Capítulo 20

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           "Em alguns momentos acho que estou pensando em você, nos restantes tenho certeza". – Capítulo 20. – Leonardo.


Eu sabia que Marina era forte e teimosa. Quanto a isso eu não tinha duvida! Talvez fosse pelo fato de ter tido um último desejo antes de entrar em trabalho de parto e ter me feito ir até Treze tílias – ela estava comigo – pegar Clara e as cervejas na cervejaria da cidade, a cervejaria preferida dela e as únicas cervejas que a vi tomar na vida.

— Hunnn. – ela mastigava com os olhos fechados e fazendo bico. — Que delicia! – exclamou ela, mesmo com a boca cheia, - que eu acho o cumulo da falta de respeito na mesa, - comendo uma pizza de estrogonofe e bebendo uma cerveja Dunkel, da Cervejaria Bierbaum.

Por Deus! Achei que naquela noite ela fosse morrer embugada! Mas não! Ela comeu, claro, o pouco que comeu, mas, era muito levando em consideração o que ela comia normalmente. Eu apenas observava. Havia notado que a barriga dela, logo abaixo dos seios, estava muito mais baixa e já havia espaço para mais de uma mão, ela estava muito inchada, pelo corpo todo. Ela sorria! Deus! Que mulher mais linda e minha! Sortudo filho da mãe! – pensei.

Ela comeu e depois de instalar Clara em seu quarto de hóspedes, peguei um lance de vovô com Clara, – sim, eu já estava chamando ele de vovô!

Eu fui para o nosso quarto, deixei o aquecedor ligado, pois fazia um frio de rachar os ossos, estava caindo uma geada fina, cobrindo todo o campo e amanheceria uma paisagem branca, toda gelada.

Deitei na cama grande e esperei por ela, depois do banho, ela vestia apenas um robe de seda, na cor marfim, o que realçava a cor dela, o bronzeado dela.

— Você não vem?

— Daqui a pouco. – disse ela se ajeitando na poltrona em frente a janela, ela estava olhando para as estrelas, como sempre fazia, mas não havia vento, tudo estava muito calmo e muito frio.

— Está frio nessa noite.

— Essa, segundo as previsões é a noite mais fria do ano. – ela parou de falar e percebi que mergulhou em seus pensamentos. — Porem, eu não acredito. – mais uma pausa. — Mais essa noite... – ela disse, mais pra si do que pra mim e eu fingi que não havia escutado. Aqueci o local onde ela dorme, do lado esquerdo da cama, do lado do meu coração. Eu me ajeitei ali e acabei cochilando e me acordei ouvindo o uivo do vento, abri os olhos e ela não estava no quarto, me sentei na cama, a luz ainda estava ligada, coloquei meus chinelos e abri a porta onde é o quarto do nosso bebe – Vicente Hercílio – lá estava ela, deitada na poltrona, apenas de robe, o quarto estava frio, ela repousava. Senti uma aperto no peito entre acordá-la daquele sono que há varias noites eu não via ela dormir bem – e nem eu – devido aos gemidos e reviradas, mesmo que fosse de forma suave para não me acordar, mas eu acordava e agora entendia o por que dela estar em alguns momentos do dia tão estressada.

Voltei ao quarto e peguei um cobertor, ela tinha uma mão sobre a barriga, logo abaixo dos seios lindos e grandes. Fiquei com tesão, tendo aquela visão dela na minha frente e mesmo ela estando gravida, não diminuiu minha libido como muitos outros caras falavam.

Marina estava linda. Cada dia mais linda. Cada dia mais plena e logo, logo mesmo, Vicente estaria entre nós. Liguei o aquecedor do quarto, a poltrona ficava ao lado do berço branco com azul, frente uma cama de casal, ao lado abajures e cômodas além de um amplo guarda roupas lotado de roupas, fraldas e utensílios para bebes. Depois de me contentar em contemplá-la, cobri a mulher da minha vida com um cobertor, dei-lhe um beijo naqueles cabelos com cheiro de fruta, liguei um abajur no canto e deixei a porta entre aberta, voltei para a cama sem sono, olhando no relógio vi que quase era duas da manhã. Deitei e me cobrindo, sem procurar pensar em nada, adormeci.

MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora