Capítulo 15 - Briga.

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Sentia algo em minha garganta que estava me machucando. A minha mão está sendo segurada por alguém, suspeitava quem era pelo perfume.
Abri os olhos, sentindo eles arderem pela luz. Meu corpo doía mas quando vi de relance o Sainz ao meu lado. Meu coração em parte ficou feliz e preocupado.
Ele saiu e logo alguns enfermeiros e médicos vieram.
Felizmente eles arrancaram aquele tubo da minha garganta. Eu sentia a garganta seca.

— Não se preocupe. — Disse o médico. — É normal ficar meio rouca e com a garganta com a sensação seca.

Concordei com a cabeça enquanto pelo canto do olho eu observava o Sainz prestando em cada prescrição e cuidado que o médico falava.

— Entendi, doutor. — Disse. — Quando eu vou poder voltar a trabalhar?

— Então, vai ter que ficar um tempo sem pegar avião, pela concussão. — Disse.

— Quanto tempo?

— Três a quatro meses.

Senti que iria chorar.

— Eu vou perder quase que a temporada toda. Eu não posso ficar tanto tempo assim.

Senti a mão de Carlos em meu ombro.

— Calma, Cariño. É para seu bem. — Disse ele.
Carlos ainda tava se óculos e boné. Ele não queria se visto.

— É, Ana, escuta o seu namorado tem razão.

Eu pude notar um sorrisinho surgir dos lábios do espanhol. Merda.

— Mas eu posso ir ver a corrida? Por favor.

— Doutor, se eu garantir que ela vai ficar bem. Ela pode ir ver?

— Pode sim. — Disse o médico. — Mas vocês vai ter que ficar em observação. Tem alguém que pode ficar?

— Minha vó está na Europa. Não tenho mais ninguém. Mas posso cuidar de mim.

— Eu posso ficar com ela. — Disse uma voz feminino.

Quando vi quem era, um ódio acumulado de anos subiu.

Era Helena entrando na sala.

— Ela não!

— Filha. — Chamou ela.

— Filha, o caralho! Sai daqui, Helena.

Carlos se virou para Helena e os médicos.

—Vocês podem me deixar a sós com ela. — Pediu olhando para todos.

Ficamos apenas Carlos e eu novamente. O ar ficou mais leve. Mas meu corpo se arrepio com o toque dele.

— Como ela me achou? — Peeguntei.

— Pedi ajuda para meu pai. Sabia que você não ia ter um bom tratamento em Monza. E pedi pra ele achar sua mãe. Já que ela casou com um cara com grana, porque não usar isso ao nosso favor.

Ele se sentou na beirada da cama, ao meu lado. Finalmente, ele tirou o óculos e o boné. Conseguia ver o rosto cansado de Carlos, provavelmente ele estava virado.

— Você pediu pro seu pai achar ela?

— Olha, antes que me peça para sair ou ser grossa e falar que não tenho culhões. Eu só fiz isso, porque eu não podia te perder. Na verdade eu não posso te perder. — Disse, olhando intensamente para meus olhos.

— Ah, Sainz. — Disse meio amarga por ter medo da Rebecca descobrir e fazer algo.

— Me promete que vai ficar por um tempo com a família da Helena, enquanto você não volta para as corridas. — Segurou em minhas mãos.

Bring me back to life. (CARLOS SAINZ) Onde histórias criam vida. Descubra agora