Faca de dois gumes

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Talvez você se lembre que antes de Ellanor ir a Memória tentar descobrir sobre suas origens, Valkyon foi enviado para Balenvia com a Miiko. A viagem era para cuidar das negociações entre os balenvianos, os fenghuangs, o povo Kappa e a Guarda de Eel. Esse capítulo irá revelar o que aconteceu durante essa missão na visão do Valkyon.

-Quero vê-lo, deixe-me passar!

(Miiko)- Valkyon! Eu... eu sinto muito, sinto muito mesmo.

-Onde está o Lance? Eu quero vê-lo!

(Miiko)- Valkyon, é tarde demais. Não sobrou nada dele.

(Daynis)- Valkyon, contenha-se!

Sem pensar me joguei na direção do Daynis e dei um soco na sua cara. Ele precisa calar a boca e parar de dizer que meu irmão morreu.

(Miiko)- PARE! Ele está morto! MORTO. Esse rapaz só encontrou seus restos... Valkyon, eu sinto tanto.

-Não! Lance... Não, não é... Não. LANCE.

Acordei encharcado de suor. Meus músculos estavam doloridos de tanto que o pesadelo havia sido intenso... Eu ainda via o sangue derramado no chão, esse sangue igual ao meu... o sangue do meu irmão. Ainda conseguia ouvir a voz da Miiko que tentava me fazer voltar a razão e entender que não havia mais esperança. Era tão difícil... Por que eu sonhei com isso novamente? Eu realmente me achava mais forte do que isso, depois de todo esse tempo... será que estava errado? Talvez... Em todo caso, estava muito abalado com esse pesadelo.

Talvez isso tudo tenha a ver com a nossa viagem a Memória, eu fiquei bem perturbado naquela ilha. Ela mexeu com minhas emoções, com lembranças que eu teria preferido reprimir para sempre. Parei de pensar em tudo e voltei a dormir. Felizmente, não voltei a ter nenhum sonho. O resto da noite foi tranquilo e reparador. Entretanto, um sowige bateu na minha janela logo antes de amanhecer. Será que nunca vou conseguir ter uma noite inteira sem sonhos ou perturbações? Me levantei e percebi que a mascote tinha uma mensagem presa em sua pata. O que será?

"Caro V,

Tenho informações sobre L. Coloque 100000 maanas aos pés da árvore ao amanhecer.

Meus cumprimentos,

S."

Santo Oráculo, é como se meu sonho estivesse me avisado sobre essa carta. "L." Lance, claro. O meu coração está batendo tão forte no meu peito que ele está quase doendo. Faz tempo que não tenho notícias do S... Não posso ficar muito entusiasmado. Espero que suas informações sejam sólidas. S não é do tipo que pede tanto dinheiro por nada. Tenho que ir até a árvore, o sol se levantará em menos de meia hora... Não tenho tempo a perder. Me levantei e me vesti.

Não tenho 100000 maanas aqui comigo agora. Duvido que o Purroko esteja no banco a essa hora... Terei que incomodá-lo em casa. Espero que ele não fique muito bravo. Andei até o refúgio e fui até a casa do Purroko.

Bati na porta e ele saiu com cara de sono como sempre.

(Purroko)- A que devo a honra da sua visita, caro chefe da obsidiana?

-Preciso sacar uma soma considerável rapidamente.

(Purroko)- O banco abre as 8. Volte daqui a três horas.

-Eu sei, mas preciso do dinheiro agora.

(Purroko)- É uma doação para o S?

-Sim.

(Purroko)- Entendo... Posso processar o seu pedido. Porém, visto a hora em que você está me pendido para abrir o banco, esse favor não será gratuito. Preciso de muitas horas de sono.

Eldarya - Rota NevraOnde histórias criam vida. Descubra agora