Simone observava atentamente a cena à sua frente. A sala estava impregnada de ternura enquanto Josh cuidava com dedicação de Lucy, e Any, com uma delicadeza palpável, embalava o pequeno Ravi nos braços. Cada movimento deles era como uma coreografia de afeto, preenchendo o ambiente com uma doçura que contrastava com a inquietação nos olhos de Simone.
Ao elogiar a fofura de Ravi, Simone não pôde evitar a sutil tentativa de iniciar uma conversa mais profunda com Any. Seus olhares se cruzaram, e num tom suave, ela quebrou o silêncio:
Simone: Ele é muito lindo.
Any: Estou apaixonada por essa fofura.
O breve diálogo foi interrompido por um silêncio carregado de significado. Simone, com a intuição de mãe, sentia que algo além da aparente tranquilidade estava ocorrendo na vida de Any. Decidiu abordar a questão, buscando a verdade com delicadeza.
Simone: Filha?
Any: Oi.
Simone: Tem algo que queira me contar?
Any: Não.
Simone: Tem certeza?
Any: Tenho, por quê?
Simone ponderou por um momento, consciente de que, como mãe, tinha a habilidade de perceber mudanças sutis no comportamento da filha. No entanto, também sabia da importância de respeitar o tempo de Any para compartilhar suas preocupações.
Simone: Nada, não.
A resposta de Any ecoou no silêncio, mas Simone guardou consigo a inquietação. Ela sabia que, cedo ou tarde, teriam uma conversa mais profunda. Por enquanto, optou por deixar a porta aberta para quando Any se sentisse pronta para confiar seus pensamentos e sentimentos à ela.
ENQUANTO ISSO....
Alfonso encontrava-se em um elegante jantar de negócios, onde a atmosfera requintada se mesclava com a informalidade entre Mauro, alguns acionistas e ele próprio. O cenário era um restaurante sofisticado, com mesas luxuosas e uma iluminação que conferia um tom aconchegante ao ambiente.
A noite transcorria de maneira descontraída, os brindes eram constantes, e a conversa fluiu naturalmente entre negócios e assuntos mais pessoais. As taças de vinho refletiam a luz suave, criando um jogo de sombras que conferia uma aura de mistério à sala.
Jorge, um dos acionistas, interrompeu a conversa com um sorriso malicioso.
Jorge: Alfonso, estava muito bem acompanhado no coquetel, uma bela mulher, diga-se de passagem.
Mauro: Sempre soube que em algum momento as coisas ficariam sérias entre você e a Valentina.
A menção a Valentina, uma figura conhecida nos círculos sociais, provocou um leve sorriso de Alfonso. No entanto, Douglas, outro acionista, corrigiu com uma pitada de curiosidade.
Douglas: Não era a senhorita Valentina, era uma bela loira.
Jorge, com seu jeito brincalhão, acrescentou:
Jorge: Alfonso, meu caro, aprecio muito seu bom gosto por mulheres.
Mauro, ao perceber a direção da conversa, demonstrou interesse.
Mauro: Quem era ela, meu filho?
A descontração do momento deu lugar a uma breve tensão. Alfonso, sempre reservado quanto à sua vida pessoal, respondeu com firmeza.
Poncho: Minha vida particular não diz respeito a ninguém.
Ele destacou a importância de manter os assuntos pessoais fora das discussões de negócios, evidenciando seu compromisso profissional.
Poncho: Estamos aqui para tratar de negócios, não da minha vida particular e muito menos da minha mulher.
A firmeza nas palavras de Alfonso deixou claro que a linha entre o público e o privado deveria permanecer intacta naquele cenário empresarial. A conversa, então, retomou seu tom inicial, centrando-se nos aspectos profissionais que motivaram aquele jantar de negócios.
A noite avançava e, com a saída dos acionistas, um ambiente mais tranquilo envolvia o local. Mauro, sentindo-se mais próximo de seu filho, decidiu abordar o assunto novamente.
Mauro: Não sabia que estava com alguém, poderia apresentá-la para a família. Tenho certeza de que sua mãe iria ficar contente.
A proposta de Mauro visava uma aproximação familiar, algo que ele acreditava ser positivo para todos. No entanto, Alfonso manteve sua postura reservada.
Poncho: Não vejo motivos para apresentá-la para a família.
Mauro, persistente, tentou persuadir o filho.
Mauro: Meu filho, deveria reconsiderar.
Poncho, firme em suas convicções, reiterou sua posição.
Poncho: Como já disse, minha vida particular não desrespeita ninguém. E outra coisa, Mauro, não vejo motivos para apresentá-la para a família.
A resistência de Alfonso era evidente, e sua falta de disposição para compartilhar detalhes pessoais refletia seu desejo por privacidade. Mauro, percebendo que não conseguiria mudar a decisão do filho naquele momento, tentou oferecer uma justificativa mais ampla.
Mauro: Para conhecermos ela.
Poncho, sem se deixar convencer, reiterou sua posição de maneira incisiva.
Poncho: Não precisa, vocês já conhecem.
Sem mais palavras, Alfonso entrou em seu carro e partiu, deixando Mauro sozinho, refletindo sobre as escolhas e limites de seu filho. A tensão entre o desejo de privacidade de Alfonso e a curiosidade paterna delineava um desafio na dinâmica familiar, uma questão que, por ora, permaneceria sem solução.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Coincidências do Amor AyA
RomanceAh, o amor, sempre tão imprevisível, e muito complicado Alfonso e Any que o diga, hein? O coração gosta de pregar peças, mesmo quando juramos o contrário. Alfonso alega odiá-la, mas sob esse ódio fervilha um sentimento mais profundo. Em meio a coinc...