começo a caminhar para longe do salão.

— Senhorita! — Ouço alguém gritar e me viro. É a mulher que me entrevistou.
Ela acena para que eu vá até ela e assim faço quase que correndo.

— Quando está apta a começar o trabalho? — Eu sorrio assim que ouço sua pergunta.

— Hoje mesmo.

— Então, está contratada senhorita Yang-Na. — Ela aperta minha mão com um sorriso nos lábios.

Eu me sinto aliviada, finalmente tenho um emprego!

Continua...
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