Alfonso dirigia pelas ruas da cidade, dirigiu por horas, quando se deu conta já havia anoitecido, buscando um refúgio nas estradas noturnas para clarear a mente. O som do motor e o vento suave pela janela eram os únicos acompanhantes em seu trajeto solitário. As lembranças do passado se entrelaçavam com as luzes da cidade, formando um mosaico de emoções conflitantes.
Cada esquina, cada rua, parecia ecoar momentos que ele preferiria esquecer. A traição de Marcelo, os eventos nas Filipinas, tudo se misturava em sua mente, criando uma teia complexa de sentimentos. A escuridão da noite era uma metáfora perfeita para a confusão que pairava sobre Alfonso.
O vislumbre da cidade à noite proporcionava uma sensação de liberdade, mas também trazia consigo a carga pesada de decisões e acontecimentos passados. Enquanto dirigia, Alfonso refletia sobre suas escolhas, sobre como o passado impactava seu presente e sobre o que o futuro reservava.
Cada quilômetro percorrido era uma tentativa de deixar para trás as sombras que o assombravam. O asfalto sob as rodas do carro representava um caminho para a frente, uma busca por clareza em meio ao caos emocional. E, na solidão da noite, Alfonso enfrentava seus próprios fantasmas, determinado a encontrar um sentido para tudo aquilo.
No café aconchegante, Alfonso segurava a xícara de café entre as mãos, observando as ondulações da bebida quente. Seus pensamentos estavam tumultuados, como um quebra-cabeça desordenado que teimava em não se encaixar.
A atmosfera tranquila do local contrastava com a tempestade interna que Alfonso enfrentava. Cada gole de café era acompanhado por uma avalanche de lembranças, dúvidas e anseios. A escolha do café era sua tentativa de encontrar conforto em um ambiente conhecido, mas as questões em sua mente persistiam.
A relação complicada com Any, as feridas do passado e as incertezas do futuro eram como correntes que o prendiam. Alfonso buscava respostas, buscava entender se poderia superar as cicatrizes do passado e construir um caminho sólido com Any.
Enquanto saboreava o café, Alfonso mergulhava em uma introspecção profunda, questionando-se sobre suas próprias emoções e sobre como enfrentar os desafios que se apresentavam. O aroma do café pairava no ar, mas a fragrância do desconhecido permeava sua mente, deixando-o em um estado de reflexão intensa.
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Any, após passar a manhã com seu pai, sentiu a ausência de Alfonso durante a tarde. A expectativa de encontrá-lo foi substituída pela decepção da sua não presença. O tempo parecia se arrastar enquanto Any aguardava ansiosamente por um sinal dele.
Cada minuto que passava aumentava a incerteza e a inquietude. Any, inquieta, tentava compreender o que poderia ter acontecido para ele não aparecer conforme o combinado. Uma sensação de desconforto e preocupação tomava conta dela, enquanto questionava o motivo da ausência de Alfonso.
Enquanto esperava, Any se via mergulhada em pensamentos, ponderando sobre o que poderia ter levado Alfonso a não comparecer. As dúvidas pairavam no ar, mas a esperança persistia, aguardando uma explicação que dissipasse a inquietude que dominava o momento.
Any, envolta pelo medo e insegurança, sentia que as horas de espera eram um martírio. A incerteza sobre o que estava acontecendo e a possibilidade de ter sido usada começaram a pesar em seu coração. A sensação de arrependimento começava a se instalar, alimentada pela ideia de que as coisas voltariam a ser como antes, quando Alfonso a evitava e parecia indiferente.
O turbilhão de emoções a levou a questionar cada interação deles, buscando por sinais de que tudo aquilo era genuíno. O medo de se machucar novamente e a insegurança sobre o que estava por vir tornaram o tempo de espera quase insuportável para Any. Cada minuto parecia uma eternidade, enquanto ela enfrentava a possibilidade de ter confiado demais e se visto em uma situação dolorosa mais uma vez.
Any, sobrecarregada por pensamentos e inseguranças, retirou-se para seu quarto. Deitou-se na cama, mergulhando em um mar de dúvidas que tumultuavam sua mente. Cada momento vivido com Alfonso parecia um quebra-cabeça, e ela buscava desesperadamente por pistas que pudessem decifrar seus sentimentos e intenções.
A exaustão emocional a envolveu e, enquanto tentava entender os acontecimentos recentes, Any adormeceu. Seus sonhos, agora, eram um reflexo do caos de emoções que permeavam sua realidade.
Any, despertando no silêncio da madrugada, percebeu um toque suave acariciando seu rosto. A penumbra do quarto revelava a figura de Alfonso, cujos dedos delicadamente traçavam linhas invisíveis em seu rosto. Em seu olhar, Any buscava respostas silenciosas para as inseguranças que a assombravam.
Poncho: Desculpe por não ter vindo antes, tive um dia complicado
Any olhou nos olhos dele, buscando a sinceridade nas palavras proferidas. As carícias de Alfonso transmitiam um conforto que gradualmente dissipava as sombras da incerteza.
Any: Pensei que não viesse - sonolenta
Poncho: Any, eu entendo como minhas ações podem ter te deixado confusa e insegura.
Any, ouvindo as palavras de Alfonso, sentiu um nó se desfazendo dentro dela. As palavras dele eram um bálsamo para suas inseguranças.
Poncho: Descanse, estou aqui com você
Any: Espero que você esteja falando a verdade - fechando os olhos
Alfonso continuou acariciando suavemente o rosto de Any enquanto ela se entregava ao sono. A noite se transformou em silêncio, e a promessa de um novo começo pairava no ar, trazendo consigo a esperança de um futuro mais seguro e claro para Alfonso e Any.
Poncho: Se você soubesse
Os sentimentos de Alfonso por Any eram um turbilhão de emoções indescritíveis. Cada olhar, toque e palavra compartilhada entre eles ecoava com uma intensidade que o deixava perplexo. As complexidades do passado, os desafios que enfrentaram, tudo isso apenas aumentava a profundidade de sua ligação com Any.
Havia uma parte de Alfonso que ainda se via perdida, tentando compreender completamente a magnitude do que sentia. No entanto, em meio a essa confusão, uma certeza emergia: Any não era qualquer pessoa, mas uma parte fundamental do seu presente e, ele esperava, do seu futuro.
A maneira como seu coração acelerava na presença dela, a urgência de estar ao seu lado nos momentos difíceis e a vulnerabilidade que sentia ao abrir seu coração eram sinais inequívocos da profundidade de seus sentimentos. Era como se Any fosse a âncora que ancorava sua alma, mesmo nos mares tumultuosos do passado.
Cada gesto carinhoso, cada palavra de conforto, eram expressões tangíveis desse sentimento intenso e, ao mesmo tempo, desafiador. Alfonso, muitas vezes, se via questionando se seria capaz de lidar com toda a carga emocional que esses sentimentos traziam consigo. Um sentimento tão intenso e tão profundo que chega a ser doloroso.
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Coincidências do Amor AyA
RomansaAh, o amor, sempre tão imprevisível, e muito complicado Alfonso e Any que o diga, hein? O coração gosta de pregar peças, mesmo quando juramos o contrário. Alfonso alega odiá-la, mas sob esse ódio fervilha um sentimento mais profundo. Em meio a coinc...