Assim que desço e saio para o lado externo da casa, encontro Rubi sentada no sofá admirada pela paisagem, ela observa tranquilamente aquele mar infinito e a vejo suspirar. Vejo que está com o pensamento tão longe que reluto em chamá-la, me aproximo e ela me olha.
- Agust? - ela diz baixo e me dá um sorriso sem mostrar os dentes - Já fez sua ligação? - aceno com a cabeça e ela me convida para sentar ao seu lado.
Me sento e coloco as mãos sobre as pernas.
- Gostou da vista? - pergunto puxando assunto com ela.
Ela volta a olhar o mar.
- É tão lindo e tão tranquilo. - suspira - Diferente de Seoul que é linda e barulhenta, aqui consigo respirar um pouco e colocar os pensamentos e sentimentos no lugar. - ela diz baixo como se quisesse que eu não escutasse a última parte.
- Jeju tem seus mistérios... - suspiro e sinto meu coração acelerar novamente, tento manter o controle - Quer que eu te leve até o estande para aprender a atirar? - pergunto.
Ela volta a me olhar rapidamente e faz que sim com a cabeça.
- Seria uma boa ideia. - ela junta as mãos e sorri.
Olho fixamente para os olhos cor de noite daquela diabinha e sorrio, tento ler o que eles querem me dizer, mas falho com sucesso.
Ela se levanta e eu continuo sentado, antes de me levantar seguro em seu pulso e pergunto:
- Me responda uma coisa antes. - ela olha para baixo confusa - Por que quer aprender a atirar?
Ela me encara e demora para me responder, como se aquela pergunta a pegasse de surpresa.
- Rubi? - chamo por seu nome.
- Quero aprender a me defender de pessoas como aquelas. - ela diz se referindo aos homens que nos atacaram - Não quero ser a inofensiva que não sabe se defender e precisa de proteção o tempo todo. - revira os olhos.
- Armas e lutas não combinam com mulheres. - dou um riso e me levanto ficando frente a frente com ela.
- Seu pensamento foi bem...
- Machista? - concluo e ela engole em seco com nossa aproximação - Talvez, mas gosto de pensar que mulheres devem ser protegidas a todo instante por homens como eu, nós devemos lutar por vocês, deixá-las a salvo enquanto vocês... - dou uma pausa - Nos ensinam a amar. - digo baixo olhando em seus olhos - Não quero que se machuque com uma arma, não quero que derrube seu sangue numa luta quando se tem a mim para fazer isso... - seguro em suas mãos e a encaro percebo que seus olhos vibraram com minha fala.
Percebo que minha voz está trêmula, para ser sincero meu corpo todo está trêmulo, minhas veias pulsam de nervosismo e meu coração dispara.
- Vai me resgatar sempre? - ela pergunta com as bochechas coradas e eu afirmo - Se eu for raptada de novo, vai atrás de mim?
Suspiro.
- Movo montanhas por você se for preciso, explodo um país e dou um início a uma guerra se precisar. - ela abre um lindo sorriso - Só tem uma condição, Rubi.
Ela desfaz o sorriso, cerra o cenho confusa e me encara esperando minha resposta em silêncio.
Me aproximo de seu lóbulo e sussurro:
- Se você me trair será você quem irá queimar, porque eu odeio traições, ainda mais de pessoas que confio. - ela engole seco e eu me afasto.
Suas mãos suaram com minha fala e seus olhos estão arregalados, não sei o que se passa naquela cabeça, mas com certeza é medo.
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Minha redenção
FanfictionQual o limite da vingança? Até onde ir ou quando parar? De repente o carrasco se vê divido entre seguir com a vingança ou permitir-se feliz. É impossível seguir se vingando e amando ao mesmo tempo. Tudo muda quando a filha do inimigo aparece em sua...