Corro com dificuldade por aquela passagem secreta que me leva do lado de fora da casa, consigo enxergar um raio de luz indicando que já estou no final.
- Diabinha estamos quase chegando, por favor. - imploro com a voz falha e exausto por ter corrido contra o fogo.
A passagem que meu pai criou dá acesso ao jardim, assim que coloco meu pé para fora e vejo que consegui sair a tempo paro e coloco Rubi deitada na grama. Com cuidado tiro os braços dela que estavam em volta de meu pescoço e me abaixo para tentar escutar sua respiração.
- Diabinha, acorda! - passo a mão em seus cabelos - Vamos Rubi, preciso que você acorde.
Ela ainda não abriu os olhos o que me deixa nervoso. Olho para os lados procurando por alguma torneira para que eu possa molhar a blusa dela e colocar em seu rosto para aliviar, mas não consigo encontrar nada.
- Sua teimosa. - resmungo e me sento ao seu lado exausto - Você é muito teimosa, sua... - balanço a cabeça - Você precisa acordar. - imploro mais uma vez.
Olhar para ela naquela situação deitada ao meu lado sem responder as minhas falas, sem se mover ou demonstrar qualquer sinal de que esteja me escutando e ainda esteja ali me deixa mais aflito e nervoso. Me esqueço completamente que meu corpo todo foi machucado e que tenho novas marcas espalhadas por ele, minha dor está anestesiada, pois a única coisa que consigo pensar é nessa garota.
- Rubi eu preciso que você acorde e me ouça. - me abaixo para falar ao seu ouvido - Eu preciso te dizer o quanto você é importante para mim, o quanto você é especial... Eu... Você tem o meu coração para fazer o que quiser com ele, e por mais que eu tenha feito coisas horríveis e machucado pessoas eu te imploro para que você não o machuque. - suspiro - Você não faz ideia do quanto estou entregue à você. - sinto uma lágrima escorrer em minha face.
Passo a mão em meu cabelo jogando-o para trás, olho para o lado e vejo a casa queimar, todas as minhas últimas lembranças de minha família estão virando cinzas como eles.
- Precisamos ir senhor Min. - ouço uma voz rouca atrás de mim - Não pensou que fosse te abandonar nesse último minuto? - Javier me pergunta e estica a mão para que eu pudesse levantar.
- Pedi para não se envolver, você é um homem livre agora. - respondo pegando sua mão.
- Por ser um homem livre eu escolhi vir salvar o senhor e sua donzela. - ele olha para Rubi - O senhor está machucado demais para carregá-la, vamos, conheço uma pessoa que poderá ajudá-la.
Javier carrega Rubi e me ajuda a sair dali às pressas antes que a polícia ou o corpo de bombeiros chegasse a tempo para fazer perguntas e mais perguntas.
Mais à frente entramos no carro de Javier, ele coloca Rubi deitada em meu colo e dirige para o lado oposto dali. Estamos numa luta contra o tempo para salvar essa pedrinha teimosa, pego em seu pulso e vejo que seus batimentos estão começando a ficar mais lentos.
- Javier rápido. - grito - Rubi está ficando sem pulso.
Entrelaço nossos dedos com uma das mãos e a outra passo em seus cabelos.
- Aguenta mais um pouco Rubi, eu preciso de você. - murmuro - Se você for embora minha humanidade também irá embora. - abaixo a cabeça.
Javier para o carro de frente para um garagem velha e abra a porta apressado.
- Não temos tempo senhor, vamos. - ele tira Rubi de meu colo e a carrega para dentro - O senhor também precisa de curativos. - a porta se abre - Mingu esse é o senhor Min e essa é a senhora Min, preciso que cuide dela e peça para sua esposa fazer os curativos no senhor, ele está todo machucado.
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Minha redenção
FanfictionQual o limite da vingança? Até onde ir ou quando parar? De repente o carrasco se vê divido entre seguir com a vingança ou permitir-se feliz. É impossível seguir se vingando e amando ao mesmo tempo. Tudo muda quando a filha do inimigo aparece em sua...