Tão frio.
Gelado.
Tremendo.
Talvez se estivesse tão frio eu não perceberia a diferença.
Buscar e buscar e buscar...buscar o que mesmo?
Tudo está tão frio.
Frio e escuro.
Não tão frio e escuro quanto uma cova.
Frio e escuro o suficiente pra machucar...sem nunca matar.
Removeria tudo com uma faca se fosse preciso ou possível.
Tudo o que? Todos os sentimentos. Todos eles.
Todos os que estão presos sem tradução.
Encarcerados pela minha razão, ou falta de.
Gostaria de partir sem deixar planos.
Sem deixar rastros.
Quanto menor a pegada menor é o dano não é?
Quanto mais me arrasto tentando viver...mais dor eu posso causar.
Viver é dor.
Não viver é o vazio. É a Indiferença.
Para todos os defeitos eu não causaria nada.
Você disse que eu não lutei.
Eu não lutei?
É o que venho fazendo desde os 7.
Eu achei que teria paz com você, que finalmente poderia descansar.
Mas você só foi um repouso de inverno. Um que me fez sentir novamente como se eu tivesse que levantar aquele muro que uma vez derrubei para permitir a sua entrada.
Meu conhecimento é a minha morte e vida.
E eu estive sozinha com você.
Eu estive tão sozinha com você.
Eu estava lá pra você, ja você não me visitou quando estava doente, se quer uma única vez.
Pelo contrário me encorajou a levantar pra te ver.
Morando num cenário no lado imaginário do amor distópico de uma amante que me fez acreditar que era culpada por uma gama de coisas e aceitar um tamanho incomum de desrespeito.
Agora eu sei.
Tantas decepções eu já vivi, você de longe foi a mais bem escondida.
Em silêncio profundo eu engoli.
A minha mãe realmente estaria orgulhosa, eu não fiquei na esperança de que você fosse fazer algo por mim.
Minha mãe estaria orgulhosa, porque se quando nós discutimos você me ofendeu falando nela...talvez quem seja mais parecida com alguém é você com teu pai.
Não importa se eu não sou o que queres, se eu fiz merda, eu aceitaria qualquer xingamento...honestamente eu só queria ir embora.
Eu falei sobre término, e aí você me tratou tão bem.
Me cercou tão bem pra que eu não respirasse e tentasse terminar, que eu preferi novamente ser desonesta.
Eu menti pra você.
Várias e várias vezes.
Centenas de vezes.
Com meu corpo e meu olhar.
Até que nem mesmo eu que suportei e ainda suporto homofobia vindo direto de uma das pessoas que mais amo suportei. E você jurou mesmo que eu iria continuar.
Eu passei por cima de tudo e de todos.
Passei por cima até de mim mesma.
Você queria que eu lutasse.
Eu estou lutando, não mais pra que você saiba como me tratar direito.
Agora luto pra me manter viva, pra nunca mais me rebaixar nesse nível.
Pra nunca mais virar uma necessidade e ocasionalidade na vida de alguém.
Não foi por carência ou falta de opção, eu senti amor. Mas você queria uma boneca não uma namorada ou esposa.
Você queria alguém que te consertasse.
E eu queria alguém que me acompanhasse.
Você me cobrou o triplo.
O quádruplo, quando eu nunca te pedi nada.
Os planos da minha vida... estão aí.
Afinal você era a sombra de alguém...a sombra que eu quis fazer de imagem original.
Mas você não era.
Eu me entreguei e você não era quem eu pensava.
Depois você se pergunta...porque é que o máximo que seus relacionamentos duraram foram 6 meses.
Dica: o problema nem sempre está nos outros.
Eu estou cansada.
Mas não cansada pra dizer que já não me recordo de sua voz e nem quero.
Porque caso lembre...não reconhecerei ou fingirei que não...eu sou muito boa em fingir coisas.
Especialmente em fingir que estou bem.
Você nem contestou.
Nenhuma das vezes você contestou.
Eu não te perguntava mais quase nada.
Eu não queria mais saber.
E você nunca perguntou.
Acho que era um inconveniente pra você.
Eu te disse, eu não perdoaria uma traição.
Nem mesmo se fosse eu fazendo.
Especialmente porque fui eu que fiz.
Eu nunca vou me perdoar, por isso eu não lutei.
Eu vou sentir tudo até que meus órgãos sejam comidos pela terra.
Porque eu não estaria comigo se fosse você ou qualquer pessoa.
Eu também me largaria.
Se eu pudesse já teria feito.
Eu só quero esclarecer as coisas.
Eu não fiz o que fiz por amor, ou falta dele, e sim pelo egoísmo da fuga.
Eu não pensei.
Em absolutamente nada nem em ninguém.
Eu quero deixar claro aqui...que mesmo que eu pare de existir.
Eu vou remoer isso, eu vou perfurar minha própria alma pra que eu entenda a dor que te causei.
Portanto em algum lugar, eu vou pedir a Deus no meu coração que te faça melhorar.
Que suas próximas pessoas estejam mais felizes.
Que você melhore.
Que eu melhore.
Mas eu não quero nem mesmo ter uma amizade.
Eu quero não existir pra sua vida. Nunca mais.
Eu vou pedir com toda a minha fé, para que nossos caminhos jamais voltem a se cruzar.
Para que minhas noites de insônia por suas palavras se transformem novamente em uma noite pacífica de sono.
Solteira ou não, você continuará sendo invisível aos meus olhos, insípida aos meus lábios e afastada de meu coração até o dia de minha morte de preferência.
Eu sempre fui uma pessoa noturna, da madrugada.
E você só me mostrou que eu realmente deveria ser.
O tremor das minhas mãos respondem por mim.
O tremor da minha pálpebra, a ânsia de vomito constante, a dor de cabeça ininterrupta, e a febre que já dura pelo menos uns 3 dias.
Mas...acontece.
Eu sei que você supera rápido.
Então espero que não lembre de mim.
Eu vou carregar a inteira responsabilidade pelos meus atos.
Eu estou me colocando no meu lugar.
E até o final irei abrir essa cova, para que depois eu possa me jogar dentro dela.
E talvez aí meu corpo tão frio, finalmente se esquente.
Este será o meu final.
O final que eu escolhi escrever...sem um ponto
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Palavras aleatórias de uma mente pulsante aleatória(0-20)
PoesíaPensamentos da madrugada... Arrependimentos... Mágoas... Conquistas... Derrotas... Tudo que é escrito aqui é extremamente pessoal e pode não fazer sentido depois. Mas no momento em que escrevi pareceu certo. Era o que eu sentia/sinto no momento. E...