Leiftan e Ezarel se aproximaram dos instrumentos e disseram que pareciam ter sido usados recentemente. As mãos do elfo estavam tremendo de terror. Então eu fui até ele e coloquei a mão em seu ombro. Eu podia ver que ele se sentia mais culpado do que nunca. De repente Leiftan varreu os frascos e instrumentos que estavam em uma das mesas. Eles quebraram no chão em um som sinistro.
- Eram crianças, todas crianças. Como ela poderia cometer tal horror? Encontrarei esta abominação e esvaziarei até a última gota de seu sangue.
-Leiftan?!
Eu notei que as crianças eram um assunto sensível para ele, mas eu não o reconhecia. O tom seco, quase sádico da sua voz, gelou o meu sangue. Ele partiu na direção da outra saída desta sala, ele parece mais do que determinado a lutar com Marie Anne, eu não posso deixá-lo fazer isso sozinho. Fui atrás dele.
-Leiftan?
Não havia tocha e nenhuma luz no corredor, eu não conseguia ver absolutamente nada.
*Ellanor*
Eu ouvi uma voz me chamar e a chama de uma tocha veio na minha direção, mas um vento gelado invadiu o espaço e apagou a chama. Eu ouvi um barulho de porta fechando, depois o som de um corpo caindo no chão.
-O que está acontecendo?
*Ah....*
-O que está acontecendo?!!! Ezarel! Nevra! Valkyon! Leiftan?
Eu senti algo encostar em mim, depois me encolhi contra uma parede, a pele fria como gelo, Marie Anne? Eu peguei o punhal que Nevra me deu e fiz alguns movimentos na minha frente. Eu ouvi mais uns barulhos estranhos. Parecia que alguém estava sendo arrastado. Sacudi os meus braços na minha frente não vai ajudar, eu preciso de luz.
Um calor se espalhou pelo meu corpo antes de se concentrar em minhas mãos. Então, uma chama começou a crescer na palma da minha mão antes de se tornar mais cintilante, mais intensa. Mas ela apagou quase que imediatamente. Foi como no penhasco, mas dessa vez durou apenas um momento. Eu só conseguir ver o corpo de Ezarel, inerte, sendo arrastado no chão por Marie Anne.
Quase sem pensar, corri atrás deles apesar da intensa escuridão. Eu ouvi passos atrás de mim. Sem dúvida era Nevra, Valkyon e/ou Leiftan. Mas eu não tive tempo de esperar, continuei correndo e bati nas paredes. O tempo estava se esgotando, eu ainda podia ouvir o corpo de Ezarel se esfregando no chão, mas eu não conseguia alcançar a Marie Anne.
As vezes a luz de uma tocha acendia ao longe antes de apagar de novo. Marie Anne tinha o prazer de nos deixar no escuro. Isso tudo era divertido para ela. Ela era incrivelmente rápida e ainda mantinha uma boa distância de mim, mas apenas o suficiente para eu continuar seguindo-a.
Eu tenho que encontrar uma maneira de prendê-la. Eu não posso deixá-la me enganar. Meu instinto me fez parar. No momento seguinte, o som do corpo de Ezarel parou. Eu avancei mais um pouco e ouvi Marie Anne avançar também. Eu parei então definitivamente e novamente, o barulho maçante cessou. Esperei pacientemente por alguns minutos. Ouvi passos pesados atrás de mim. Depois de alguns momentos uma massa me atingiu brutalmente.
-Ai!
- Ellanor, é você?
-Leiftan! Onde estão Valkyon e Nevra?
- Eu não sei, eu acho...
Não esperamos muito para ter a resposta para minha pergunta. Valkyon e Nevra, assim como Leiftan me atingiram. Assim que viram que era eu, baixaram a guarda e eu pedi que se reunissem a minha volta.
*Susurrando*- Eu rezo para que ela não nos ouça, mas Marie Anne está nos fazendo de idiotas. Somos apenas brinquedos para ela. Nossa cegueira nos torna vulneráveis.
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Eldarya - Rota Nevra
Fantasíaa história do jogo, com algumas adaptações para livro, seguindo a rota em que a guardiã fica com o Nevra