Capítulo 8

28 4 0
                                    

                                                                                                                                                                        8 Capítulo

Acordei com meu celular tocando às seis da manhã, quando a claridade do dia invadia meu quarto, tomei banho, lavei bem meus cabelos e me sentia muito melhor, ainda com dores, mas nem perto da dor do dia anterior, não tinha uma loção para perfumar meu corpo, apenas xampu e desodorante, - se bem que meu cheiro é bem melhor, cheiro de pele, cheiro de mulher. – pensei.

Vesti uma das calcinhas de algodão que havia ganhado, uma calça jeans, minha bota e uma das blusinhas que ele havia comprado pra mim, sequei meu cabelo e ainda pus o moletom, me olhei no espelho e tudo combinou. – ahn, pior que não!

Fui até o quarto dele e peguei uma jaqueta sua, pus aqueles malditos tênis de novo, desci as escadas, peguei a chave do carro, fui até a sala onde o encontrei ainda dormindo. — Filho da mãe, tomou um baita de um pore! – falei baixinho, ele dormia maravilhosamente bem, estava, por incrível que pareça na mesma posição que eu o havia deixado, aquele rosto coberto por aquela barba cerrada era lindo de mais! E ficava mais bonito quando ele mostrava os dentes e os olhos azuis límpidos, feito para o pecado.

Debrucei-me no sofá o admirando.

Eu o imaginei em uma cama me encarando, acho que teria um orgasmo! É sério! Eu estava praticamente arriada por ele, isso me preocupava, era melhor eu manter distancia segura e evitar o primeiro contato, o primeiro beijo, antes que eu pegasse fogo.

A lembrança da troca do pneu na faculdade invadiu minha mente, fechei os olhos e lembrei como era aquele beijo dele, suave, de lábios macios, ele tinha uma pegada forte, mas...

Eu queria tudo de outra forma, queria ser empurrada pela cintura contra a parede com força enquanto ele jogava minhas pernas sobre seu quadril e ali ele esfregaria contra minha pélvis o que ele tem logo abaixo do ventre, passando a barba devagar sobre meu pescoço, permitindo que arrepios percorressem minha pele, enquanto ele falava obscenidades em meio a sugadas, beijos e lambidas quentes, nesse ritmo eu seria despida de pudores, de lembranças e seria vestida de desejo, de intensidade e... Orgasmos. Soltei um gemido curto, a ideia era tão boa e tão completamente idiota, eu não era o tipo dele como ele mesmo já havia falado.

Meu negócio é rústico e sistemático, sou de alma xucra, nasci e fui criada em galpão, sobre o lombo do cavalo, tenho pés e mão pesadas e pensamento livre, nada me prende, nada me apega... Até esse Zeus atravessar meu caminho e virar a minha vida, me deixar tonta, com cara de idiota e... Apaixonada! É, eu estava encrencada.

Abri meus olhos e ele continuava ali, parecia que ele sorria, mas na maioria do tempo, ele era tão enigmático, tão concentrado em si que não parecia pertencer a esse mundo, meu estômago roncou, saí da hipnotização que havia entrado enquanto admirava os contornos de seu rosto.

Dei partida no carro e encontrei apenas a cafeteria aberta as seis e meia da manhã, estacionei, já havia um movimento pequeno de carros, entrei e fui olhar o balcão.

— Bom dia Marina. – disse o atendente.

— Bom dia, hunn? – perguntei apontando o dedo pra ele.

— Lucio. – disse ele. Um moço loiro de olhos azuis, de meia altura, vestido de branco e com um avental vermelho, com o nome da cafeteria bordado ali. Ele sorriu, eu me mantive igual. — O que deseja?

— O que já saiu hoje? – pedi de olho no balcão, cheio de guloseimas apetitosas.

— Hunn. – disse ele comprimindo os lábios, ele olhou um pouco para o balcão. – Pão. Pão de queijo, rissoles, coxinhas, sonhos com recheio de creme e recheio de doce de leite, apfelstrudel, beijo de noiva.

MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora