68 - Espíritos da floresta

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Nós ficamos mais um dia em Balenvia, a fim de nos certificar de que tudo realmente havia voltado ao normal. Agora era hora de partir. Tudo o que nos resta a fazer é levar as nossas coisas de volta ao acampamento. Peguei as minhas coisas e nós partimos imediatamente.

Eu tinha vontade de fugir dessas terras o mais depressa possível. Relembrar o sacrifício que os myconides tiveram que fazer me dava náuseas. Eu espero que nós saibamos resolver o problema dos fenghuangs sem ter que sacrificar uma vida.

Mal tinha chegado às terras dos fenghuangs e eu já me sentia como se estivesse em casa. Respirei fundo o ar revigorante e agradável dessas imensas planícies. Isso me fez sentir muito bem, e eu não pude impedir um sorriso, que surgia lentamente em meu rosto. Eu sempre me sentia tranquila e segura nestas terras, como se elas estivessem carregadas de uma energia positiva, compartilhando-a comigo sem restrições. Mas essa calma não duraria muito... Entramos no templo e o clima estava bem pesado.

- Então, o que está acontecendo? Onde está o Zif'?- Huang rua perguntou assim que entramos no templo.

- Ele está muito doente, aprendiz de fênix.

- O quê? Eu quero vê-lo imediatamente.

- Nós o levamos para o quarto.

- Vocês fizeram bem – A Huang Hua seguiu a serviçal e nós fizemos o mesmo.

Assim que entramos no quarto a Huang Hua correu na direção do Feng Zifu.

- ZIF!! – Ele está deitado na cama e mal consegue falar – Fique calado e guarde as suas forças. Yghi, o que está acontecendo com ele? O que está acontecendo com todo mundo?

- Nós estamos enfrentando uma violenta epidemia que dificulta as nossas capacidades.

- O que isso quer dizer?

- O senhor Feng Zifu, aqui presente, parece não possuir mais a sua imunidade natural e as susas capacidades de cura. Ele sofre inúmeras doenças, e se não encontrarmos uma solução, ele morrerá.

- Não, eu não posso deixar que isso aconteça. Quem mais está doente?

A Yghi fez uma longa lista de paciente, que é considerável... Eu não sei se nós conseguiremos salvar todo mundo. Eu não aguento mais ver a morte ao meu redor. Eu sai do quarto chorando. A Huang Hua me encontrou alguns instantes depois.

- Não se preocupa Ellanor. Nós encontraremos uma solução. Eu acredito que a quebra do cristal seja a causa dessas mudanças em nossos poderes. Nós devemos redobrar os esforços em termos de medicina... Siga-me.

A Huang Hua tomou a iniciativa por conta própria, cuidando do assunto com muita confiança e diplomacia. Ela foi muito otimista com os outros fenghuangs, procurando não despertar o medo ou pânico no coração do seu povo. As suas palavras são escolhidas com muito cuidado. Ela confiou inúmeras tarefas a todos aqui. Da minha parte, eu preciso encontrar alguns ingredientes para preparar um remédio que fortalecerá os poderes dos fenghuangs. A lista dos ingredientes é bastante precisa. Eu sei exatamente onde eu devo ir. No entanto, isso levará algumas horas.

Fui até às montanhas Sizhe e falei com os espíritos da floresta.

-Eu sei que estou atrasada, mas os fenghuangs estão muito doentes... Uma epidemia misteriosa está condenando a todos eles. Vocês teriam algo para curá-los? – Eu continuei pedindo enquanto mantinha os olhos fechados. Foi quando, então, ouvi barulho de passos. Alguém ou alguma coisa se aproximou de mim. Eu não ousei abrir os olhos, por medo de espantar essas criaturas, mas eu sinto que elas estão aqui... ao meu lado.

Em seguida, os barulhos pararam e a energia misteriosamente desapareceu. Acredito que eu esteja sozinha novamente. Eu abri os olhos com cautela e percebi que eles haviam deixado um jarro com uma palavra escrita, a qual suponho estar em chinês. Eu não consigo traduzi-la, mas imagino que a Huang Hua entenda o que é. Em todo caso, eu não duvido que isso seja de grande utilidade para nós.

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