Capítulo 12

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                                    "Minha razão quer que eu fuja mas meu coração só quer você." Capítulo 12.


— Preciso que você vá até a casa da Mariah e pegue o carro dela emprestado.

— O que?

— Você está me ouvindo?

— Eu estava dormindo.

— Pois então acorde! – gritei.

— Mas o que esta acontecendo?

— Hora de por o plano em pratica.

— Meu. Deus! – ele exclamou.

— Vá até a casa dela e me ligue quando chegar lá.

— Ok.

— Traga ela junto se precisar, mas venha, não estarei em casa, vou ir pra casa da Clara, esta me ouvindo?

— Sim. – eu o ouvi derrubando algo.

— Não faça barulho. – disse com raiva.

— Eu estava dormindo e você me assustou.

— Quando chegar aqui me ligue, estarei na casa dela, entendeu?

— Sim, estou indo.

— Tudo bem, tudo bem. – desliguei, tentando me acalmar.

Tremendo de raiva e de culpa, pior do que uma vara de bambu em meio a uma tempestade, meu coração dizia pra ficar, mas minha razão pediu enlouquecidamente pra eu cair fora dali, olhei para a cama e a dor aumentou, e eu achando que já havia chegado ao meu limite. Seguindo a razão, pois da ultima vez que ouvi meu coração acabei em um hospital, desacordada por dias, busquei em todas as gavetas minhas roupas, fiz questão de deixar a camisa dele na lavanderia juntamente com a cueca, enquanto arrumei a casa toda, deixei os cobertores na máquina, as roupas dele ali ao lado, dentro do cesto. Guardei o que sobrou do nosso piquenique na geladeira, guardei a cesta e deixei a casa impecavelmente arrumada, passava da uma da manhã quando peguei minha mala e sai de casa, fechando-a e deixando apenas a porta da garagem aberta, para que ele não desconfiasse bem como os travesseiros debaixo dos cobertores da minha cama. Ele brincou com fogo, agora ele iria se queimar. Carregando minha pequena mala, havia deixado ainda sobre a poltrona no meu quarto aquele conjunto horrível de moletom que ele havia comprado pra mim e aqueles tênis. Estava apenas de havaianas e fazia frio, depois de caminhar pela cidade me escondendo a cada carro que passava na rua, dobrei uma esquina e vi o carro dele lá. Droga! Ele estava em um bar. Contornei toda a quadra até chegar a casa e bati.

— Clara? – chamei. — Sou eu, Marina, abre?

Ouvi o barulho de uma janela se abrindo na lateral da casa.

— Clara? Sou eu. Marina.

— Mein Gott! – depois ouvi as chaves girando. — Meu deus! O que aconteceu?

— Clara! – me atirei em seus braços. Chorando copiosamente, ela me levou até o sofá e ali me sentou.

— Ele te bateu? Vocês brigaram? Você esta machucada?

— Estou bem, estou bem fisicamente, mas meu coração esta em mil pedaços.

— Ohh. – disse ela me olhando com cuidado pondo as mãos em torno da boca, envolta em seu robe fofo, com chinelinhos de inverno nos pés e de pijamas.

— Nós, estávamos saindo, mas hoje ele recebeu uma ligação e disse que jamais vai se casar ou mesmo quer ter uma família... – olhando pra ela eu me senti suja, culpada. — Ele disse e eu deduzi que fosse outra mulher na linha, por que... – disse secando as lagrimas com os dedos. — disse que eu era apenas mais uma na cama dele... – um soluço escapou e eu chorei, derramando mais lagrimas.

MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora