2 - A prisão

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Me debati bastante e senti uma enorme dor no braço, então acabei desistindo de fugir. Jamon me retirou do salão e passamos por mais algumas salas, que eu mal prestei atenção por estar com tanto medo. Chegamos em um local mais escuro, sem janelas, com uma escadaria em espiral que parecia interminável. Descemos inúmeras escadas até as minhas pernas começarem a doer. No fim, tinha jaulas que mais pareciam gaiolas penduradas a cima de uma espécie de lago que brilhava e era a única fonte de luz naquele escuro. Jamon me empurrou pra dentro de uma das celas penduradas sob o lago, me trancou lá e falou:
-Você, não mexer!
-Que? Você não vai me deixar aqui sozinha, vai?
-Miko mandar. Você não sair.
-Miko? Mas eu não posso ficar aqui, eu tenho que voltar pra minha casa.
O gigante me ignorou totalmente e foi embora. Eu não estava entendendo nada, como aquilo era possível. Meu pesadelo nunca tinha chegado nesse ponto. Talvez, dessa vez, eu não estivesse sonhando... eu sentia a dor do meu braço, a única coisa que tenho certeza agora é que esse não é o meu mundo. Já ouvi relatos de pessoas que disseram que foram abduzidas, será que isso está acontecendo comigo? Será que agora sou um prisioneira?
Depois de um tempo, respirei e comecei a me tranquilizar. De repente, vi uma sombra surgir de dentro do lago. Senti um arrepio percorrer meu corpo. Será que é a criatura do meu sonho? Senti a sombra me observar e recuei na minha sela até tocar as barras. Será que eu vou ser o lanche desse monstro? Para a minha sorte a coisa não pareceu interessada em mim e sumiu novamente no lago. Deslizei pela barra da sela, tremendo, e me sentei. Comecei a imaginar coisas horríveis.
Depois de um tempo, parecia que já estava ali a horas, talvez quase um dia inteiro. Comecei a chorar até que ouvi algo que parecia o barulho de uma fechadura abrindo. Surpresa, levantei a cabeça para ver de o onde o som vinha. Alguém me libertou.Foi quando vi algo que parecia um ser humano normal. Ele estava com uma máscara e olhava na minha direção sem dizer nada. Eu posso parecer louca, mas foi a pessoa menos estranha que vi até agora. E foi graças a essa sensação que me senti tranquila quando ele recuou pra me deixar passar pela entrada da sela.
-Eu posso ir embora? - perguntei esperando a confirmação.
O homem colocou o dedo sobre minha boca pedindo silêncio. Percebi então que ele provavelmente estava desobedecendo a tal da Miiko. Fiz um sinal com a cabeça pra mostrar que havia entendido. Estava doida pra sair dali. Finalmente alguém estava me ajudando e não queria causar problemas a ele. Sai da minha sela e olhei em volta para ver se não havia alguma armadilha, quando me virei pra agradecer ao homem mascarado, ele havia sumido. Eu estava sozinha, tinha que encontrar uma forma de sair dali. O lago não era uma opção, depois de ter visto aquela sobra bizarra. O único meio era subir toda a escadaria e torcer pra não ser vista.
Subi todos os degraus calmamente e tentando não fazer barulho. Cheguei novamente na sala com várias portas, eu tinha que decidir qual era a que me levava para a saída, então escolhi uma e fui em sua direção.

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