Capítulo 21

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             "Eu sei que meu mundo girou só pra te encontrar." – Capítulo 21.

Valeu a pena todo o meu esforço, cada contração que senti, cada dor aguda que atravessou meu ser. Faria tudo de novo. De novo. De novo. E de novo e novamente, independente de quantos filhos eu tivesse.

Hoje olho pra ele e vejo como sou uma mulher de sorte. Vê-lo dormir como um anjinho, agradeço á Ele pela oportunidade de ter uma família. Como tenho todos os ingredientes de uma receita de bolo, faze-lo crescer e ficar lindo.

A vida é assim. Hora precisamos por mais sal, às vezes adoçar mais um pouco, por instantes cuidar para não queimar e deixar dourar um pouco. Tudo na vida tem medida, e acima de tudo o ingrediente principal! O AMOR!

Ah sim, esse não tem medida, regras ou xicaras, esse é à vontade. Olhando para meu lindo bebe, minha cria, como eu e Leonardo chamamos, posso dizer que meu mundo, minha vida teve que dar muitas voltas para poder assim encontrar a entrada para a estrada da felicidade.

Não existem pessoas perfeitas, todo mundo sabe, mas o que poucos sabem, é que nós as tornamos perfeitas em nosso mundo, em nossa utopia. Nós encontramos, nos outros a tal da felicidade e foi assim que eu aprendi como é a vida.

Cada um colhe o que planta e essa regra é universal. Poucos é que se dão conta.

Estou dirigindo agora, enquanto olho pelo retrovisor, pai e filho brincando no banco de trás, e isso é lindo. Vicente esta com três meses, faz calor, do jeito que eu adoro! O dia esta lindo, a primavera exala suas cores e cheiros por todos os locais. Nem me dou conta e quando meus olhos se encontram pelo espelho do retrovisor vejo que estou sorrindo.

Vejo que perdi o ar inocente de adolescente, que hoje sou mãe, mulher feita, mesmo ainda com vinte anos, e a imagem do meu pai vem a minha mente. Nem mesmo quando Marco e Mariah conheceram Vicente, os padrinhos no nosso bebe, nem mesmo dias antes do parto, não havia me lembrado dele e puxa vida! Ele fazia uma falta danada na minha vida. Meu velho pai! Oh céus! Não dá pra ter tudo na vida não é? Mas pode ser ter o suficiente, e nós três éramos o meu suficiente.

Sequei as lágrimas de saudade do meu pai e teria que fazer uma visita a ele.

...

Estava escuro, deixei leite na mamadeira para Vicente e voltaria logo, depois de amamentá-lo mesmo ele estando dormindo, de segurar em suas mãozinhas lindas, de sentir o cheiro dele, eu queria cavalgar, havia chegado o momento, aquele que há muito eu havia esperado, hora de colocar todas as lágrimas para fora, todo o choro e o medo que eu havia engolido nos meses que estive gravida, neutralizando esse sentimento em uma caixa lá no fundo de minha mente e agora, havia chegado o momento de esvaziar essa caixa e talvez, me desfazer dela.

Entrei no galpão, peguei o cavalo do meu avô, o Ventania – minha família tinha uma tara por ventos! – selei-o. Montei nele e Jardel veio ver o que estava acontecendo, pois sem querer eu havia derrubado um carrinho de mão, um balde de latão e uma pá, fazendo um baita barulho.

— Senhora. – disse ele chegando correndo e parando na porta, com cara de quem estava vendo uma assombração. Ele ainda era lindo.

— Sim? – pedi. O desgramado estava sem camisa e tinha músculos! Muitos músculos naquela barriga de tanquinho e bíceps delineados, além das coxas bem torneadas, não mais que Leonardo, mas ele era um belo exemplar.

— Me desculpe, ouvi um barulho e vim aqui correndo.

— Não tem problema. – eu sorri o deixando vermelho. Eu ainda tinha o mesmo efeito sobre ele? — Vou cavalgar. – falei e ele me olhou.

MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora