Capítulo 20

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Um simples botão é capaz de incendiar todo o mundo, basta um clique e o caos se instaura. Nem sempre um tiroteio faz tanto estrago quanto a exposição de algum podre.

"Nesta manhã foi descoberto uma rede de tráfico humano na Coreia do Sul" - escuto a repórter internacional noticiar - " Um suposto vídeo foi enviado para todos meios de comunicação, que começou na Coreia do Sul e se alastrou para o mundo todo, um vídeo que foi lançado nos telões de Seoul chegou até nós, uma suposta cafeteria estaria envolvida com tráfico humano e tráfico de drogas, o dono conhecido como senhor Park e sua esposa foram presos nesta manhã, o que se sabe é que ele agenciava mulheres e crianças e as faziam ser prostitutas na cafeteria durante a noite, em alguns casos houve venda de jovens internacionalmente! Vamos ao vídeo."

O vídeo em que meu hacker conseguiu invadindo os servidores dos computadores de Park foi impressionante, um trabalho digno devo admitir, trabalho de alguns anos que Bo-Young vem fazendo e coletando provas para no final jogarmos no ventilador dessa maneira.

É possível ver Park e sua esposa na sala de negócios daquele verme conversando com Seokjin e nosso político preferido sobre a compra e venda de uma criança estrangeira, o acordo era vendê-la para os italianos que pagariam o valor dobrado, não demorou muito para apertarem a mão sinalizando que foi realizado. Além desse vídeo, Bo-Young conseguiu acessar a rede interna do bordel e filmou as mulheres e jovens se prostituindo enquanto Park passava recolhendo o dinheiro que ganharam na noite.

Aquele verme está ferrado.

"Estamos aguardando mais informações a respeito desse tráfico e também estamos aguardando o posicionamento da policia local e demais figuras políticas para darem um parecer e explicarem melhor os próximos passos, o que sabemos é que tanto Park quanto sua esposa estão presos neste momento, em relação as duas figuras masculinas vistas nos vídeos não obtivemos detalhes."

Desligo a televisão e estico minhas pernas em cima da mesa de meu escritório, por um momento me sinto aliviado e em paz por finalmente expor esses monstros, sei que não tenho moral para julgá-los, pois sei que também fiz coisas ruins, já assassinei pessoas, tenho minhas vendas no mercado negro, mas nunca usei crianças ou mulheres como iscas, nunca precisei vender uma delas para chegar ao topo do mundo. A única coisa que faço é tentar manter o legado dos Min por aqui e se alguém fizer algo contra a moral eu mesmo dou um jeito, assumo o caso, não espero por policias ou pelos agentes da lei, eu mesmo faço a justiça com minhas mãos.

Park pagará por cada criança vendida e por cada mulher usada para conseguir seu dinheiro, eu mesmo farei questão de que sofra no presídio em que vier a ficar. Tenho meus contatos em todo canto. Além de ser um covarde Park também é traidor, isso o fará sofrer ainda mais, traidores não duram muito tempo em presídios.

Balanço meu pescoço de um lado para o outro e o ouço estralar, antes que pudesse perguntar onde estaria minha pedrinha escuto vozes e gemidos no andar de baixo, me levanto apressado e vou até a janela de vidro, olho para baixo e me deparo com aquela diabinha treinando luta com um boneco.

Rubi dá um soco de direita e se abaixa como se fosse se defender numa batalha, aquela cena me fascina, o que mais eu não sei sobre essa garota?

Ajeito meu terno e desço as escadas de mármore, vou ao encontro daquela diabinha que continua lutando, percebo que ela arrumou roupas novas, está usando uma calça preta justa em seu corpo e uma camisa mais curta que deixa seu abdómen exposto, seu cabelo preso num coque totalmente bagunçado e suas mãos estão presas numa luva.

- Parece que arrumou novas roupas. - digo roubando a atenção dela para mim.

Ela tenta arrumar o cabelo, mas é em vão.

Minha redençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora