Capítulo 11- Bêbados em Susuka.

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Quem disse que comer de palitinho era prático? Puta que me pariu, viu.
Aqueles benditos pedaços de madeira estavam me dando um baile.
Já era a segunda vez que o sushi fugia e caia no prato de Pierre.

— A caralho! Eu vou comer com a mão. — Disse deixando aqueles espetos diferenciados.

— É Ana, você é melhor como jornalista. Do que comedora de sushi. — Disse o francês.

Eu mostrei a língua para ele e comecei a comer as peças de sushi com a mão.
Pierre e Charles me chamaram para eu sair um pouco da frente do notebook para eu viver um pouco. Nesse pequeno rolê por Susuka, estava Charles, Pierre, Yuki, Lando e Daniel. E quem estava dando mais trabalho era o australiano.
A criatura conseguiu bater a cara em um letreiro, antes de chegarmos ao restaurante. Aí só começou a ir por ladeira a baixo. Yuki tentou segurar Daniel que puxou ele, caindo os dois no chão. Eu e Lando estávamos rindo igual dois patos engasgados com a cena, enquanto Charles gravava. Pierre só observava se perguntando onde tinha amarrado o burro e repetindo a mesma fala. Devia ter ficado com a Kika no hotel.
No restaurante foi outro sufoco. Nada em inglês. Quem pediu foi o Yuki.
Havia alguns que eu reconhecia. O Lando não queria nada, então fui obrigada a comer os peixes e deixar o arroz para ele que comia sem os palitinhos também.
Yuki devia tá pagando os pecados comigo e o Lando, comendo os sushis com as mãos.
Por último, veio o sashimi de um peixe diferente. Eu já fui pegando.

— Esse é o mais caro. — Disse Pierre abismado.

— Que peixe é esse? — Perguntou Daniel também pegando o peixe e mastigando.

— Baiacu. Ele é perigoso por ter que limpar ele sem a bolsa de veneno vazar. Se não a pessoa pode morrer.

Quando ele disse isso. Eu e o australiano arregalamos os olhos procurando um papel para cuspir mas não tinha. Daniel olhou pela janela e depois para mim.

—Cospe. — Disse ele estendendo a mão pra eu cuspir o peixe.

Cuspi o peixe na mão dele e depois Daniel fez o mesmo e jogou os peixes pela janela que acertaram o vidro de um carro que passava na rua do lado de fora.
Tentamos ficar sérios mas todos riram, menos Yuki.

— Por isso eu não saiu com vocês. — Disse o japonês meio puto.

Saímos do restaurante de sushi e fomos para um barzinho.
Yuki pediu umas frituras para gente comer junto das cervejas. Todos beberam, menos eu que ficou na coca e que insistia neles para beber alguma coisa sem ser só a cerveja. Mas ninguém me escutou.
Resultado depois de sairmos do bar Daniel vomitou em uma lixeira e eu fiquei dando tapas nas costas dele.

— Pronto. Passou. — Disse batendo e pegando um chiclete de menta que eu tinha na  minha ecobag que eu comprei no kit do Charles Leclerc pela Althea.

Todos tiraram foto disso. Já sabia o de ia parar aquelas foto. Antes de Daniel terminar de vomitar a alma eu peguei seu celular e mandei mensagem para a namorada dele.
"Heide. Depois faz um chá pro seu namora e o obriga a beber água que eu abusou da cerveja e tá cuspindo até a mal para fora. Aproveita da uns tapas nele por mim e pelos outros que tava no rolê."

Daniel terminou e eu dei para ela o celular e o chiclete. Seguimos andando até o hotel. Eu e Charles levamos Daniel quase que arrastado, um de cada lado com os braços envolta dos ombros.
Estávamos perto do hotel quando um Ferrari passou por nós  e parou do nosso lado. Os vidros baixaram revelando Carlos e Rebecca.

— Nossa, ele tá bem? — Perguntou Carlos.

— Olha, ele tomou umas e queimou a largada. Tudo bem que ele ja vomitou quase que toda alma.

— É tem risco dele sei lá. Vomitar a qualquer momento. — Disse Charles provocando. — Melhor vocês irem antes dele vomitar no carro.
  Pude sentir os olhos de Carlos em mim, e eu apenas ignorei e olhei para Charles. Felizmente o contato é quebrado quando Rebecca reclama da brincadeira de Charles.

— Aí, não! Vamos sair daqui. Deus me livre. — Disse ela.

Sainz obedeceu e foi embora deixando novamente a rua para nós.

— Ele podia ter vomitado nela, né. — Disse Charles olhando para mim.

— Ah, que coisa feia Charles, não pode fazer isso com a namorada do amiguinho. — Ironizei.

— Ela é uma pessoa de Deus? — Perguntou Lando.

— Não sei, mas se for esqueceram de avisar Ele. — Disse Pierre.

— Espero morrer amigo de vocês. — Disse Daniel. – Rapaz a língua de vocês é afilliada.

Realmente ele tava bêbado para falar enrolado assim.

— Vamos Daniel que vocês vão ter os treinos livres depois de amanhã. Um dia todo pra curar a ressaca.

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Os dias se passaram e a Ferrari estava afiadíssima. P1 e P2 na qualificação. Eles estavam liderando as pontuações.
Como dito, energético é energético.
Fuie entrevistar os meninos da Ferrari. Carlos ainda estva se arrumando então comecei com Charles.

— Charlinhos. — Chamei ele que segurava a balaclava. — Então qual sua expectativa para essa corrida?

— Então, Ana, elas são positivas. Acho que conseguimos acertar as estratégias para ganhar.

— Que bom, eu fico. — Fui interrompida por Carlos que brotou por trás de mim e me abraçou.

Definitivamente, fodeu. Rebecca vai surtar.

— Ok, Carlos, me solta. Que estamos no ar.

Carlos me soltou e foi para o lado de Charles, mas o estrago já estava feito.

— Então, Carlos, confiante para a corrida de hoje?

— Sim. O tempo está favorável, também. Tudo certa para ganharmos a corrida.

— Ótimo! Esperamos mesmo ter P1 e P2 da Ferrari.

— Ana para Mariana. — Disse finalizando minha transmissão.

Charles já veio separando Carlos de mim e me acompanhou junto do câmera enquanto ias para a área de imprensa.

— Aninha, essa foi por pouco. — Disse Charles.

— Mais ou menos. Menor interação que seja é um risco, Chars. — Disse preocupada.

— Mas vamos falar de algo bom, eu sei que o treino livre de Imola vai ser no dia do seu aniversário. — Disse ele.
          
— Verdade. — Disse para ele. — 25 anos.

Ele me deixou do lado da porta para a área da imprensa.

— Pierre e eu estamos pensando em fazer um almoço para você em um restaurante que sempre frequentamos. Topa? — Perguntou.

— Óbvio. Mas será que dá pra ter uma baladinha? — Perguntei para ele.

— Claro, só mandar umas músicas para o Lando e aproveite. — Disse Charles.
Chegamos na porta e ele me deu um abraço rápido e desejei para ele uma boa corrida.

Fui para meu posto e acompanhei a corrida inteira com Mari como de costume. E felizmente P1 e P2 Ferrari. Carlos Sainz e Charles Leclerc. P3 foi Landinho.

— Ferrari! Esse ano será vermelho,
galera. — Disse olhando para Mari.

Estava feliz. Ferrari estava sendo campeã minha tia estaria pulando de felicidade. Assim como eu estava feliz.

Bring me back to life. (CARLOS SAINZ) Onde histórias criam vida. Descubra agora