Capítulo 6

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6 Capítulo – Leo.

Sim, caro leitor, você não esta ficando louco, eu que decidi assumir esse capítulo e falar algumas verdades.

A primeira, é que já fazia três anos que eu a conhecia, e ela, bem, ela não. E quando infelizmente tive que por os olhos nela e naquele maldito exato momento todas as outras garotas sumiram, era só ela diante de mim.

Quando a vi de verdade senti algo muito estranho, algo diferente do que é sair com uma garota.

Sabe aquele lance que vocês dizem do "famoso frio na barriga"? Então. Nem perto com ela. Ela me desafiava o tempo todo, que ela é mais inteligente que eu, isso eu já sabia, mas tinham mais coisas que eu passei a admirar nela. Ela era astuta e mesmo sendo da roça ela era absurdamente sexy, seus cabelos rebeldes como os meus, em tons de caramelo e loiro, sempre de chapéu, jeans e botas. Montada em um cavalo então, ela era uma amazona sul brasileira. Tinha as ondas perfeitas naquele corpo, tinha músculos definidos, mas o que nela mais me impressionava era a determinação dela em limpar o nome do próprio passado.

Ela nem imaginava que estava sendo observada há anos, desde incidente que culminou na morte de seu pai, nem sabe o inicio de toda a verdade, nem imagina os podres que o pai tinha, a origem da mãe dela e o que ela é de verdade, mas, não é a grana dela que me importa, caso você tenha pensado nisso. Realmente não, não é. Não gosto de mulheres mimadas ou que estão na TPM, não gosto de atrasos, mas topo qualquer parada quando alguma mulher resolve me desafiar. E com ela era assim, de forma naturalmente estranha, ela simplesmente desafiava qualquer um, sem se dar conta. Era observadora como uma águia, canina como um lobo, sabia quando podia atacar e não deixava barato.

Já sabia que ela havia feito o curso para poder ter uma arma, ela já havia solicitado a carteirinha e mesmo encomendado uma arma, apenas, não sabia qual era o plano dela. Lidar com Marcela ainda testava minha paciência, contudo, uma das minhas regras é jamais misturar trabalho com sexo. É! É isso aí! E era, exatamente, era o que eu mais temia.

Fechei a porta do apartamento trancando ela lá dentro, pois sabia que ela não teria escolha, não foi a toa o que o 9° apartamento foi escolhido. Alí ao lado ficava o salão de festas, então vizinho algum incomodaria ou iria bater na porta, embora minha vontade fosse de estar longe dali, Marcela chamou o elevador e eu fiquei com cara de paisagem, já havia mandado ela procurar a turma dela fazia tempo, mas como ninguém era de ferro... Ela aparecia para algumas "visitas", porém agora, isso não seria mais possível. O caso "cinderela" como era chamado, estava em desdobramento, relatórios e mais relatórios, provas, investigação, isso já vinha me consumindo e agora tinha mais uma coisa, uma coisa humana, de carne e osso, sexy e gostosa pra cacete bem na minha sala, nua e doente! É mole ou quer mais?

Entramos no elevador e o corpo nu dela em minha frente não saia da minha mente. Era... Indescritivelmente belo, assimétrico, com muitas curvas e a que mais me chamou atenção foi a sua cintura, me contive ao máximo para não toca-la. A porta do elevador abriu e respirei fundo, Marcela foi na frente, destravou o carro e jogou as sacolas de comida pra dentro.

— Quem é aquela vaca? A refugiada? – pediu ela com aquela voz e naquele tom.

— Você sabe bem quem é ela. – disse.

— E o que ela ainda faz aqui, Marcelo?

— Ela vai ficar aí, está sobre custódia.

— Então acabou? – pediu ela olhando pra mim, com os braços cruzados sobre o peito siliconado, parecia mais um cãozinho arrependido por ter feito algo errado do que a mulher que eu... Tinha na cama.

MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora