Eldarya - Rota Nevra

42 - A ilha da memoria parte I

- Eu adoraria tirar você daqui, mas eu tenho que ficar mais. Pelo menos até que tenhamos que partir para a ilha. Eu deixei minhas coisas no seu quarto, você pode buscar para mim?

-Tudo bem, Nevra, eu vou.

- Você é maravilhosa -Ele me deu um beijo suave - te vejo depois.

Voltei para o QG e fui direto para o meu quarto. Não conseguia achar as coisas do Nevra. Eu procurei, mas não encontrei nada. Foi então que eu vi o Draco rosnar na direção da escrivaninha. Me aproximei e tinha um bilhete do Nevra.

"Vale uma refeição romântica, seguida de uma noite nos braços de um belo vampiro. Validade indefinida, sem reembolso ou troca"

Eu não pude deixar de rir, é tão bobo e romântico, Nevra realmente me fez rir nesse momento triste. Eu deitei um pouco na minha cama para reunir minhas forças. Huang Hua bateu na minha porta alguns momentos depois, era hora de sair.

-Você vem com a gente, Huang Hua?

- Não, ainda tenho muitas coisas para resolver aqui e com os Kappas. E eu não posso voltar para o templo até resolver tudo. Felizmente para nós eles entendem a situação, mas teremos que reorganizar tudo.

-Ok, eu entendo.

- Então, está pronta?

-Sim, eu quero encontrar aquela assassina.

- Ótimo, então vamos.

Fomos até o barco e o vento gelado do mar varreu meu rosto, parecendo me avisar o quão difícil a jornada seria. Além do Nevra, Valkyon, Leiftan e eu, Miiko pediu para o Valarian, Artie, Oluhua e a Violine virem conosco.

Depois de colocarmos os suprimentos no barco, nos despedimos e partimos. Depois de algum tempo de viagem, finalmente chagamos .

Quando chegamos na ilha não havia mais traços da nossa passagem aqui, pensei até que estivéssemos no lugar errado. Mas Leiftan confirmou que era aqui. Avistamos um barco a distância, do Ezarel talvez?

Revistamos o barco e encontramos roupas extras que claramente eram do Ezarel. Não havia mais dúvidas, ele estava aqui, em algum lugar, assim como nós ele estava atrás dessa criatura odiosa que matou aquelas crianças. Eu e os rapazes caminhamos em direção a floresta enquanto os outros ficaram no barco, para evitar que ele suma.

- Temos que encontrar um lugar seguro para montar acampamento. Esta ilha parece gigantesca. Duvido que a gente encontre Marie Anne e Ezarel com facilidade. Será mais fácil para nós explorarmos se tivermos uma "base".

- Sim, eu também penso assim, Valkyon.

Entramos na floresta e eu engoli em seco quando vi a árvore onde havíamos encontrado Milo amarrado. Ao contrário da praia, esse lugar ainda continha os vestígios dos eventos violentos que ocorreram. Nevra se aproximou de mim.

- O que está acontecendo?

-Nada, é só esse lugar, foi aqui que nós... - ele viu o sangue.

- Tudo bem, estou aqui...

Ele me pegou em seus braços e eu não o empurrei, mesmo que não estivéssemos sozinhos. Nós caminhamos horas antes de deixar a floresta. Para minha surpresa a floresta deu lugar a uma vasta planície de aroma mediterrâneo. Era extremamente confuso encontrar cenas tão familiares, tão próximas daquelas que eu conhecia na terra e em um cenário fantástico como Eldarya. Mas ao mesmo tempo, tive a impressão de descobri-los dois mil anos atrasados. Era magnífico.

- Parece haver uma aldeia. Pode haver habitantes para nos ajudar- Leiftan apontou mais a frente.

Dado o estado de uma carroça próxima a nós, devorada pelo tempo, duvido que encontremos outras pessoas aqui, excerto Ezarel e Marie Anne. Andamos até a aldeia e assim como eu pensei, eram ruínas.