Capítulo 25

228 24 12
                                    

Corro com dificuldade por aquela passagem secreta que me leva do lado de fora da casa, consigo enxergar um raio de luz indicando que já estou no final.

- Diabinha estamos quase chegando, por favor. - imploro com a voz falha e exausto por ter corrido contra o fogo.

A passagem que meu pai criou dá acesso ao jardim, assim que coloco meu pé para fora e vejo que consegui sair a tempo paro e coloco Rubi deitada na grama. Com cuidado tiro os braços dela que estavam em volta de meu pescoço e me abaixo para tentar escutar sua respiração.

- Diabinha, acorda! - passo a mão em seus cabelos - Vamos Rubi, preciso que você acorde. 

Ela ainda não abriu os olhos o que me deixa nervoso. Olho para os lados procurando por alguma torneira para que eu possa molhar a blusa dela e colocar em seu rosto para aliviar, mas não consigo encontrar nada.

- Sua teimosa. - resmungo e me sento ao seu lado exausto - Você é muito teimosa, sua... - balanço a cabeça - Você precisa acordar. - imploro mais uma vez.

Olhar para ela naquela situação deitada ao meu lado sem responder as minhas falas, sem se mover ou demonstrar qualquer sinal de que esteja me escutando e ainda esteja ali me deixa mais aflito e nervoso. Me esqueço completamente que meu corpo todo foi machucado e que tenho novas marcas espalhadas por ele, minha dor está anestesiada, pois a única coisa que consigo pensar é nessa garota.

- Rubi eu preciso que você acorde e me ouça. - me abaixo para falar ao seu ouvido - Eu preciso te dizer o quanto você é importante para mim, o quanto você é especial... Eu... Você tem o meu coração para fazer o que quiser com ele, e por mais que eu tenha feito coisas horríveis e machucado pessoas eu te imploro para que você não o machuque. - suspiro - Você não faz ideia do quanto estou entregue à você. - sinto uma lágrima escorrer em minha face.

Passo a mão em meu cabelo jogando-o para trás, olho para o lado e vejo a casa queimar, todas as minhas últimas lembranças de minha família estão virando cinzas como eles.

- Precisamos ir senhor Min. - ouço uma voz rouca atrás de mim - Não pensou que fosse te abandonar nesse último minuto? - Javier me pergunta e estica a mão para que eu pudesse levantar.

- Pedi para não se envolver, você é um homem livre agora. - respondo pegando sua mão.

- Por ser um homem livre eu escolhi vir salvar o senhor e sua donzela. - ele olha para Rubi - O senhor está machucado demais para carregá-la, vamos, conheço uma pessoa que poderá ajudá-la.

Javier carrega Rubi e me ajuda a sair dali  às pressas antes que a polícia ou o corpo de bombeiros chegasse a tempo para fazer perguntas e mais perguntas.

Mais à frente entramos no carro de Javier, ele coloca Rubi deitada em meu colo e dirige para o lado oposto dali. Estamos numa luta contra o tempo para salvar essa pedrinha teimosa, pego em seu pulso e vejo que seus batimentos estão começando a ficar mais lentos.

- Javier rápido. - grito - Rubi está ficando sem pulso.

Entrelaço nossos dedos com uma das mãos e a outra passo em seus cabelos.

- Aguenta mais um pouco Rubi, eu preciso de você. - murmuro - Se você for embora minha humanidade também irá embora. - abaixo a cabeça.

Javier para o carro de frente para um garagem velha e abra a porta apressado.

- Não temos tempo senhor, vamos. - ele tira Rubi de meu colo e a carrega para dentro - O senhor também precisa de curativos. - a porta se abre - Mingu esse é o senhor Min e essa é a senhora Min, preciso que cuide dela e peça para sua esposa fazer os curativos no senhor, ele está todo machucado.

Minha redençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora