XVIII - Corações Quebrados

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Chrissy suspirou, querendo caminhar um pouco na praia e pensar direito no que vai falar para acabar o casamento e enfrentar a mãe pela primeira vez na vida

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Chrissy suspirou, querendo caminhar um pouco na praia e pensar direito no que vai falar para acabar o casamento e enfrentar a mãe pela primeira vez na vida. Precisa ir lá fora, precisa esfriar a cabeça e controlar a vontade de abrir a porta do quarto onde Eddie está dormindo.

Chrissy atravessou o corredor na ponta dos pés descalços e pisou no tapete macio na escada enquanto desce devagar cada degrau.

Ela paralisou. No meio da escada. Parou de andar.

Percebeu a luz quente de um abajur da sala ainda aceso. O peito disparou, o ar faltou, só de pensar que talvez Eddie ainda esteja acordado.

Ela deu mais um passo, desceu mais um degrau e o coração parou quando viu as costas de Eddie Munson.

Ele está sentado no piano, um cigarro aceso queimando na lateral da boca, tocando algumas notas com os dedos longos e cheios de anéis. Também está cantando algo baixinho.

O ar faltou...ela nem percebeu que a mão está suada e agarrando firme a madeira do corrimão da escada. Sentiu o coração acelerar como sempre acelera sempre que o vê, sentiu aquela sensação gelada e pegando fogo ao mesmo tempo bem embaixo do umbigo, que desce para as pernas.

Suspirou fundo porque o coração rápido a sufoca. Sentiu as bochechas e o rosto todo queimar, não sabe explicar, e não precisa explicar, porque sabe muito bem o motivo: e está sentado, alto, num banco de piano, com as costas altas, mais fortes e masculinas nos olhos dela, os cabelos longos soltos de um jeito desgrenhado, as mangas da camisa dobradas mostram as tatuagens nos braços, a pulseira no pulso, os anéis em cada dedo.

Chrissy suspirou fundo, quente e trêmula, parada feito estátua no meio da escada, não esperava encontrar ele aqui embaixo, surpresa, precisou se controlar para não entrar no quarto dele, e agora o encontra aqui.

Ela respira tão rápido que o peito sobe e desce numa quantidade de vezes preocupante para o pulmão.

Eddie tirou os dedos das teclas do piano quando ouviu os passos suaves vindo da escada. Ele virou e paralisou também. Surpreso com o que encontrou, não esperava que ela fosse descer, sentiu a porra do peito acelerar...porra. Olhou pra ela, Chrissy Cunningham parada no meio da escada com os cabelos loiros desgrenhados, linda pra caralho, usando só uma camisa dele que fica grande demais, mas não grande o suficiente, e as pernas macias estão nos olhos dele, do meio das coxas até os pés com unhas pintadas de vermelho pisando no tapete da escada.

Se encararam por longos segundos, ele no piano, ela na escada.

Até Eddie quebrar o silêncio - Eu te acordei? - ele perguntou e Chrissy fez que não devagarzinho com a cabeça, tão surpresa quanto ele. Eddie desviou os olhos, apagou o cigarro - Não conseguiu dormir? - ele perguntou de novo com uma voz baixa e rouca e ela só fez que não com a cabeça - É, eu também não.

Chrissy continuou parada na escada, sentindo os joelhos tremerem, sem saber se sobe de volta, se desce, se fala algo ou se só fica ali parada tremendo enquanto olha para as pernas grandes dele ocupando metade do banco do piano.

Never Be the Same - Eddie Munson | finalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora