𝐁𝐞𝐭𝐰𝐞𝐞𝐧 𝐓𝐡𝐞 𝐋𝐢𝐧𝐞𝐬 𝐎𝐟 𝐓𝐡𝐞 𝐔𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐞 - 𝘚𝘢𝘮 𝘞𝘪𝘯𝘤𝘩𝘦𝘴𝘵𝘦𝘳

Capítulo 21

[SAM WINCHESTER]

Dean resolveu me chamar para dar um volta pelas redondezas de Indiana. Lisa, Ben e Bobby chamaram Amanda para pescar num lago próximo a dois quarteirões da casa. Tanto eu quanto ela, estávamos precisando de um tempo a sós pra processar os últimos acontecimentos. Depois do triste episódio, onde Amanda Cameron ouviu aquelas duras palavras saírem da minha boca, nenhum de nós dois ousou tocar no assunto sem que estivéssemos de acordo, ambos os lados.

Quando meu irmão voltou para nos buscar com o Impala, os únicos que ficaram esperando perto da fogueira foram Bobby e Amanda. Não consegui ir atrás dela. Não depois de tudo. Vê-la chorando e magoada comigo, amassou meu coração sem dó nem piedade. Embora eu também tenha sofrido amargamente, preferi ficar esperando no mesmo local em que estava atendendo o celular. Dean achou tudo muito estranho, mas, acho que ninguém quis falar nada pra não levantar questões que pudessem machucar ainda mais.

Assim que meu telefone tocou, vi que era de suma importância atender. A ligação era de um número desconhecido, só que, o que me fez atender não foi a curiosidade, foi o pressentimento de ser alguém que eu conhecia muito bem. E estava certo. Era o Baltazar, me ameaçando como de costume. Se eu não contasse pra Amanda que a escolha dela em ficar aqui colocava a minha alma em risco, ele mesmo contaria. Conhecendo-o como conheço, isso seria um banho de sangue.

Oh céus

Como eu queria que ela ficasse sabendo de outra maneira.

A Amanda jamais representou um perigo pra mim. Por isso, eu queria contar numa outra ocasião, sem ter que usar essa palavra.

Devia saber que minha menina não iria simplesmente ficar me esperando junto de Bobby. Ela viria me procurar. Porque somos desse jeito. Não somos capazes de viver um minuto se quer, tão longe um do outro. De novo, o tempo nos torturava da pior forma.

Voltamos pra casa no Impala, todos em silêncio. Dean dirigindo, todo feliz por finalmente poder passar tempo com seu bebê, como ele mesmo o chama. Bobby tirando um cochilo no banco do carona e eu sentado atrás, ao lado de Amanda, enquanto ela fazia questão de olhar pro outro lado da estrada. Meu joelho direito não parava de balançar, indicando tamanha inquietação. Tentei atrair a atenção dela, porém, o momento não era propício. Parecia que uma pata enorme de elefante estava pressionando meu peito com toda força do mundo.

O clima encontrava-se muito pesado pra aguentar tanto tempo.

Ao chegarmos, a primeira pessoa a sair do carro foi justamente Amanda. Com os braços cruzados na altura do peito, ela entrou apressada dentro de casa. Vejo Lisa e Ben cumprimentando-a. Amanda da um oi rápido e adentra pelo corredor. Saio do carro em seguida, e tomo um impulso de ir tentar conversar com ela. Eu tinha que me explicar, eu deveria ter me explicado melhor.