[AMANDA CAMERON]
Um barulho de Tv ligada e um cheiro familiar me fazerem querer abrir os olhos instintivamente. Assim que o faço, devagar, reconheço de imediato onde estou. Nada mudou no meu apartamento, está exatamente tudo no mesmo lugar, na perfeita ordem. Ainda era a madrugada do meu aniversário. Com o pequeno pedaço de bolo meio espatifado em farelos no meu sofá. Percorro com os olhos, cada detalhe, até os que antes não haviam sido notados.
Levanto minhas mãos pra cima, vendo que meu corpo está intacto. Vejo meu pijama rosa, checo se estou descalça. Passo as mãos no cabelo, constatando que estão só um pouco secos. De súbito, um perfume impregna na pele, no qual faz-me ficar confusa pois não lembro de absolutamente nada do que aconteceu e o porque eu estava parada em pé no meio da sala feito uma boba. Vou até a Tv e desligo-a, bem na hora de um programa começar anunciando o primeiro filme de crepúsculo.
Arrumo o sofá, retiro os farelos do bolo que sobrou, colocando-os na lata de lixo. O que sobrou foi a velinha do aniversário. Meu celular que estava caído no chão, se encontra repleto de mensagens dos meus parentes perguntando se estava tudo bem e como tinha sido minha noite sozinha em pleno aniversário de vinte e dois anos. Como eles acham que foi? Assistindo a minha série preferida é claro... De repente, me sento no sofá e um sono começa a querer tomar conta. Dou uma olhada no celular novamente, vendo que dali mais tarde, terei de chegar uma hora antes no trabalho.
Acomodo a cabeça no travesseiro, na tentativa de encontrar uma boa posição pra dormir porque estou aparentemente cansada demais para se arrastar até cama, no quarto. Embora o sono estivesse pegando, por algum motivo, não conseguia mais fechar os olhos. Como se tivesse ficado tempo demais com eles fechados. Sento-me novamente, ponho o travesseiro no colo e bufo desapontada. Eu deveria estar de boa com tudo no seu lugar, deveria estar dormindo e repondo as energias para o próximo dia de luta tedioso. Entretanto, curiosamente, ainda faltava algo. E era frustrante não saber ao certo o que.
Bufei outra vez, cobrindo o rosto com as mãos.
"Miau" — levanto a cabeça rapidamente, encontrando minha gatinha Manu caminhando de encontro a mim, com as costas empinadas. Corri até ela, pegando-a no colo, sentindo que não a via a bastante tempo. Esse sentimento estranho, deixou tudo ainda mais confuso. Acariciei sua cabecinha, chamando-a de "princesa". Manu segurava na boca, um papel branco dobrado, de modo impecável. Nele, continha o mesmo cheiro que impregnava meus cabelos. Retirei-o da boca da gatinha, que deu outro miado, aninhando o rosto no meu pescoço. Nós sentamos juntas, no chão da sala. A Manu que tanto amava dormir na sua própria caminha, se aninhou nas minhas pernas, no caso deu sair sem ela.
— Onde achou isso Manu? — perguntei mais pra mim mesma do que pra gata.
"Miau" — a única resposta de um gato.
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𝐁𝐞𝐭𝐰𝐞𝐞𝐧 𝐓𝐡𝐞 𝐋𝐢𝐧𝐞𝐬 𝐎𝐟 𝐓𝐡𝐞 𝐔𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐞 - 𝘚𝘢𝘮 𝘞𝘪𝘯𝘤𝘩𝘦𝘴𝘵𝘦𝘳
Fanfiction[𝗙𝗔𝗡𝗙𝗜𝗖 𝗗𝗘 𝗦𝗨𝗣𝗘𝗥𝗡𝗔𝗧𝗨𝗥𝗔𝗟 - 𝗦𝗔𝗠 𝗪𝗜𝗡𝗖𝗛𝗘𝗦𝗧𝗘𝗥] 𝐀𝐦𝐚𝐧𝐝𝐚 𝐂𝐚𝐦𝐞𝐫𝐨𝐧, se vê triste e sozinha em seu apartamento nada luxuoso, após chegar cansada do serviço e ter plena consciência de que irá, comemorar sozinha, uma...