Deus dá asas aos anjos para que eles aprendam a voar. Capítulo 15
Faltava um dia para meu aniversário, nessas duas últimas semanas minha vida foi um inferno, retirei toda a roupa e meus pertences da casa onde fui criada e dormíamos na cidade até que tudo estivesse pronto na fazenda, minha relação com meu avô tornou-se mais afetiva do que realmente eu havia suspeitado e sempre que podíamos conversávamos, havia uma equipe de funcionários que estava limpando o terreno e fomos ao cartório juntamente com advogados para receber a minha parte da herança, ali eu havia visto Helena, depois de quase dois meses.
Depois que Marco contou à ela que eu sabia da verdade, ela fez questão de me ignorar e não estar onde eu estava, quanto a isso, eu agradecia, eu imaginava sua dor, mas eu não queria mais atritos.
— Não temos mais nada a partir de agora. – disse ela fria diante de todos.
— Posso ver o Davi? – pedi por impulso, afinal, ele era meu irmão.
— Ele é seu irmão, não posso impedi-la embora eu não queira, mas é o preço. Até mais senhores. – disse ela e saiu da sala com seu advogado. Meu avô me abraçou e saímos, peguei um bolo na padaria enquanto meu avô foi ao mercado, quando estava entrando no carro,
— Marina? – conheceria aquela voz mesmo que eu estivesse mais velha que meu avô, coloquei o bolo no banco do carona e olhei para trás.
— Oi. – disse, ele me abalava, cada dia um pouco mais.
— Como vai você?
— Bem. – disse com um sorriso leviano, embora minha vontade de dizer: " estamos ótimos e você?", mas não, ele não saberia jamais disso. — E você?
Ele encolheu os ombros e olhou ao redor, depois pousou aqueles olhos azuis intensos em mim para responder. — Indo.
— O importante é não parar. - disse depois de fechar a porta da camionete.
— Soube que esta morando com seu avô?
— Sim, acabei de me mudar, foi essa semana. – disse saindo do sol de novembro e indo para debaixo da marquise da padaria.
— Legal, que bom. Eu... Fiquei feliz por isso. – disse, tirando o óculos para me olhar melhor, vestido sua camiseta branca fina, bermuda e tênis.
— Obrigada, mas pode ficar feliz por você. Não preciso da sua felicidade por mim.
— Será que dá pra você não ser grossa uma vez na vida?
Eu ri, balancei a cabeça, e senti, naquele instante senti algo dentro de mim, ou uma mexida na minha barriga, muito levemente, como se meus músculos estivessem sendo esticados de forma suave, fiz varias caretas e sorri, enquanto ele permanecia na minha frente com cara de quem não estava entendendo nada, eu estava apenas entre seis ou oito semanas, era muito cedo, minha barriga começava a ficar como se estivesse inchada, mas esse inchaço eu queria aproveitar de todas as formas.
— Desculpe, o que você disse? – pedi pra ele depois de me lembrar que ele estava falando comigo.
— Você esta bem?
— Sim. - disse sorrindo, explodindo de felicidade.
— Começo a duvidar da sua sanidade.
— Quem se importa? – pedi. — Desculpe, tenho que ir, tem mais algumas coisas pra fazer. - Abri a porta e sorrindo pus o cinto de segurança, dei sinal e entrei no transito para mais adiante pegar a rodovia até a fazenda, nem vi quando cheguei, desci pegando o bolo e pondo-o na geladeira.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Marina
RomanceQuando Marina decidiu sair com Adriano não tinha ideia do que podia acontecer... Quatro anos se passaram e aquela noite jamais foi esquecida. Todos a viam como a culpada. Mesmo quando o pai faleceu a mãe a culpou por todas as coisas erradas que ela...