Capítulo 33

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Simone observava atentamente a cena à sua frente. A sala estava impregnada de ternura enquanto Josh cuidava com dedicação de Lucy, e Any, com uma delicadeza palpável, embalava o pequeno Ravi nos braços. Cada movimento deles era como uma coreografia de afeto, preenchendo o ambiente com uma doçura que contrastava com a inquietação nos olhos de Simone.

Ao elogiar a fofura de Ravi, Simone não pôde evitar a sutil tentativa de iniciar uma conversa mais profunda com Any. Seus olhares se cruzaram, e num tom suave, ela quebrou o silêncio:

Simone: Ele é muito lindo.

Any: Estou apaixonada por essa fofura.

O breve diálogo foi interrompido por um silêncio carregado de significado. Simone, com a intuição de mãe, sentia que algo além da aparente tranquilidade estava ocorrendo na vida de Any. Decidiu abordar a questão, buscando a verdade com delicadeza.

Simone: Filha?

Any: Oi.

Simone: Tem algo que queira me contar?

Any: Não.

Simone: Tem certeza?

Any: Tenho, por quê?

Simone ponderou por um momento, consciente de que, como mãe, tinha a habilidade de perceber mudanças sutis no comportamento da filha. No entanto, também sabia da importância de respeitar o tempo de Any para compartilhar suas preocupações.

Simone: Nada, não.

A resposta de Any ecoou no silêncio, mas Simone guardou consigo a inquietação. Ela sabia que, cedo ou tarde, teriam uma conversa mais profunda. Por enquanto, optou por deixar a porta aberta para quando Any se sentisse pronta para confiar seus pensamentos e sentimentos à ela.

ENQUANTO ISSO....

Alfonso encontrava-se em um elegante jantar de negócios, onde a atmosfera requintada se mesclava com a informalidade entre Mauro, alguns acionistas e ele próprio. O cenário era um restaurante sofisticado, com mesas luxuosas e uma iluminação que conferia um tom aconchegante ao ambiente.

A noite transcorria de maneira descontraída, os brindes eram constantes, e a conversa fluiu naturalmente entre negócios e assuntos mais pessoais. As taças de vinho refletiam a luz suave, criando um jogo de sombras que conferia uma aura de mistério à sala.

Jorge, um dos acionistas, interrompeu a conversa com um sorriso malicioso.

Jorge: Alfonso, estava muito bem acompanhado no coquetel, uma bela mulher, diga-se de passagem.

Mauro: Sempre soube que em algum momento as coisas ficariam sérias entre você e a Valentina.

A menção a Valentina, uma figura conhecida nos círculos sociais, provocou um leve sorriso de Alfonso. No entanto, Douglas, outro acionista, corrigiu com uma pitada de curiosidade.

Douglas: Não era a senhorita Valentina, era uma bela loira.

Jorge, com seu jeito brincalhão, acrescentou:

Jorge: Alfonso, meu caro, aprecio muito seu bom gosto por mulheres.

Mauro, ao perceber a direção da conversa, demonstrou interesse.

Mauro: Quem era ela, meu filho?

A descontração do momento deu lugar a uma breve tensão. Alfonso, sempre reservado quanto à sua vida pessoal, respondeu com firmeza.

Poncho: Minha vida particular não diz respeito a ninguém.

Ele destacou a importância de manter os assuntos pessoais fora das discussões de negócios, evidenciando seu compromisso profissional.

Poncho: Estamos aqui para tratar de negócios, não da minha vida particular e muito menos da minha mulher.

A firmeza nas palavras de Alfonso deixou claro que a linha entre o público e o privado deveria permanecer intacta naquele cenário empresarial. A conversa, então, retomou seu tom inicial, centrando-se nos aspectos profissionais que motivaram aquele jantar de negócios.

A noite avançava e, com a saída dos acionistas, um ambiente mais tranquilo envolvia o local. Mauro, sentindo-se mais próximo de seu filho, decidiu abordar o assunto novamente.

Mauro: Não sabia que estava com alguém, poderia apresentá-la para a família. Tenho certeza de que sua mãe iria ficar contente.

A proposta de Mauro visava uma aproximação familiar, algo que ele acreditava ser positivo para todos. No entanto, Alfonso manteve sua postura reservada.

Poncho: Não vejo motivos para apresentá-la para a família.

Mauro, persistente, tentou persuadir o filho.

Mauro: Meu filho, deveria reconsiderar.

Poncho, firme em suas convicções, reiterou sua posição.

Poncho: Como já disse, minha vida particular não desrespeita ninguém. E outra coisa, Mauro, não vejo motivos para apresentá-la para a família.

A resistência de Alfonso era evidente, e sua falta de disposição para compartilhar detalhes pessoais refletia seu desejo por privacidade. Mauro, percebendo que não conseguiria mudar a decisão do filho naquele momento, tentou oferecer uma justificativa mais ampla.

Mauro: Para conhecermos ela.

Poncho, sem se deixar convencer, reiterou sua posição de maneira incisiva.

Poncho: Não precisa, vocês já conhecem.

Sem mais palavras, Alfonso entrou em seu carro e partiu, deixando Mauro sozinho, refletindo sobre as escolhas e limites de seu filho. A tensão entre o desejo de privacidade de Alfonso e a curiosidade paterna delineava um desafio na dinâmica familiar, uma questão que, por ora, permaneceria sem solução.

Coincidências do Amor AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora