Capítulo 22

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"Não diga nada, absolutamente nada. Hoje tudo que quero é te amar em silêncio". Capítulo 22.

— Acho que somos duas feras na mesma jaula. – ele me olhou de uma forma que eu sorri, ele pensava, aqueles olhos azuis intensos... Límpidos... — Adoro seus olhos, a forma como você olha... A expressão que eles transmitem... Os olhos são reflexos de nossa alma... – enquanto minha mão repousava em seu rosto, ele beijou a palma da mão. — Amo as caretas que você faz.

— Eu também amo tantas facetas suas. – ele baixou o olhar para pegar um cacho de uvas, eu me sentei ao meio de suas pernas e encostei a cabeça no peito dele. O melhor lugar do mundo!

— É?

— Uhunn.

— Quais?

— A curiosidade matou um gato, sabia? – falou ele rindo.

— E está me matando também.

— Muito bem. Esta preparada, gata?

— É tão sério assim?

— Você pediu, agora aguente. – ele conseguia rir de tudo.

— Não me provoque. – disse também rindo.

— Não me desafie.

— Eu nunca quis te desafiar, embora, você sempre achou que era isso que eu estava fazendo quando na verdade eu estava correndo de você. – lembrei do episódio da cantina da faculdade. — Eu sabia que me envolver com você era confusão na certa. Então eu corri e... – fiz uma longa pausa. — Você achou que aquilo tudo era algo diferente, algo novo... Desafiador. – fiz outra pausa. —Por que você estava acostumado com mulheres que corriam atrás de você e não com uma que justamente, estava fazendo o inverso e isso era no mínimo... Excitante.

— Era... – ele encolheu os ombros. — Excitante. Era como algo inesperado, saber o próximo passo seu, era tão... Afrodisíaco!

— Por que nunca me contou isso?

— Nunca tivemos a oportunidade.

— É verdade.

— Satisfeita? – pede ele me dando um grão de uva na boca.

— Com o que?

— Com nossa noite?

— Foi... Uauu. – ele riu. – Em todos os sentidos.

— É?

— Ahan.

— Estava acumulado faz um tempão, porra, que saudade que eu tinha da minha mulher, minha esposa toda - toda para mim. – Ele me envolveu em seus braços, me apertou carinhosamente contra si e essa sensação foi maravilhosa. Como era bom se sentir amada.

— Você nunca me pareceu romântico.

— Talvez fosse pela falta de oportunidade... – eu mexi suavemente minha cabeça enquanto fitava a negritude do céu noturno que agora era um manto salpicado de pontinhos brilhantes. Lindo. Perfeito e inexplicável, como era a criação Divina. Me senti tão pequena, tão insignificante diante do que havia a minha frente. — Ou talvez, não havia conhecido a mulher que pudesse ampliar meus horizontes, balançar minha estrutura ou ainda, como você mesma disse, pudesse me desafiar modificando todas as possibilidades daquilo que eu havia determinado para minha vida. – ele ficou em silencio e eu pude sentir o respirar dele em meu pescoço, o hálito quente contra a pele gelada da noite. — Você me mudou Marina.

— Você não pode mudar por mim e sobre nós, já havíamos conversado.

— Você não me pediu mudar, eu... Simplesmente me permiti... Hummm... Sentir algo diferente e não repreendi meus sentimentos.

MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora