Capítulo 16

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Os olhos cor de noite daquela pedrinha brilharam intensamente assim que escutou aquelas palavras saírem de meus lábios. Sim eu estava entregando o que há de mais precioso para alguém que conheço há pouco tempo e isso é perigoso para um homem como eu, para um homem em minha posição.

Aquela maldita diabinha está me vendo despir cada parte de minha condenada alma, sim estou lhe mostrando aquela cicatriz, meus machucados, minhas feridas abertas, estou lhe mostrando minha vulnerabilidade. Por céus, estou rezando para qualquer entidade religiosa para que ela não se volte contra mim no futuro, porque se isso acontecer eu não serei apenas um homem com a alma condenada, mas um homem com o corpo e alma condenados, para dois diabos diferentes. 

Talvez eu tenha me precipitado em me mostrar tão vulnerável  para uma garota que desconheço suas reais intenções ou seu caráter, mas naquele momento isso me pareceu o certo, e aqui estou perdido em seus olhos brilhantes que me encaram como se vissem até minha alma.

Merda. 

Homens como eu não podem se dar ao luxo de amar alguém, nós não podemos ter um ponto fraco tão exposto, pois caso isso aconteça todos os meus inimigos saberão minha fraqueza e irão me atacar sempre por ela, por aquele maldito rubi lapidado, e protegido por mim, pois darei minha vida para protegê-la. 

Por isso sempre evitei mulheres inexperientes em minha vida a probabilidade de se apaixonar é muito maior, é diferente quando você tira a inocência e pureza de alguém, isso porque o ego se inflama.

Ela passa seu indicador sutilmente em minha cicatriz e eu fecho os olhos, em vez de impedi-la como fiz, deixo que ela continue, afinal há alguns minutos eu disse que sou dela para ela fazer o que quiser comigo.

Sinto minha respiração ficar mais bagunçada que o normal, com seu dedo delicado que ao mesmo tempo que faz carinho ele queima minha cicatriz.

Assim que ela retira o dedo eu abro os olhos e suspiro,  sou surpreendido por ela quando encosta seus lábios carnudos na minha cicatriz depositando vários selares, como se estivesse curando o que estava sangrando.

- Rubi. - é o que consigo dizer em meio a sussurros e a respiração descompensada, fechando meus olhos novamente.

- Agust. - ela diz com a voz embargada - Eu gosto dessa cicatriz me deixe cuidar dela. - ela me encara e eu umedeço meus lábios - Me deixe cuidar de você... Pelo menos uma vez. - sua voz sai como súplica. 

- Diabinha, sou eu quem deveria estar cuidando de você nesse momento. - sorrio sem mostrar os dentes - Afinal, você salvou minha vida. - ela sorri.

- Você já salvou minha vida muito antes. - ela retruca - Eu ao menos sabia que precisava ser salva até você me sequestrar naquele cemitério, seu sádico. - ela ri e rapidamente roça seu lábio no meu - Me deixe cuidar de você, eu preciso fazer isso, Agust. - ela implora novamente e eu não consigo decifrar seu pedido.

  - O que você quer dizer com cuidar de mim? - pergunto ainda segurando em sua cintura - Meu ferimento já foi curado, o que quer?

Ela sorri e vejo suas bochechas corarem, mas ela não esconde o rosto como das outras vezes.

- Quero te dar prazer. - ela diz sem rodeios e eu ergo as sobrancelhas espantado com sua fala.

- E como pretende fazer isso, diabinha? - pergunto e passo a língua no canto dos lábios - Gosto quando conta seus planos pervertidos.

Ela se inclina mais em minha frente e encosta seus lábios em meu lóbulo.

- Do mesmo jeito que você sempre me deu. - ela sussurra e eu me sinto endurecer, porra - Do mesmo jeito que fez no banheiro e quando eu estava presa naquela torre, mas dessa vez sou eu quem quero te provar, Agust.

Minha redençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora