Capítulo 2

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2 Capítulo

Desci da camionete quando Marco desligou. Era um aglomerado de carros, bebidas, homens e mulheres e, graças a deus, eu estava parecida com a maioria das gurias, exceto, pela minha blusinha preta e camisa xadrez solta por cima, a meia fina amenizava o frio da primavera e o vento cortante de Campos Novos nas minhas pernas livre de jeans, uma bermuda curta desfiada e botas country marrom nos pés, o frio ainda avisava que o inverno deixara alguns resquícios, eu porem, era o verão, o sol, calor, estava contando os dias para pegar uma cor, sentir o calor do sol arder na minha pele, deixando um rastro dourado por todas as minhas partes expostas.

— Quem é esse tal de Diego?- pediu ele arrumando a golada camisa polo dele que não estava torta. E ele estava um gato, com os cabelos erguidos fazendo um leve topete, meu irmão vestia uma camisa polo, calças e tênis coca cola – era o que todo mundo usava pra sair - e ainda bem, se não ele estaria de botinas. Ele usava aquele perfume, aquele cheiro de couro e madeira, que se eu fosse solteira e disponível já havia mordido muito o pescoço dele.

— Fica aqui que vou buscar. Vem Mariah?- pedi, eu não iria deixá-la ali dando corda pra ele. Nunca!

— Ahn. – ela disse, enquanto eu a puxava pelo braço pela rua. — Você não podia me deixar lá!

— Nunca. – eu parei olhando pra ela. — Fica longe do meu irmão, ele é seu irmão também. – falei mostrando raiva pelos olhos, meu irmão não cara!

— Mas por quê?

— Por quê? – pedi, era melhor ela não me provocar. — Não quero que ele te coma! – senti ela se encolher diante daquilo que falei. – Só acho que nós temos problemas demais e não quero você metida nisso, ache outro. E não chore. Você pediu eu respondi.

— Eu odeio você. – ela disse parada ali onde estava.

— Não vem dando pithi que eu te deixo aqui. – olhei nos olhos dela e tinha brilho de lágrima. Merda! – disse quando olhei por cima do ombro dela, eu conhecia aquela silhueta que andava ainda no escuro em nossa direção. — Agora sou eu que quero matar você. Anda logo, antes que eu resolva ir pra casa! – falei pegando no braço dela com força e ela travou ali.

— Não vou a lugar algum. – disse fazendo birra como uma criança.

— Anda. Antes. Que. Eu. Te. Mate. De. Verdade. – disse no ouvido dela entre dentes sentido o cheiro doce dela me revirar o estômago. Eu estava endurecida de ódio naquele instante.

— Mas que merda menina. Tá reinando?

— Tô. – falei chegando na bilheteria embaixo de um toldo. — Você sabe que ele ta aí.

— Ele quem?

— Quem? – pedi revirando os olhos.

— Não! – ela disse incrédula. — Ele foi embora e...

— Ele esta aí, estava vindo em nossa direção quando te puxei pra cá. – respirei fundo, em minha mente a dor que aquele filho da mãe causou em mim percorreu cada poro. — Vai dar briga. Inferno. – falei procurando Diego na bilheteria, e ali fiquei até que ele me viu e me deu uma piscadinha.

— E-e-eu n-nã-o sabia... – ela disse procurando ele no meio da multidão. O ar ao meu redor ficou pesado. Eu sentia muito ódio, meu rosto devia estar vermelho, mas de tanta raiva pelas lembranças da burrice que cometi. Mas eu já não era mais aquela menina ingênua em busca de um príncipe quando eu acabei sendo comida pelo lobo mau. Agora eu era o lobo mau. E havia chegado a hora de dar o troco.

MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora