O semblante de Alfonso denunciava a turbulência interna que o consumira durante a noite. Sentado na bancada da cozinha, sua mão inchada era uma lembrança física das emoções intensas que o levaram a desferir murros contra a parede. O suco de laranja era tomado mecanicamente, como se cada gole fosse uma tentativa de dissipar a amargura que o assombrava.
O silêncio na cozinha ecoava a tempestade emocional de Alfonso. Seu olhar distante revelava uma mente mergulhada em pensamentos tumultuados. A noite de insônia deixava suas marcas não apenas na expressão cansada, mas também na profundidade das rugas que se formavam em sua testa.
Os ruídos esporádicos da mansão ao despertar para um novo dia pareciam distantes aos ouvidos de Alfonso, imerso em seu próprio mundo interno. O suco de laranja, habitualmente refrescante, agora era apenas um líquido que descia pela garganta sem proporcionar alívio para a tormenta emocional.
Cada gota de suco era acompanhada por uma lembrança do que testemunhou na noite anterior. O inchaço em sua mão era um lembrete físico de como a raiva e a frustração podem se manifestar de maneiras destrutivas. Em meio ao silêncio e à solidão da cozinha, Alfonso buscava encontrar uma maneira de lidar com os sentimentos que o assombravam e compreender o impacto da revelação de Any em sua vida.
A atmosfera pesada na cozinha foi abruptamente interrompida pela entrada animada de Any. Seu bom humor era evidente no sorriso amplo que iluminava seus lábios, como se ela carregasse consigo uma energia contagiante. A alegria dela contrastava fortemente com a tensão que ainda pairava no ar.
Any, alheia à tempestade emocional de Alfonso, aproximou-se com uma naturalidade radiante. Seu sorriso parecia capaz de dissipar as sombras que se acumulavam na cozinha. Enquanto Alfonso mantinha a expressão séria, Any era como um raio de sol que insistia em atravessar as nuvens escuras.
A interação iminente entre os dois, com mundos emocionais tão distintos, criava um cenário de contraste. Era como se o universo de Alfonso, marcado por inquietações e conflitos, encontrasse uma brecha na aparição de Any, que irradiava positividade.
A cozinha, agora palco dessa dualidade emocional, aguardava para testemunhar como essas forças opostas se entrelaçariam, se é que o fariam.
Any: Bom dia, Poncho - sorrindo.
Ele nada respondeu; foi então que ela reparou na mão dele.
Any: O que aconteceu com a sua mão?
Poncho: Nada - seco.
Any: Vamos cuidar disso, vem.
Poncho: Me deixa em paz, Anahí!
Any: Não vou deixar você assim, venha.
Poncho: Já disse que não quero.
Any ignorou a resposta e pegou sua mão, examinando com cuidado.
Any: Precisamos colocar gelo nisso. O que aconteceu?
Poncho: Não é da sua conta.
Poncho permaneceu em silêncio, e Any continuou cuidando da mão dele.
Any: Você pode pelo menos me dizer o que aconteceu? Não acho que tenha se machucado por diversão
Poncho: Já disse que não é da sua conta, Anahí. Deixe pra lá.
Any: Poncho, nós estamos aqui na mesma casa, e é impossível ignorar tudo o que está acontecendo. Não precisa ser assim entre nós.
Poncho permanece em silêncio, resistindo a compartilhar mais do que deseja.
Any: Prontinho - terminando de fazer curativo

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Coincidências do Amor AyA
RomanceAh, o amor, sempre tão imprevisível, e muito complicado Alfonso e Any que o diga, hein? O coração gosta de pregar peças, mesmo quando juramos o contrário. Alfonso alega odiá-la, mas sob esse ódio fervilha um sentimento mais profundo. Em meio a coinc...