Capítulo 24

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O poder foi o seu fim.

Numa guerra não importa quantos soldados tenha ou quantas armas seu exército pode carregar. Numa guerra a figura mais importante é o comandante, se ele for sábio um homem derrota o reino todo, se ele for estrategista ele sozinho destrói o exército adversário, porque um mal comandante não prepara seus soldados para situações como essa.

Estou prestes a entrar no covil de Leonard, repleto de soldados e bajuladores, eu estarei sozinho uma desvantagem e a outra, ele tem algo valioso para mim e sabe que eu mataria e morreria por ela. Quando o seu adversário sabe seu ponto fraco, a luta fica mais fácil para ele.

É por isso que nunca quis amar alguém, porque ninguém teria como me atingir ou me vencer num duelo, mas essa pedrinha, ela me deixa a mercê, vulnerável e eu faço tudo por ela. Diferente de Leonard que não está vulnerável a ninguém, ele está com a espada quase em meu pescoço, mas eu não sou tão idiota assim ao ponto de entregar de bandeja essa vitória. Eu também conheço seus pontos fracos e sei como persuadir alguém como ele.

Estaciono o carro perto daquela casa que um dia eu vi queimar e todas as lembranças queimaram junto. Ela nunca foi reformada, ninguém nunca quis colocar a mão nela, o que para mim é maravilhoso.

Desço do carro e ajeito meu terno, posso parecer um louco de me entrar na cova do leão, mas isso é o ato mais sábio que farei. Caminho tranquilamente tentando não demonstrar medo, existem quatro homens, são seus capangas, eles me encaram com as armas em punho.

- Esperava ser recebido com Whisky, não com homens feios. - digo algo olhando para os lados e dando uma gargalhada.

- Desconhece o perigo não é mesmo, pirralho? - finalmente eu o vejo cara a cara, meu maior inimigo - Você acha graça em tudo, será que vai rir quando eu te matar?

- Depende, Leonard, como vai sair? Heroica ou dramática? - coloco as mãos nos bolsos e todos apontam as armas para mim.

Eu os olhos antes de responder qualquer coisa.

- Abaixem as armas rapazes, ele está em desvantagem. - Leonard se gaba - Se ele atirar contra mim morrerá e pior ainda, nunca salvará Rubi.

- Agora chegamos num ponto importante. - digo tirando as mãos dos bolsos e erguendo para mostrar aos homens que não estou armado - Rubi, quero vê-la. - sorrio.

Leonard dá uma gargalhada.

- Aqui você não tem poder algum, aliás, revistem esse pirralho. - ele ordena que seus homens façam isso e eles se aproximam - Tirem toda a roupa dele, deixem só de cueca.

- Não sabia que se interessava por homens mais novos, Leonard. - sorrio de canto e o vejo queimar de ódio - Se você quisesse, podia ter me pedido e nós...

- Cale a boca, pirralho. - ele me interrompe zangado - Você precisa entender que aqui quem manda sou eu. - abre um sorriso - E o que achou da sua casa, continua um lixo. - olha para todo o canto.

- Graças a você. - os homens puxam meu terno e abrem minha camisa - Deixe que a calça eu mesmo tiro. - brinco - Minha antiga casa, morava aqui com meus pais... Ah, você se lembra deles não é?

Ele sorri e se aproxima de mim.

- Lembro-me bem de sua mãe gritar feito uma cadela e seu pai morrer bem em sua frente. - ele ri.

Sem pensar levanto meu braço para dar um soco, mas seus homens me seguram.

- Muito inteligente da sua parte vir aqui sozinho. - ele me dá um soco no estômago - Muito genial. - ele me dá outro soco no rosto.

Eu cuspo o sangue e rio.

- Os inteligentes são assim, loucos. - arregalo os olhos e mexo as sobrancelhas.

Minha redençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora