Capítulo 24- Outra vida.

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Finalmente a última corrida na Espanha. A corrida de Madrid.

Eu ainda estava me recuperando do que havia acontecido. Mas eu iria ficar bem. Felizmente, depois do que Carlos e Hassan fizeram, minha sogra estava me aceitando. O meu sogro já estava parecendo igual meu padrasto e meu namorado, me protegendo e mimando de tudo que é jeito.
Minha família também estava hospedada, mãe, vó, padrasto e irmão. Tudo na casa de hóspedes da família Sainz.

A irmã de Carlos iria passar a semana lá também, junto do sobrinho bebê do Carlos.
Já eu e Sainz iriamos passar mais tempo no circuito de rua trabalhando para a corrida do que em casa.
O circuito estava uma coisa de louco. A Espanha estava, depois de vários anos um espanhol iria ganhar o campeonato com folga do Max  antes dele terminar.
Eu e Mari estávamos trabalhando e entrevistando todos na área das corrida. Até que chegamos perto da garagem da Ferrari. E Carlos brotou me abraçando fortemente, mesmo com a transmissão sendo feita.

— Olha, eu sei que vocês se amam, mas ainda preciso dela. — Brincou Mariana.

— Eu sei, só quis matar a saudade  da minha namorada. — Ele respondeu enquanto dava um beijo em meu pescoço.

— Isso sim que é um casal. — Disse Mari.

Ela levou os câmeras para o Charles, enquanto Carlos não mão soltava. Eu sabia que ele só iria me soltar quando eu retribuisse. Então assim fiz e ele logo me soltou.
— Acho que vai conseguir o campeonato. — Disse esperançosa.

— Também acho. — Respondeu batendo na aba do bone que eu usava. — Bem, mas acho que a cor vermelha da Ferrari não vai ficar muito boa em você.

— Como assim? — Franzi o semblante.

– Irei como primeiro piloto da Audi para depois do ano que vem. — Disse para mim.

— Meu amor, que maravilha. — Disse abraçando ele novamente.

Eu me distanciei dele por Mari me chamar. Meu corpo e alma queria ficar perto do espanhol, mas nossas obrigações nos chamavam.

— Hoje vai ter jantar da família Sainz. — Disse ele antes de soltar minha mão.

— Que os deuses me ajudem. — Fiz uma careta para Sainz rir. O que surtiu efeito.

Me despedi dele e segui para o restante das entrevista. Nisso Pierre apareceu me dando um abraço também. Infelizmente eu ainda estava meio dolorida pela queda.

— Aí! PIERRE! — Reclamei e ele me largou.

— Desculpa, não achei que estava frote assim, a Kika teria falado.

— Pervertido. — Dei um saquinho no ombro dele.

— Você está bem? Carlos exagerou na hora do vamos ver?

Eita, quinta série.

— Não, mas se continuar, eu vou te dar uma microfonada na tua testa. — Brinquei.

Um dos câmeras voltou e realizei as perguntas para o francês.

— Quais suas expectativas para a corrida de hoje? A qualificação será difícil?

O francês sorriu.

— Bem, minha amiga Ana, eu espero chegar até 2, sabemos que o seu namorado não dá folga. Então creio ser isso.

— O que podemos dizer, não é mesmo. Boa sorte, Pierre. — Pierre acabou indo até a garagem da sua equipe e eu voltei minha atenção para a câmera.

— Bem, é isso galera a qualificação começa agora. Ana Carol Morgado para os estúdio Band.

Nisso a transmissão foi encerrada e segui até a área da imprensa. Enquanto passava por entre mecânicos, pilotos e pessoas que já estavam no paddock, uma menininha trombou com minhas pernas. Ela vestia a camiseta da Ferrari e uma boné com o número 55 de lantejoulas. Os cabelos castanhos escuros, meio ondulados em maria chiquinha. Os olhos estavam cheios de lágrimas.

Bring me back to life. (CARLOS SAINZ) Onde histórias criam vida. Descubra agora