73 - Pacto draconico

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-Fáfnir! Deixe-o em paz! Ele não queria desrespeitá-lo, mas entenda que a situação é a das mais sérias. Nós precisamos da sua ajuda... Sem você Eldarya agonizará e todos os seus habitantes morrerão- Gritei.

De repente, Fáfnir pareceu se acalmar e soltou Nevra. Corri até ele para verificar se ele estava bem.

- Eu não posso fazer nada por vocês. Vão embora.

Eu olhei para os rapazes com um ar desesperado. A interferência do Nevra deixou Fáfnir indisposto... E agora, ele parece estar muito mal.

- Saiam do meu templo imediatamente!!

-Está bem... Vamos voltar ao acampamento- falei com os outros.

Saímos rapidamente da morada dos dragões carregando o Nevra.

- O que aconteceu com o Fáfnir? Desde quando ele é tão sensível?

- Eu não sei, Ezarel, deve ser porque ele não quer colocar o Lance em perigo. Em todo caso, eu espero que a interferência do Nevra não tenha rompido totalmente o diálogo entre nós. Apesar dele dizer o contrário, eu tenho certeza de que ele sabe mais do que dá a entender sobre esse pacto.

- Não vamos perder tempo, precisamos levar Nevra até o acampamento para que ele se recupere.

Quando chegamos ao acampamento, cuidamos para que as feridas que Fáfnir causou no Nevra cicatrizassem. Ele tem várias contusões e até marcas de queimaduras. Eu me pergunto até que ponto o Fáfnir teria ido se eu não tivesse interferido. O diagnóstico da Oluhua não é nem um pouco animador.

- Vamos, ele já se curou de ferimentos bem mais graves. Não é uma ligeira estrangulação que o matará.

- Não foi qualquer um que o estrangulou, Ezarel... Foi um dragão. De certa forma, ele tomou parte de suas forças. O Nevra precisa comer o quanto antes- Olohua alertou.

- Eu acho que temos algumas bolsas de sangue no estoque, não?

- Já esgotei tudo, isso sarou uma parte dos danos, mas é preciso mais... bem mais.

- Ele pode pegar o meu sangue- Valkyon ofereceu.

- Ele precisa de sangue humano... ou melhor, não faery- Olohua informou.

-Eu sou faeliana, e humana em grande parte. Nãos seria o suficiente?- perguntei.

- Sim, pode ser...

- Não... Ella... eu... não quero- Neves começou a balbuciar.

Sem levar a sua opinião em conta, eu peguei uma lâmina e fiz um corte no meu braço antes de leva-lo até a sua boca. Afinal, não é a primeira vez que ele prova o meu sangue. A princípio reticente, o Nevra rapidamente demonstrou-se sedento pelo meu sangue e eu não pude conter um gemido de dor. Eu senti Nevra morder com mais força e eu agarrei os seus cabelos por reflexo. Eu tentava não esquecer que não estávamos sozinhos... Mas eu queria que ele me mordesse mais, que ele possuísse o meu corpo inteiro. Após alguns segundos, o vampiro soltou o meu braço e eu caí para trás, trêmula.

- Ella, você está bem?- Valkyon veio até mim.

-S-sim... E o Nevra, como ele está?

- Ele está retomando vida, é incrível- Olohua gritou.

Com essas palavras, a minha mente vacilou nas trevas. Quando eu acordei algumas horas depois, Nevra estava em pé ao meu lado. Os rapazes vieram me perguntar como eu estava e percebi que eu me sentia bem. Como se acordasse de uma soneca particularmente reparadora. Quanto a Oluhua, ela examinou os rastros da mordida cuidadosamente. De repente, o que senti durante a mordida me veio a mente e eu comecei a ficar vermelha. E enquanto eu procurava as minhas palavras, Nevra veio se desculpar.

Eldarya - Rota NevraOnde histórias criam vida. Descubra agora