Capítulo 24

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" Eu não vim até aqui pra desistir agora" - Capítulo 24.


- Eu ainda acho uma péssima ideia. - falei pondo a roupa.

- Relaxa Marina, nós vamos comemorar seu aniversário! - disse ele dentro do closet. - E é uma festa sertaneja, pelo amor de Deus!

- Eu sei que é! - afirmei.

- Então? - ele fechou alguma porta. - Vicente vai estar em casa com Marlene e seu avô. - ele me olhou, vestindo uma camisa jeans, botas, calça justa, um cinto com uma enorme fivela. Sem querer eu dei uma boa olhada naquele Zeus na minha frente, talhado de músculos, todo bronzeado do sol, com aquela barba cerrada que era sua marca e os cabelos que eu já tinha puxado de todas as formas. - Não tem nada de errado da gente sair e se divertir! Ou tem?

- Ahn. Não! - falei convicta retomando o controle depois de viajar por lembranças deliciosas de quando fazíamos amor.

- Então o que é?

- Eu... Eu estou sentindo que tem algo errado.

- Como o que, por exemplo? - pediu ele cruzando os braços. - Um casal jovem que tem um bebe de cinco meses não pode sair pra ir para uma balada, sabendo que a "babá" vai estar com ele?

- Marlene não é a babá do Vicente! - enquanto escovava o cabelo.

- Ah não? Então por que ela tá sempre com ele no colo? Ahn?

- Por que ela ama ele assim como nós dois. - falei

- Aí que está a resposta Marina. - ele veio em minha direção. - Nós somos os pais do Vicente, ela o ama tanto que fica com ele pra cima e para baixo com ele, o que me parece ser uma babá incondicional.

Eu fiquei de frente pra ele. - E você acha que eu já não falei com ela a respeito disso?

- Eu sei, meu amor, eu sei, mas você ainda não entendeu.

- Mas que merda! - falei entre dentes.

- Ai Senhor! - disse ele jogando o pescoço pra trás e fechando os olhos, para depois me encarar. - Eu disse que podemos deixa-lo com ela, fui claro agora?

- Sim, eu confio nela. Simples!

- Eu também confio nela, então é por isso que nós vamos sair hoje a noite!

Eu soltei o ar com força, não era por isso, mas eu tinha uma sensação esquisita, algo que como se alguma coisa fosse acontecer eu não pudesse premeditar, aquela sensação esquisita apertando minha alma, e isso havia acontecido apenas uma única vez. Isso não era bom, nada bom.

- Ok. - falei olhando pra ele, de olhos fechados. - Você venceu, vamos nos divertir! - fingi uma emoção, mas na real, eu não iria relaxar, não havia a menor possibilidade, restava saber agora, que raios era essa sensação de impossibilidade.

Depois de aguardarmos pelos meninos com nossas entradas, Mariah e eu encontramos a mesma mesa a nossa disposição, a mesma mesa daquela noite em que o conheci de verdade, a casa ainda era a mesma, com a mesma decoração, os mesmos acabamentos, a mesma direção, nos instalamos na área vip, onde havia menos gente e mesmo assim a casa estava lotada, Diego e Gabriel tocariam naquela noite de sexta, luzes desligadas e apenas os neon nos cantos e nas luzes das paredes laterais.

- Vou buscar uma bebida. Quer uma água? - disse Leo em meu ouvido, além de dar uma passada de língua em meu pescoço indicando que a noite seria longa. Eu sorri. Por minha pele correu um arrepio intenso e uma promessa de algo que há muito eu não tinha, por minha culpa, minha incapacidade de entrega.

MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora