Então eu danço com minhas dúvidas na sala.
Pela manhã aciono minhas emoções.
A tarde as repouso.
E a noite as renovo.
Sai do restaurante. Nunca mais entrarei nele, mas sei que em algum momento passarei novamente por sua frente.
Minha mão irá se estender a maçaneta, mas como em todas as vezes irei abaixa-lá sem tocar a mesma.
As luzes ainda piscam as vezes, mas jamais serão fortes e quase cegar como um dia fizeram no passado.
Afinal não se da pra ser tudo de uma vez. Não dá pra reformar algo condenado.
Eu gostaria que soubesse que eu sou um espelho. Um que nada reflete. Na realidade estaria mais para um porta, consiga abrir-me e te darei acesso ao meu privado mundinho.
Sem pudor, sem contradições, sem mais coisas banais. Me acostumei a enxergar no escuro deste lugar sem ninguém para acender a luz.
Eu não mais procuro a porta. Eu não tenho mais a necessidade de tentar demais, o que sobrou de mim agora cresce em mim chegando a um calor efervescente.
Tomo o café preto, whisky sem gelo. Faço meu próprio café. É engraçado, me sentir sequer um pouco areia por ti.
É isso não vai acontecer...eu mordo. Eu vou te morder, cuidado. Sangue desce mas lágrimas não vão por isso, se for pra me soltar que solte. Mas não me faça areia, estou revolta demais para voltar a um lugar que não me cabe, a palavra é justamente essa
Revolta.
Não é uma revolta direta, talvez revolução seja melhor. Porque assumir essa postura? É simples, a ansiedade de não saber se você é um sim ou um não mata.
E eu não vou passar isso novamente. Então se você é uma incerteza, considararei como um não até que seja de fato um não.
Portanto quando eu soltar a minha voz, palavra por palavra, entrego pequenas partes de mim, avisos e mais avisos.
Eu sinto que a cada passo que dou, me afasto. Cada momento é um recuo diferente, já que você está parada, eu ando pra trás.
Sou orientada a objetivos, você sabe disso. Se você não puder, ou não quiser, caminhar me deixe saber, que eu pelo menos não espero no vazio um grito que nunca vai ecoar.
Eu vou embora.
Sempre fui não é?
Se é isso que é necessário, eu vou. De novo e de novo e de novo.
Mandarei cartas em branco, pra que o silêncio grite em meu lugar tudo aquilo que me corrói por dentro, cartas essas, que nunca vão chegar.
Porque enquanto isso, enquanto isso não é dito. A única coisa que tenho é o desconforto de coisas que poderiam ser ditas, e o que de fato é pior que isso é que escutar áudios pra ver se ameniza a vontade de ligar e perguntar, não resolve de fato nada.
A platéia vai embora, não tem show. E o que eu faço com a porta? Deixo ela aberta? Espero ansiosamente uma chegada que eu nem sei se vai existir? Fecho? Quebro a maldita porta deixando um buraco vazio? O que exatamete eu faço com isso?
Eu tenho medo de finalmente fechar a porta de um vez por todas. Porque só de imaginar me arranca partes, eu não quero te ter como um talvez. Eu não quero te ter como alguém que eu precise pedir. Não é o meu forte. Nunca foi e nem será. Não me dê motivos pra fugir, eu odeio andar pra trás.
Se for pra soltar, solte. Me deixe ser só uma estranha que te conheceu um dia mas não me deixe aqui. Cheia de teorias, teorias que mato uma a uma com a única certeza que tenho, que se você não me comunicou não é fatídico.
Gostaria de gritar de peito aberto, tudo que quero dizer. Mas se eu preciso gritar pra ser compreendida, tem algo errado.
Eu não quero precisar gritar.
Pessoas diferentes, métodos diferentes. Então aguardar também pode ser flutuar entre o meio termo de coisas que simplesmente não se tornam verdades mas também não são de fato falácias.
E tá tudo bem se doer. Afinal, o limbo da dúvida é pior que qualquer decisão severa.
Sei que tudo é passageiro mas como busco zelo nas coisas do dia a dia, preciso entender se isso também vai estar frequente nele. Por isso me levo a outros lugares, me distraio andando por ai, com músicas, comidas, amigas.
Pois a estrutura das cavernas se mantém intactas mas o pensamento é faceiro e o coração não quer ser novamente um vasilhame opaco.
Mas agora, talvez mais calma?
Quer dizer, após gritar aquilo que precisava ser dito em alto e bom tom.É, calma... quer dizer, mais compacta.
Reduzir palavras, reduzir presença.
Afinal, não somos as mesmas pessoas. Digo, eu não sou. E isso em partes é o que me faz temer a sua falta de ação.
Não ser mais a mesma, não saber qual exatamente é a resposta não me assussta mais.
Por isso procuro minha própria orientação, escrevo para que essa orientação não se perca. Afnal revoltas são documentada.
Dentes cerrados, punho apertado e corpo fechado. Guerrear com meus impulsos me deixaram como um gato escaldado, febril, chorosa, assustada e principalmente a ponto de atacar.
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Palavras aleatórias de uma mente pulsante aleatória(0-20)
PoesiaPensamentos da madrugada... Arrependimentos... Mágoas... Conquistas... Derrotas... Tudo que é escrito aqui é extremamente pessoal e pode não fazer sentido depois. Mas no momento em que escrevi pareceu certo. Era o que eu sentia/sinto no momento. E...