VIII - Honey, you're too sweet for rock 'n roll

229 17 79
                                    

São 18:30 da tarde e Chrissy Cunningham sabe muito bem que já deveria estar dentro de um táxi indo para o aeroporto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

São 18:30 da tarde e Chrissy Cunningham sabe muito bem que já deveria estar dentro de um táxi indo para o aeroporto.

Mas ela não está.

Na verdade, ela ainda está no mesmo quarto de hotel em Los Angeles, como se estivesse presa nessa cidade para sempre porque toda vez que tenta ir embora algo acontece. Como uma brincadeira de mal gosto do universo.

Está sentada na cama, suspirando, com uma mão coçando o rosto e a outra segurando o telefone desde que recebeu a ligação de um tio desesperado que disse "o hospital me passou o telefone do hotel que você colocou na ficha, por isso liguei, porque preciso falar com você". E agora Wayne Munson está a pedindo uma coisa que Chrissy não sabe se pode ajudar.

- Sinto muito, senhor Wayne, mas eu não posso ajudar - Chrissy coçou o rosto, o coração apertou, ela sabe que Eddie precisa de ajuda, mas não é da ajuda dela - Eu tenho a minha vida, eu preciso voltar.

- Só estou pedindo para que fique um pouco e evite que ele se mate até eu chegar, vou chegar aí logo.

- Ele não vai se matar em dois dias, senhor Munson, você consegue chegar há tempo - suspirou.

- Chrissy, o que aconteceu ontem, não foi a primeira vez que aconteceu. Eddie já teve três dessas só esse ano - 3 overdoses em 5 meses, praticamente uma por mês - Se ele não parar logo, eu não sei o que pode acontecer, ele tirou o meu número da ficha médica porque não queria que me ligassem - foi a vez de Wayne Munson, com uma voz aflita e desesperada falar no telefone para ela - Qualquer dia desses, tenho medo que eu receba uma ligação que diga que ele não vai mais voltar - a voz dele tremeu - Ele não me escuta - dá pra sentir a dor na voz do tio desesperado - Ele é a única família que me resta, eu criei esse menino e não sei mais o que fazer, é por isso que estou pedindo sua ajuda, quando soube que estava em Los Angeles, pensei que vocês dois tinham voltado.

Chrissy soltou um riso triste e debochado - Eu e Eddie? Voltarmos...a que?

- Ao que tinham, pensei que fosse a namorada dele de novo. Não está na casa dele?

- Na...casa dele? - perguntou confusa - Ele mora aqui em Los Angeles? - não sabe nada sobre a vida dele, exceto aquele discurso egocêntrico e idiota que Eddie fez quando quis mostrar que a vida dele é perfeita. Confusa, por que se ele mora em Los Angeles...por que ele está num hotel e não numa casa? Chrissy suspirou, com certeza ele não quis que ela soubesse o endereço dele - Ah não, nós não voltamos, de jeito nenhum, tá bem longe disso, eu só vim aqui porque - suspirou - Eu não sei, acho que só vim ver um pouco do meu passado e já estou indo embora.

- Chrissy, você está aí, eu não estou, você sabe que é loucura ele fazer um show hoje depois do que aconteceu, você sabe muito bem que ele vai ignorar tudo que o médico disse, sabe que ele vai beber e usar aquelas coisas de novo. E se acontecer hoje mais uma vez? Duas vezes seguidas? Já vi o que esse tipo de coisa faz com as pessoas, e destruiu o pai dele. Não sei o que pode acontecer com Eddie, eu não reconheço quem ele se tornou.

Never Be the Same - Eddie Munson | finalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora