Essa é a noite mais fria do ano em Seoul a neve continua caindo do lado de fora dificultando cada vez mais a visibilidade do chão, mas isso não me preocupa. Aquela pedrinha em meu sapato tinha acabado de aceitar jogar o meu jogo, desesperada para sair dali, só não consigo entender o porquê ela não tentou fugir, parece que ficar presa é mais agradável que sua vida.
- Senhor temos atualizações sobre os Montrerreal. - Javier me avisa e apago meu cigarro - Ele está começando a procurar pela filha, foi à polícia, mas ainda não firmaram a queixa, porque não faz muito tempo que desapareceu.
Abro um meio sorriso e pisco lentamente com a informação que acabou de chegar.
- Sabe Javier, eu sempre gostei de jogos e agora mais do que nunca. Vamos começar a perturbar aquele homem, vamos dar opções para não querer sua filha de volta e ver se ele aceita dinheiro ou ela. Já disse, de um lado da balança coloque o bem mais valioso e do outro a pessoa que mais ama e veja o que pesa mais. - estralo meu pescoço.
- O quer que eu faça, senhor Min? - ele pergunta se aproximando.
- Vamos começar com uma xarada... Quero ver se aquele cérebro é bom. "O que é o que é, deixei de ser lembrança hoje sou o quê?" - coço o queixo - Aliás, preciso de cobertores, está muito frio e aquela diabinha pode resmungar ou pegar um resfriado.
- Sim senhor, escreverei a xarada e pegarei os cobertores, deseja algo a mais? - ele pergunta se afastando, nego com a cabeça e ele saí do meu escritório.
Em minha estante eu deixei separado um livro que eu mesmo escrevi, com recortes, fotos e provas de todas as maldades que aquele deplorável homem fez. Estou começando a criar a ideia de mostrar aos poucos a verdadeira face de Leonard para a garotinha. Mas como? Provavelmente ela negaria e não acreditaria em uma palavra minha, então eu precisaria ir mais fundo, encontrar algo ou até uma confissão de algo que ele fez.
Estralo o polegar e o indicador. É claro, essa história é muito esquisita, estreitar os negócios com a família do Jin, quem é mesmo esse rapaz e por que nunca ouvi falar sobre a vida pessoal dele? E também tem o fato muito estranho de uma garota saudável ter problemas no coração e ir parar numa cirurgia. Cerro os olhos.
Caminho de volta para a torre e pego as cobertas que Javier separou, elas são pesadas e quentes. Destranco a porta e tenho a visão maravilhosa de Rubi Montrerreal algemada no chão.
- Sentiu minha falta, diabinha? - pergunto irônico.
- Acho que você está criando uma leve obsessão por mim, não consegue ficar longe, Agust? - meu nome soa tão gostoso quando sai daquela boquinha, que por um minuto a imagino o gemendo e sorrio.
- Na verdade vim trazer cobertas para você, será uma noite intensa. - é claro que tinha duplo sentido - Uma noite fria lá fora, quente aqui dentro. - ela me olha fixamente e eu me divirto.
- Como é gentil, nem parece um stalker. - ela ironiza.
- Já disse pequena pedra, eu cuido das pessoas... Você é valiosa para mim. - sorrio e caminho em sua direção, jogo as cobertas e volto para perto da poltrona - Espero que esteja gostando da estadia e não queira ir embora, seria triste.
- Eu te odeio, seu louco. - ela grita e eu só consigo rir.
Preciso tomar um banho e relaxar, mas qual a graça de fazer isso em meu quarto se eu tenho uma bela jovem acorrentada em minha torre?
Ligo a banheira, enquanto a água cai e enche, começo a tirar meu sobretudo, pigarreio para ter atenção dela, que me segue com os olhos, Rubi está confusa.
- Preciso de um banho, diabinha. - digo tirando os sapatos e os olhos dela me seguem.
Embaixo do sobretudo eu uso uma blusa branca com botões, assim que desabotoo o primeiro vejo o rosto dela corar e ela rapidamente o vira para que eu não perceba.
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Minha redenção
FanfictionQual o limite da vingança? Até onde ir ou quando parar? De repente o carrasco se vê divido entre seguir com a vingança ou permitir-se feliz. É impossível seguir se vingando e amando ao mesmo tempo. Tudo muda quando a filha do inimigo aparece em sua...