Capítulo 2

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Desço as escadas e peço para que Javier leve o jantar para a garota algemada comer, e digo que não é para se encantar com o rostinho doce que ela tem e aceitar a proposta de traição dela.

- Como sabe que ela fará? - ele me pergunta colocando a comida no prato.

- Está desesperada, vai tentar qualquer coisa para sair ilesa e com vida. - respondo comendo.

- Como quiser senhor. - Javier se retira e caminha em direção a torre.

Um momento de paz é o que preciso longe daquela garota e de sua tentativa de ser autoritária para cima de mim, afinal ela sempre teve tudo de mão beijada, conseguiu tudo o que queria de forma tão fácil sem mover um músculo. Mesmo assim, não subestimo sua inteligência, filha de Leonard Montrerreal, um dos homens mais temidos do ocidente, com certeza sabe com o que o pai é envolvido e por isso ele deve ter ensinado técnicas de sobrevivência, não arrisquei de deixar que meu querido Javier a entregasse pratos de vidro, com talheres, não... Não daria a chance dela se defender. Gimbap foi a melhor escolha para essa noite, quem não gosta de arroz enrolado em algas? 

Ouço um grito, fecho os olhos, pois sei exatamente de qual lugar ele vem. Limpo o canto de minha boca e subo em direção a torre, posso escutar Rubi gritando com Javier, mas antes de entrar decido escutar a conversa.

- Eu não vou comer isso. - ela reclama - Ele é louco, seu amigo é louco e doente, ele disse que vai me dar banho... Pelo amor de Deus, não... Me tira daqui, eu te dou o que quiser, meu pai dá o que quiser, ele é dono de uma empresa muito honrável e...

- Honrável? - interrompo abrindo a porta - Acredito que a última coisa que seu pai é e faz é digno de honra. - rio - Pode deixar ela comigo, a partir de agora a conversa é outra.

Javier se afasta dela e caminha em silêncio até a porta e sai, em seguida eu entro.

- O que quer dizer com isso, seu lunático? - ela ainda insiste em me ofender.

- Chegamos ao ponto que quero discutir com você... Seu pai e os negócios dignos dele. - sorrio com malícia - Pensei que essa conversa fosse demorar para chegar, pedrinha.

- Não me chama de pedrinha. - ela range os dentes - Eu não sou uma pedra. - ela grita e tenta se soltar das algemas.

Ajeito meu sobretudo e paro em sua frente, ela ergue a cabeça para me olhar.

- Seu nome é Rubi, provavelmente você sabe que Rubi é uma pedra preciosa e rara, então você é uma pedra, o significado do seu nome é esse. - zombo - Presta atenção, quero falar sobre seu pai e o que ele faz naquela empresa.

Ela reluta e desiste de tentar se soltar.

- Do que você está falando? Sobre os negócios do meu pai e a empresa? - ela me encara - Ele vende vinhos e ele tem uma empresa que fabrica esses vinhos, o que quer saber?

- Muito doce. - respondo seco e arqueio a sobrancelha, ela cerra o cenho - Os vinhos que seu pai fabrica, são doces demais, horríveis, prefiro whisky é mais amargo.

Ela revira os olhos.

- Talvez seja para combinar com a sua personalidade. - tenta me ofender.

- Estou tentando querida, juro. - respondo e seguro em seus braços fazendo-a levantar, com passos largos encostamos na parede e eu a vira de costas - Tão submissa - me aproximo mais dela -  Presa e frágil. - sussurro em seu ouvido.

- Seu louco. - ela tenta se soltar.

- Rubi, entenda aqui você não tem poder, aqui você colabora. - me aproxima mais ainda - Desse jeito posso fazer o que quiser - brinco.

Minha redençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora