43 -A Ilha da Memoria parte II

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Eu entrei na minha tenda. Estou um pouco frustrada por não poder passar a noite com o Nevra, a presença dele me tranquiliza. Apesar de tudo consegui dormir. Mas por pouco tempo, um barulho me acordou durante a noite.

-O quê?

Sai da tenda e não tinha ninguém, o barulho parecia ter vindo do centro da aldeia. Corri até lá, mas também não tinha ninguém. Era alarme falso. Me acalmei. Se houvesse alguém, Nevra e os outros teriam visto. Decidi voltar para a cama. Quando eu estava voltando, senti um arrepio na espinha. Como num sussurro meu instinto me disse para ir ao templo no topo do penhasco, que eu havia explorado mais cedo com o Leiftan. Eu não sabia porque mas meu instinto estava me movendo para lá.

Andei silenciosamente até o templo. O lugar estava deserto e isso não me surpreendeu. Quem eu poderia encontrar aqui? Ezarel, talvez? Eu duvidava, ele estava tentando nos evitar, ainda mais eu. Eu aproveitei a paz deste lugar para olhar o céu estrelado. Enquanto eu admirava, não pude deixar de lembrar o que havia visto com o Leiftan, os restos da estatua no fundo do precipício. Mas um barulho me arrancou dos meus pensamentos. Tem alguém atrás de mim.

Foi quando me virei e vi, como uma miragem no deserto. Cabelo refletindo a luz da lua em um tom turquesa.

-Ezarel!!

Me vendo ele tentou fugir, mas eu imediatamente peguei ele, minha mão estava ferozmente agarrada ao seu braço e meu coração estava dividido entre várias emoções. A felicidade de o achar bem falou mais alto e apesar de tudo o que ele me disse eu fiquei preocupada com ele, e não consegui esconder minha alegria em vê-lo vivo. Então eu simplesmente o abracei.

-Fiquei com tanto medo por você, seu idiota. Como você pode acreditar que cuidar de tudo sozinho seria a melhor escolha?

- Me solta Ellanor, ela certamente está me observando.

Ezarel tentou se afastar de mim, mas eu o segurei com força. Eu me recuso a deixar ele fugir novamente. Certamente exausto ele caiu no chão e continuou a lutar, lágrimas escorriam por suas bochechas.

- Por favor, me deixe. Está estendendo? Vá embora.

-Não... você não está sozinho Ezarel. Entenda você.

- Ela vai atrás de você, por causa de mim. Eu não quero que nada de mal te aconteça.

-Se assim for, estarei pronta para lutar com ela. Você não pode enfrentá-la sozinho. Devemos estar juntos.

Enquanto eu o observava, tão frágil quanto uma criança perdida, um rangido de galhos quebrando nos interrompeu. Eu me virei para encarar o medo de Ezarel. Marie Anne estava lá, pronta para me atacar.

- Ele disse para soltá-lo.

Eu me endireitei e me coloquei entre os dois, quero que ele saiba que eu não falei por falar, eu estava determinada a ficar do seu lado e lutar com essa aberração. Eu levei a minha mão até o meu quadril e peguei o punhal que Nevra me deu de presente no início do dia.

-Se você quiser o Ezarel, terá que me matar primeiro.

- Se é isso que você quer.

Em um salto ela pulou na minha direção para tentar me dar um soco. Eu desviei e por instinto estendi minha mão livre na direção de Ezarel. Uma chama branca saiu da minha mão e cercou o Elfo como se para protegê-lo. O que será que estava acontecendo comigo?

Outra onda de calor tomou conta de mim e percebi que algo me dava os meios para confrontar Marie Anne. Coube a mim aproveitar essa chance. Confiando nesse poder, eu ataquei a assassina e a chutei nas costelas. Eu ouvi algo estalando e ela soltou um grito de dor. Marie Anne respondeu me atacando com a calda e eu tentei neutralizar. Cada um dos meus músculos foi carregado com uma energia misteriosa que eu não sabia que tinha e me deu força para enfrentá-la.

Eldarya - Rota NevraOnde histórias criam vida. Descubra agora