Na penumbra do quarto, Any refletia sobre as palavras de Alfonso, tentando desvendar a complexidade de seus sentimentos. A aversão dele por crianças causava um desconforto em seu coração, questionando se um futuro com ele seria possível. As dúvidas e inquietações pairavam na atmosfera, tornando a madrugada um cenário de reflexões profundas.
As palavras de Alfonso ecoavam em sua mente, e ela se via dividida entre o desejo de compreender seus motivos e a incerteza sobre o que significariam para o futuro deles. A aversão dele por crianças parecia uma barreira intransponível, um aspecto de sua personalidade que Any ainda não conseguia conciliar com a ideia de construir uma vida juntos.
Ao mesmo tempo, as palavras de Simone sobre Alfonso ter seus próprios filhos ecoavam como um contraponto à aversão declarada por ele. A dualidade nas atitudes de Alfonso gerava um turbilhão de emoções em Any. Ela se perguntava se poderia realmente construir uma relação duradoura com alguém que parecia tão firme em sua aversão ao universo infantil.
A madrugada se desenrolava lentamente, e o quarto silencioso era palco das reflexões de Any. A luz fraca do abajur destacava seus pensamentos conflitantes enquanto ela ponderava sobre o que fazer em meio a essa incerteza. A tensão gerada pela conversa no carro e a falta de clareza sobre os sentimentos de Alfonso a deixavam em um estado de inquietação.
Any sabia que uma conversa franca com Alfonso era necessária, mas temia que isso pudesse desencadear uma nova onda de desentendimentos. Seus sentimentos por ele eram profundos, mas a incerteza sobre a compatibilidade de seus desejos para o futuro os deixava em um terreno instável.
Naquela madrugada, enquanto o mundo lá fora descansava, o coração de Any navegava em um mar de dúvidas. O desafio estava em encontrar o equilíbrio entre a compreensão e a assertividade, buscando entender Alfonso sem comprometer os anseios e valores que ela mesma carregava. O amanhecer se aproximava, trazendo consigo a promessa de um novo dia e, quem sabe, uma clareza renovada sobre o futuro que os aguardava.
O relógio marcava seis da manhã, e após uma noite mal dormida, Any se encontrava sentada sobre a bancada da cozinha, segurando um copo d'água. O silêncio na mansão contrastava com a agitação interna que a consumia, refletida no olhar perdido e pensativo de Any enquanto tentava dar sentido aos acontecimentos recentes.
Alfonso adentrou na cozinha, observando Any com atenção.
Poncho: Madrugou?
Alfonso notou o silêncio de Any e se aproximou, preocupado.
Poncho: Aconteceu alguma coisa?
Any: Não, só estou com dor de cabeça
Poncho: Quer que eu faça algo para ajudar com a dor de cabeça?
Any: Não precisa, já estou tomando um remédio.
Poncho: Se precisar de alguma coisa, estou aqui.
Any apenas assentiu, e eles permaneceram em silêncio na cozinha. A tensão era palpável, como se as palavras não ditas estivessem pairando no ar.
Any: Quanto mais tento te entender, mais complicado eu vejo que você é - quebrou o silêncio
Poncho: Às vezes, até eu me complico, Any.
Any: Não consigo entender você!
Poncho: Talvez eu tenha minhas razões.
Any: Pode compartilhar comigo? Acho que precisamos nos abrir mais um para o outro.
Poncho hesitou por um momento, mas finalmente decidiu falar.
Poncho: Minha infância não foi fácil, Any. E, de certa forma, isso afetou minha visão sobre algumas coisas.
Any: Você nunca me contou sobre sua infância.
Poncho: Não é algo que eu goste de falar
Any: Não sei se podemos continuar com isso, eu tentei...eu juro que eu tentei, mas não dá pra mim
Poncho: Porque diz isso? Pensei que estivesse tudo bem
Any: Não dá pra termos algo quando claramente você esconde as coisas de mim, eu sei que é difícil de expressar seus sentimentos, eu sei que você não é do tipo de pessoa que se abre, mas entenda Alfonso, para um relacionamento funcionar precisa ter confiança e eu vejo que isso é algo que você não tem
Poncho: Any, eu...
Any: Não, Alfonso. Não é justo para nenhum de nós. Eu preciso de transparência, de alguém que esteja disposto a compartilhar seus sentimentos comigo. Sinto muito.
Poncho: Any, eu...
Any: Boa sorte, Alfonso.
E assim, Any se afastou, deixando um Alfonso perdido em suas próprias hesitações e medos. O silêncio na mansão ecoava as palavras não ditas e as oportunidades perdidas, enquanto cada um tentava lidar com as complexidades de seus próprios sentimentos.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Coincidências do Amor AyA
Roman d'amourAh, o amor, sempre tão imprevisível, e muito complicado Alfonso e Any que o diga, hein? O coração gosta de pregar peças, mesmo quando juramos o contrário. Alfonso alega odiá-la, mas sob esse ódio fervilha um sentimento mais profundo. Em meio a coinc...