{ELLANOR}
Estou começando a perder o rumo com tantos sentimentos na minha cabeça. Foi dormir com o coração pesado, nem me troquei. Ouvi a Ewelein entrar no quarto alguns instantes depois. Ela desabou na sua cama enquanto reclamava que se sentia mal. Acho que ela aproveitou um pouco demais da noite. Levei um tempinho, mas dormi. Acordei no meio da noite com um barulhão.
*BUM*
- O que está acontecendo?
Gritos de pânico vieram de fora do quarto. Imediatamente, o medo encontrou o meu coração.
-Acho que estamos sendo atacados.
Imediatamente sai do meu quarto e fui para a direção dos gritos.
- Protejam o altar! Não deixem que eles entrem no templo - Feng Zifu gritava para vários fenghuangs.
-Feng Zifu, o que está acontecendo?
- Estamos sendo atacados.
Barulhos de lâminas em choque chegaram da praça principal. Não posso ficar aqui sem fazer nada.
-Você tem armas?
- Sim.
-Me de um arco e um punhal.
Após uma breve hesitação, ele buscou as armas para mim.
- Não se machuque Ellanor.
-Gostaria de dizer que sim, mas não gosto de fazer promessas que não sei se poderei cumprir.
Fui em direção a praça principal, onde o combate parecia acontecer. A batalha seguia com toda a força. Eu conseguia distinguir os fenghuangs dos nossos inimigos que eu, até então, nunca havia visto. Em contra partida, eles eram liderados por alguém que eu conhecia bem, Ashkore. Na multidão, avistei o Nevra que corria, punhais em mãos, na direção do homem mascarado.
Depois do que aconteceu entre nós, não consegui me segurar. Corri atrás dele com o meu punhal nas mãos. Eu tinha que ajudar... mas um raio violeta bloqueou o meu caminho e eu fiquei frente a um horror que me era muito familiar. Naytili.
- VOCÊ!
Ela se precipitou na minha direção e ergueu uma parede translucida que envolveu nós duas nos separando do resto do mundo. Me virei na direção dela e puxei o meu arco com firmeza. Estava pronta para perfurá-la de flechas a qualquer momento. Ela lançou um feitiço que retirou o arco de minhas mãos.
Então, essa bruxa, começou a me ameaçar e a me insultar, mas eu continuei a enfrenta-la sem enfraquecer. Aproveitei do ódio que ela tinha de mim e enquanto ela me insultava, eu tentei atacar. Retirei o meu punhal e fui na sua direção, ela desviou com facilidade e tentou me dar um soco, que eu defendi com o antebraço.
As aulas que eu tive foram de grande ajuda e me permitiram segurar o choque. Continuamos lutando e eu comecei a me sentir esgotada pelos ataques incessantes dela. Eu devia reconhecer que não era forte o suficiente para enfrentá-la, pelo menos não na situação em que eu estava. O escudo que nos separava dos outros me impedia de fugir ou de ter algum reforço. Eu tinha duas opções, ou eu continuava a lutar ou eu morria. E estava fora de cogitação desistir, eu iria lutar até o fim.
Me joguei na direção dela, esperando dar um golpe fatal com meu punhal, mas sua força era superior a minha. Ela me dominou sem dificuldades. Agarrou o meu braço violentamente e o colocou atrás das minhas costas para me imobilizar. Eu larguei a minha arma, gritando de dor. Vendo a minha situação, rendida, Nevra se precipitou na minha direção e se chocou com o muro que nos separava.
- Diga adeus a ele queridinha.
Foi então que senti algo me perfurar, um metal, frio e afiado, que cortava a minha pele até chegar na minha carne. Um liquido quente correu pelas minhas costas e, ao ouvir o grito de horror do Nevra, entendi rapidamente o que acabava de acontecer. A Naytili tinha me apunhalado. As minhas pernas falharam e eu caí no chão com uma dor que me invadia. Eu não tinha mais força nenhuma e mais nenhuma vontade de lutar. E enquanto o meu próprio sangue se espalhava ao meu redor, vi o Leiftan correr na nossa direção.
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Eldarya - Rota Nevra
Fantasya história do jogo, com algumas adaptações para livro, seguindo a rota em que a guardiã fica com o Nevra