Capítulo 13

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           "É uma história que se complicou, Eu sei bem o porquê" Itiê (A Noite)- Capítulo 13

Acordei com cheiro de carne pairando no ar, meu corpo todo estava doendo, muito mais minha cabeça. Olhei para a cama de Mariah e ela ainda estava dormindo. Levantei, tomei uma ducha rápida, e procurei por roupas minhas na mala, mas decidi atacar o guarda roupas dela, vesti uma blusinha e uma bermuda sua, e depois fui até a cozinha.

— Oi. – disse.

A mulher se virou espantada e me olhando sorriu.

— Oi. –disse feliz em me ver. – Bom dia Marina, cedo não?

— Talvez. –disse.

— Esta com fome?

— Muita. – sentei-me a mesa para que pudesse me acordar melhor. — Foi o cheiro da sua comida que me acordou, Mariah ainda esta capotada na cama.

— Eu imagino. – disse ela mexendo em uma panela de arroz sobre o fogão. — Ahnn, você pode me dar uma mãozinha aqui?

— Claro. O que a Senhora precisa.

— Ahn. – disse ela me olhando feio. — Primeiro me chamo Maria Ivone, pode me chamar de Ivone e Breno já deve estar chegando, pode por a mesa pra nós?

— Sim.

Ela me indicou o local dos pratos, garfos, facas, copos, guardanapos e quando Breno chegou me olhou e sorriu.

— Estou mesmo precisando de alguém pra me ajudar com o gado e soube que agora teremos uma hóspede por alguns dias. – disse olhando pra mim. — Acho que posso cobrar o trabalho dela pelo valor da estadia, o que acha Ivone?

Ela gargalhou e disse por fim, quando colocava um churrasco a mesa. — Nada mal essa ideia. - e olhou pra mim. — Marina, queremos que você se sinta em casa por que temos a certeza que se fosse com Mariah seu pai faria por ela a mesma coisa, então, para nós será como uma filha. – ela me olhou séria. — Mas vamos querer saber suas intenções.

— É justo. – falei.

— Vamos comer.

— Churrasco? Hoje é segunda! – disse espantada com o cardápio.

— Sim, mas se você chegou, é uma visita, então nada melhor do que um belo churrasco! – disse Breno. Eu concordei, uma semana comendo apenas coisas estranhas, sopas, sanduíches, ninguém merece!

Depois de estar saciada, contei-lhes o que havia acontecido e por fim qual era meu plano.

— Mas a policia vai bater aqui Marina, pensou nisso?

— Já pensei e decidi cooperar.

— Como? – pediu Ivone enquanto pegava pé de moleque pra gente comer.

— Eu tenho porte de arma e o policial que me entregou deixou um cartão no fundo da caixa, vou ligar pra ele e contar que estou disposta a cooperar desde que, eu possa andar livremente e que não seja vigiada.

— É muito difícil. Eles querem você por outro motivo.

— Eles querem pegar Adriano pelo tráfico de drogas e eu sou o coringa. – os olhei. — Só que eu também quero pegar o Adriano por que eu tenho quase certeza que ele internou meu avô e eu preciso ouvir a história através da boca dele. – eles se olharam e Breno se encostou na cadeira pensando, o homem grande e entroncado na minha frente, com um bigode negro e espesso, cabelos ralos ponderava a minha ideia. — Preciso encontrar meu avô, contestar a história dele e depois pegar Adriano. Ele me quer morta, e eu também quero ele morto. – eles me olharam feio. — Não pelo dinheiro, pela minha vida, pela minha honra seria o correto, mas ele não vai mudar e que antes que chore a minha mãe, que chore a dele.

MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora