Dois mundos

236 18 1
                                    



Enquanto o crepúsculo envolvia a mansão O'Connell, Billie e Emy continuavam sua conversa agora em um dos imensos corredores da grande casa, bem cuidada. A atmosfera serena parecia facilitar a abertura entre elas.

Billie: (sorrindo) É estranho como nunca pensei que conversaria tanto com alguém que não seja a dolores e meu irmão nessa casa

Emy: (concordando) Sim, senhorita Billie. Às vezes, as barreiras parecem maiores do que realmente são.

Billie: (olhando para um dos quadros na parede) Eu estava pensando... sobre o que você disse sobre a vida não ser fácil, Deve ser complicada para você.

Emy: (com sinceridade) Sim, tem seus desafios. Mas, de certa forma, cada parte da minha vida moldou quem eu sou agora.

Billie: (refletindo) Às vezes, sinto que estou presa em expectativas, em uma vida que não escolhi.

Emy: (com empatia) A pressão pode ser esmagadora. Mas sempre deve se lembrar, você tem o poder de moldar sua própria narrativa.

A conexão entre elas se aprofundava, e Billie começava a perceber que, por trás da empregada, Emy era uma mulher complexa com sonhos e desafios.

Billie: (curiosa) Emy, o que você sonha alcançar na vida?

Emy: (com um brilho nos olhos) Eu sonho em dançar profissionalmente não apenas para escapar, mas para inspirar outros a seguir seus próprios sonhos. E você, senhorita Billie?

Ela já dançava mais não do jeito que sonhava que seria
Ela não queria dançar sabendo que poderia ser assediada pelos homens tarados na boate do centro da cidade

Ela queria dançar onde e como seria mais aceitável para a sociedade. Por mais que não esteja roubando e sim ganhando dinheiro com muito esforço, ela queria algo melhor!

Para Emy se billie soubesse que a morena dança em uma boate muitas vezes rodeado por tarados não estaria nem se quer falando com ela nesse momento

Billie: (sorrindo) Eu... ainda estou descobrindo isso. Talvez seja hora de olhar além das expectativas da família.

Emy: (encorajando) Às vezes, os caminhos menos esperados podem levar a descobertas surpreendentes e enormes

À medida que suas conversas se estendiam, Billie e Emy descobriam uma nova cumplicidade.

No batente de uma das portas, Maggie observava as duas mulheres andando juntas pelos corredores com um misto de sentimentos, um deles sendo raiva.

Maggie sai de onde estava e caminha até as mulheres com um olhar amargo de reprovação

Maggie: oque está fazendo aqui parada empregadinha? Anda vá trabalhar! (É ríspida)

Billie: qual a necessidade de falar assim com ela Maggie? A menina não está fazendo nada e além do mais eu que a chamei

Maggie: você já não é o melhor exemplo maloqueirinha Eilish, e creio que essa empregadinha esfarrapada também não seja, então vão cada um para seu canto!

Com essa fala, Emy se afasta das duas mulheres de cabeça baixa e vai para a cozinha começar os preparativos para o jantar.

A fala da senhora Maggie a deixou avoada

Ela não é uma empregadinha esfarrapada!

Eu não sou um mal exemplo!

Por que a senhora era tão má? A vida dela foi tão ruim assim??

Tendo vários pensamentos como esse se repetindo seu expediente chegou ao fim, e com isso seu trabalho mais 'trabalhoso' haveria de começar.

Emy pegou suas coisas logo indo para sua casa. Uma casa pequena que dividia com seu pai que provavelmente não estaria em casa e sim em algum bar próximo a sua residência, Emy agradecia por não ter que ver Kevin hoje. Todos os dias a morena se arruma o mais rápido possível para logo sair de casa, encontrar seu pai no caminho seria uma maldição.

A jovem saí de seu camarim indo a caminho ao palco, com sua roupa chamativa e curta. Sua veste era composta por uma blusa pequena preta e extremamente colada, seu tecido parecia ser feito de borracha pelo jeito que refletia e gruda no corpo. Vestia uma lingerie de renda também preta.

Emy encontrava-se no centro de seu mundo noturno, a pulsante boate... Os holofotes lançavam uma dança de sombras ao seu redor, e a música envolvente criava uma atmosfera vibrante. Emy, envolvida no ritmo, dançava no pole dance com uma graciosidade que transcendia sua vida diurna como empregada na mansão.

Cada movimento era uma expressão de liberdade, uma fuga temporária das responsabilidades que aguardavam do lado de fora dos limites da boate.

Ao final de sua apresentação, Emy retirou-se para os bastidores, onde um camarim acolhedor servia como seu refúgio privado. Entre roupas brilhantes e maquiagens caras e. elaboradas das suas colegas de trabalho que não estavam no ambiente no momento, ela respirava fundo, preparando-se para a transição entre esses dois mundos distintos.

Emy: (sussurrando para si mesma) É como viver duas vidas opostas. A melodia distante de uma nova música preenchia o ambiente, e Emy sentiu o chamado para retornar ao palco.

Enquanto Emy dançava, uma cliente observadora sentada na primeira fila. Uma mulher de cabelos loiros, olhar esverdeado a chamou, enquanto muitos assobios e palavras hiper machistas eram despejadas das bocas dos homens ricos, assim que sua última apresentação chegou ao fim

Cliente: (com um sorriso) caralho! Você é incrível, menina!. Cada movimento é como poesia.(disse afobada)

Emy: (sorrindo) Obrigada, senhora. A dança é minha forma de expressar o que as palavras não podem.

Cliente: (curiosa) O que acontece quando as luzes se apagam, e a música para?

Emy hesitou por um momento, ponderando sobre as palavras a escolher

Emy: (com um olhar distante) É quando retorno à realidade, a uma vida que nem todos entendem.A mulher observadora lançou um olhar compreensivo, como se entendesse as dualidades que permeiam a vida de Emy.

Cliente: (esticou uma das mãos em direção a Emy) aliás meu nome é Zoe...Zoe Cox (a mulher sorri)

Emy: (sorrindo pega na mão da mulher) prazer Zoe

"love between whispers" amor entre susurros G!POnde histórias criam vida. Descubra agora