Capítulo 10 - Presos novamente.

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O dia da festa de gala de Mônaco chegou. Realmente era gala, pique o Met. Achei incrível aquilo.
Mari estava com um vestido preto e eu estava com um vermelho escuro. Curto com as mangas caídas pelos braços e com decote de coração. Realmente a Emily caprichou.
Ficamos durante o jantar com a reporte espanhola, Joana Lima. E ficamos conversando sobre vários assuntos. Vez ou outra eu olhava em direção para os pilotos da Ferrari.
Charles se divertia com os olhares do Carlos para mim. Eu quase ria era das caretas que o Charles fazia.
Depois do jantar teria uma espécie de baile que eu resolvi ficar para dançar uma música com o Charles e o Lando que me encheram o saco.
Era o instrumental clássico de algumas músicas a primeira era let The light in da Lana del Rey. Me senti em um livro de fantasia. Sem contar que o Charles me lembrava o Maxon de A Seleção.
Tanto eu, quanto ele pisamos nos pés um do outro, mas o importante era se divertir.
Com Lando não foi diferente. Nós divertimos e ficamos cantarolando a música Cardigan da Taylor Swift que estava sendo tocada.
Quando a música acabou eu agradeci ao Lando mas que eu iria para o quarto. Eu até iria me despedir do Charles mas ele sumiu do mapa. Talvez ele tivesse arrumado alguém.
Fui até a Mari que conversava com Toto e Susie.

— Oi, licença. — Pedi. — Mari, eu vou seguir para meu quarto. Se precisar me liga.

— Pode deixar, Aninha. — Disse ela.

— Adorei a matéria que você fez sobre a Franscesca. — Comentou Toto.

— Ah, obrigada. Eu realmente acho impressionante o jeito que ela pilota. Lembra realmente o tio avô dela.

— Estamos pensando em trazer ela para a academia da Mercedes. — comentou ele.

— Bem acho que seria uma boa escolha. Mas melhor ainda se ela for para a fórmula 1 e não ficar ainda na Academy.

Toto olhou para a Susie brincalhão.

— Realmente. Ela sabe do que fala  — Comentou com Susie.

Notei que Carlos estava se aproximando de nós. Eu tratei de fugir.

— Bem, tenham uma boa noite. — Disse para eles e segui meu caminho para o elevador.

Felizmente um casal estava saindo e eu entrei rapidamente, mas quando a porta da esperança estava fechando, Carlos conseguiu entrar. Agora virou as portas do inferno. Eu devo ter ensinado Maria Madalena e dançar agudo mágico.
Eu fiquei no canto do elevador igual um cachorro acanhado, rezando para ele não chegar perto.

— Precisamos conversar. — Disse ele sério.

— Não, não precisamos. — Disse para ele enquanto eu olhava meu celular na bolsa da mão e andava para o lado oposto que Sainz estava.

Quando ele estava bem perto de mim o elevador travou. O tranco me fez desequilibrar e tombar em Sainz que me segurou pela cintura para não cair.
Isso me tinha cheiro de Leclerc no meio.
Me soltei de seus braços e desamassando o vestido.
Bufei quando Carlos começou de novo a fazer perguntas. Eu seria obrigada a ser grossa nível hard.
— Quem não entende é você. Porra Sainz, eu não vou voltar atrás, só pra você me foder um vez. Sem contar que você é comprometido, com a Rebecca. Além do mais estou construindo minha carreira. — Disse.

Liguei para Charles que atendeu.

— Charles, ou você consegue ver se tem algum problemano elevador. — Disse seria para ele.

— Tá, vou ver aqui. — Disse o piloto de Mônaco.

Desliguei o celular e me apoiei na parede fechando os olhos.

— Por que isso é tão difícil?

Olhei para ele quando o elevador começou a andar novamente.

— Porque você é homem e rico, tem tudo e todos na mão quando quer. Eu sou apenas um jornalista.

— Não, porque você tem medo.

Eu sorri amarga.

— E você não honra as calças que veste.

O elevador parou no meu andar. Sai sem olhar para trás. Estava tonta quase vomitando o jantar, mas estava firme e forte pro fora.
Aquilo tinha sido um soco na boca do estômago que eu gostaria de esquecer.
Segui para meu quarto com Antônio me ligando.

— Mona. Você tá bem?Leleco me contou o que houve. De novo elevador e o Sainz. Acho que é o dest

— Ele tem que entender que não vamos ficar juntos. Essa história tá me estressado mais que burocracia.

— Ah, Aninha. Calma que vai melhorar. Eu acredito nisso.

— Valeu, Toni.

Eu desliguei a ligação e me veio uma notificação pedindo para me seguir. Pedir meu ar de quem era.
Helena Morgado Yossef.
Era minha mãe. Entrei no Instagram dela e via a vida dela. Uma casa grande, um  carro que devia custar uns 500 mil no Brasil. Ela casada com um dos sócios de uma empresa software para bancos e o meio irmão que tinha onze anos. Ele parecia bastante com o pai, tinha bastante de seus traços libaneses.
Ela parecia a mesma, parecia que ainda tinha 23 anos. Que foi quando ela me teve.
Eu pensei novamente como seria ter tido ela na minha vida. Como teria sido menos doloroso. Mas ela fez a sua escolha e eu fiz a minha também.
Recusei o pedido dela.
Ela estava meio atrasada para a minha vida a pelo menos 24 anos.
Fui tomar banho para relaxar um pouco. Percebi o quanto eu tava com os pés doloridos por causa do salto. Eu tinha algumas bolhas e machucados.
Bufei.
Por isso tênis são mil vezes melhor. Tirei toda a roupa e segui para o banheiro.
Liguei o chuveiro e tomei banho. Entrei  pensamentos sobre o serviço e que eu teria meu aniversário na corrida de Imola.
Mais duas gps, Susuka e Miami, e eu iria completar 25 anos.
Que esse ano eu não seja obrigada a corta o cabelo.

Bring me back to life. (CARLOS SAINZ) Onde histórias criam vida. Descubra agora