Fiquei parada dentro do círculo de cogumelos com os olhos fechados até me tocar de que ainda estava ali. Comecei a dar vários pulos dentro e fora do círculo. Me sentei e comecei a chorar. Ali eu desabei. Eu senti a dor de estar longe de casa e não poder voltar. Senti o peso das pessoas aqui me tratarem como estranha. Todos os sentimentos que eu estava reprimindo desde que cheguei aqui, vieram de uma só vez. Eu não queria ficar aqui, eu sinto tanta falta da minha casa e das pessoas que eu amo. Só parei de chorar quando ouvi pessoas conversando.
-Na próxima vez nós anotamos tudo! - Era uma garota com longos cabelos ruivos e orelha de coelho. Ela conversava com outra garota, morena com cabelos platinados, escamas e barbatanas no lugar de orelhas.
-Eu sei, mas pense positivo, nós acabamos passeando um pouco. Bom, nós não conseguimos achar nenhuma fruta, mas nos divertimos bastante!
-Verdade...Mas nós perdemos um tempo considerável.
Fiquei parada torcendo para que elas não me vissem.
-Não me diga que não estava se divertindo aqui fora.
-Sim, mas não é isso...
-Ykhar...- A jovem com escamas olhou fixamente para que tinha orelhas de coelho.
-Bom, é verdade. Eu me diverti muito.
-Viu você deveria sair mais vezes.
A garota com orelhas de coelhos infelizmente percebeu a minha presença e disse:
- Alajéa... - ela apontou na minha direção.
- Quem é?
- Hum. Boa pergunta.
A garota com orelhas de coelho, que aparentemente se chamava Ykhar, olhou para mim novamente e disse:
- O que você está fazendo aqui? Que roupa estranha é essa? - Estou sentindo que vai começar tudo de novo.
-Oi, eu me chamo Ellanor, eu cheguei tem pouco tempo, e...
- Olha Alajéa, ela é uma humana, ela está em um círculo de cogumelos. Ela deve ter acabado de chegar. Nós temos que leva-la para a Miiko imediatamente.
As garotas nem me deixaram explicar, ficaram falando sobre o procedimento para quando se encontra um humano. Acabei desistindo de argumentar e segui elas de volta para o QG. Quando chegamos a sala do cristal a Miiko ficou confusa com o que estava acontecendo. A Ykhar parecia que ia desmaiar de tanto medo. Miiko explicou que já me conhecia e que agora eu pertencia a guarda de Eel. Elas ficaram muito envergonhadas e pediram desculpas. Como forma de desculpá-las pedi que me levasse até a clareira dos cedros para achar a seiva. Elas concordaram, me deixaram na entrada da clareira e retornaram para se reunir com a Miiko.
Entrei na clareira e estava concentrada em coletar a seiva quando ouvi um barulho a minha direita. Segui o barulho e vi uma árvore imensa. Mesmo não conhecendo nada desse mundo, não estava com medo de encontrar uma criatura selvagem, pelo menos, até agora. Vi algo se mexer atrás do arbusto e gritei:
-Quem está aí? - O barulho continuou - Saia, estou armada! E não vou hesitar em me defender.
Para minha surpresa o homem mascarado que me libertou da cela saiu de trás da árvore. Ele me mandou fazer silêncio e apontou para o buraco de uma árvore atrás de mim. Logo depois ele desapareceu. Mesmo com medo subi na árvore e coloquei minha mão dentro de um buraco no tronco para verificar o que tinha. Dentro dela havia outro pedaço do cristal.
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Eldarya - Rota Nevra
Fantasia história do jogo, com algumas adaptações para livro, seguindo a rota em que a guardiã fica com o Nevra