Eu quero ver quando você sair pela porta e me disser meu bem, acabou.
Quando você encontrar um amor que te mereça.
Perplexa e exposta. É assim que me sentirei quando isso acontecer.
E sim a palavra é quando e não se.
Pois é.
Não consegui me prender em meus desejos.
Me profanei,incediei, pedi a deus com toda força que minha alma não fosse tua.
Matar a falta de amor com algum amante talvez fizesse tudo diminuir e ser menos impactante.
Porém não teve o efeito esperado. Tuas palavras são tuas, as palavras dela são dela.
E agora?
Você continua sendo você...vai ver foi eu...que de tanto rezar por um adeus acabei me perdendo no mesmo oi.
Eu escrevo de novo e de novo. Não pelo mesmo motivo...mas quase sempre pela mesma pessoa.
Você me faz lembrar das coisas que quero.
Talvez porque você é uma delas.
E volto a escrever, porque sei que estou na beira do precipício de novo.
Não qualquer precipício, é como se na montanha russa emocional que eu sou, eu recebesse uma prévia da queda.
E isso não é culpa de ninguém, eu não estou em um momento ruim. Minha vida atualmente é muito confortável, porém eu não consigo ser feliz o tempo todo.
Mas eu não sou triste, só crio raiva.
Eu aprendi a canalizar minha raiva pra coisas produtivas.
Mas agora eu aos poucos me mordo, me quebro, me consumo em fúria.
E começo a derramar essa raiva pra todos os lados.
No momento presente eu aprendi a guiar isso, a entender porque tanta raiva.
E é bem mais simples do que parece na verdade.
Porque mesmo que você saiba o motivo da raiva, o sentimento vai continuar ai dentro.
Depois de alguns dias essa raiva vai se aquietar. Afinal, nada dura para sempre não é?
Nada.
Acredito também que essa montanha russa de emoções vem porque cada vez mais vejo que meus dois portos seguros estão quebrando com o tempo.
E isso me assusta. Por mais que seja forte...ela é uma senhorinha...e ele está se tornando um senhor.
E isso assusta, o que farei sem eles aqui pra me guiar?
Pai...o que eu vou fazer quando você se for?
Vó...por favor...não vá.
Em minha mente consigo ter a lembrança clara de ambos mais jovens.
Meu pai tem o mesmo sorriso de antes. O mesmo jeito de brincar mas agora os fios brancos começam a tomar conta da barba que ele raspa na primeira oportunidade que tem.
Voinha...está cada vez menor e mais magra. E a cada vez que a vejo tenho mais medo de perde-lá de vista, tenho medo que ela escorra do meu abraço como areia escorre das mãos. Por isso a seguro em mim com firmeza, pra ter a plena certeza de que ela vai estar aqui amanhã.
Por favor continue aqui amanhã.
Por favor...Eu...sei que nem sempre o amanhã estará presente...mas pelo menos no amanhã de hoje eu estarei contigo.
Pra falar mal do meu tio, pra falar sobre minha mãe, pra comer frutas roubadas do vizinho, pra tomar café preto, pra comer um docinho depois do almoço, pra beber suco porque : " guaraná demais deixa sem dente", ou pra comer uma tangerina e bater um tempero enquanto você fala do grupo de idosos que você frequenta.
Por favor continue sambando suas músicas.
Continue indo as missas que aparentemente são imperdíveis todos os dias.
Mas por favor...não escorra.
Por favor...eu imploro ao tempo que seja mais gentil com você, imploro a Deus que me dê mais tempo contigo e imploro a morte, para que jamais venha passear no teu jardim.
Por favor...fique.
Eu sinto isso perto demais.
Perto ao ponto de me sentir quebrada por algo que não aconteceu.
Porém continua muito perto.
Quando acontecer...parte da minha alegria morrerá.
Uma parte que provavelmente nunca mais será ressuscitada.
Só de imaginar eu já sinto dor física, como se meu coração estivesse sendo esticado até rasgar.
Por favor...tempo, vá devagar.
Ela já não consegue correr tanto contra você.
Esse é o motivo do tormento da minha alma. Pois isso me quebra aos poucos, lentamente tal qual a velocidade que o tempo passa pra eles.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Palavras aleatórias de uma mente pulsante aleatória(0-20)
PoetryPensamentos da madrugada... Arrependimentos... Mágoas... Conquistas... Derrotas... Tudo que é escrito aqui é extremamente pessoal e pode não fazer sentido depois. Mas no momento em que escrevi pareceu certo. Era o que eu sentia/sinto no momento. E...