Sete dias se passaram. Nós organizamos novamente o QG e apesar da falta de livros, a biblioteca começou a parecer como era antes. Durante uma das reuniões com os membros do Quartel, Miiko anunciou que a sala do cristal ficaria sempre lacrada, e o acesso seria restrito. Como não tinha muito o que fazer, eu mergulhei no trabalho. Fora isso, nada mudou, eu não conseguia deixar de evitar o Nevra e eu ainda guardava rancor da Miiko. A Ykhar ainda estava bem triste com o que aconteceu na biblioteca, mas aos poucos seu humor estava voltando.
Quando estava saindo do almoço na cantina, ouvi duas pessoas conversando. Parece que ocorreu um ataque a mais um membro da guarda, e ele estava muito mal. Me aproximei e perguntei de quem eles estavam falando. A moça me explicou que ouviu dizer que levaram alguém muito ferido as pressas para a enfermaria. Fiquei preocupada com a informação e tentei entrar na enfermaria mas a porta estava trancada. Fui dar uma volta para ver se descobria algo e esbarrei com a Karen em choque.
-Karen?
- Eu sinto muito.
-Por que está chorando?
- Eu, fui eu. Eu vi... - ela saiu correndo em direção ao seu quarto. Ela parecia arrasada e acho que vi sangue em suas mãos. Será que... Não. Será que Nevra quem foi atacado?
Eu estava voltando para o interior do QG para conversar melhor com a Karen, quando ouvi um barulhinho. Era a Floppy a mascote do Valkyon. Ela era igual um ratinho de laboratório do meu mundo, só que na ponta do rabo ela tinha uma grande rosa vermelha. Incrível como alguém tão durão como o Valkyon tinha uma mascote tão pequena e fofinha. Peguei ela no colo. É melhor eu entregar ela ao Valkyon, ele deve está preocupado. Bati na porta do quarto do Valkyon mas ele não estava.
-Floppy, acho que vamos ficar um tempo juntas.
Reparei que haviam dois guardas na escada que vai para o porão. Eles nunca vigiam essa área. Eu precisava passar por eles e ver o que estava acontecendo. Um dos rapazes saiu e o outro se distraiu conversando com uma garota. Eu aproveitei para passar discretamente por ele. Fui até a prisão e vi manchas de sangue para todo lado, inclusive na água. É recente. Imagino que venha da vitima que está na enfermaria. Acabei pensando no pior. A Floppy não estava com o Valkyon, a Karen estava abalada, e eu vi os purrekos recolhendo coisas para poção, que era o trabalho do Ezarel. Poderia ser qualquer um deles ferido, ou até os três. Melhor eu parar de pensar nisso.
Voltei para a sala das portas e para meu alivio os guardas nem notaram a minha presença. A garota bonita os distraia. Eu acabei esbarrando na Ewelein que passou por mim correndo. Acabei vendo que ela deixou cair um saco com gaze e material de sutura. É melhor eu ir até a enfermaria entregar isso a ela. A porta estava destrancada dessa vez e eu tinha uma desculpa para entrar.
-Ewelein!
- O que está fazendo aqui? Ninguém fechou a porta? Saia daqui.
-Espere, queria te entregar isso. Você deixou cair quando esbarrou em mim.
- Ok. Ela está acordando, Ellanor vem aqui, me ajude. Segure-a.
-Floppy, fique aqui - coloquei a Floppy em cima de uma mesa antes de segurar a paciente da melhor maneira possível.
- Segure os braços dela. Violine, preciso de uma dose de calmante. Mathyz, comece o procedimento de descontaminação. Teremos que operar.
Uma luz branca atravessou a sala enquanto Maythz lia um encantamento, imagino que seja esse o processo de descontaminação.
- Ellanor, se quiser ficar sua ajuda será bem vinda. Se não, saia agora.
-O que posso fazer para ajudar?
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Eldarya - Rota Nevra
Fantasya história do jogo, com algumas adaptações para livro, seguindo a rota em que a guardiã fica com o Nevra